Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista
Foto: Roque de Sá/ Agência Senado
Senador Eduardo Girão
O cearense Luis Eduardo Girão (Podemos) é um dos senadores que defende a derrubada do decreto do presidente Jair Bolsonaro (PSL) que facilita o acesso a armas de fogo. Empresário do ramo de segurança privada, ele é alvo de questionamentos por essa contradição aparente. O senador, então, decidiu se desfazer da participação em algumas de suas empresas.
SENADOR Eduardo Girão deixa ramo de segurança armada (Foto: Roque de Sá/ Agência Senado)
Girão concluiu recentemente a venda da Servis Segurança, empresa que trabalha com segurança armada. Ele também negocia a venda da Life, outra empresa do mesmo ramo. O senador mantém participação na Servis Eletrônica, que trabalha com inteligência na área de segurança, sem uso de armamentos.
O argumento do senador para se desligar das empresas de segurança armada é para preservar a independência do mandato e defender suas bandeiras sem atrelamento.
Ameaças
Girão integra o grupo de senadores que relata ser alvo de ameaças por votar contra o decreto sobre as armas.
A suspensão do decreto está prevista para ser votada hoje. É o primeiro item da ordem do dia do plenário do Senado.
Criminosos que querem liberar armas
Defensores da facilitação do acesso a armas falam que o objetivo é permitir ao cidadão de bem se defender dos criminosos.
Pois esses "cidadãos de bem" que fazem ameaças são, isso sim, criminosos. E querem liberar armas para eles próprios.
Denúncia de André Fernandes é esclarecedora
A apresentação da denúncia de André Fernandes (PSL) sobre o envolvimento de um deputado estadual com facção criminosa foi muito importante. No primeiro momento, ficaram interrogações sobre qual a solidez de tão grave acusação do parlamentar do PSL. Ontem, a revelação da denúncia contra o deputado Nezinho Farias (PDT) acabou as dúvidas e deixou evidente: a acusação tem a consistência de uma gelatina com excesso de água. Pode até ser que o deputado do PDT tenha algum vínculo com facção, mas nada do que o parlamentar do PSL apresenta sugere fundamento em acusação tão grave.
Ainda faz uma confusão entre jogo do bicho com videogames. Isso ao se referir a projeto de lei sobre e-sports que, segundo Fernandes, teria objetivo de lavar dinheiro pelo jogo do bicho. Pode até ser, mas a denúncia não parece ter pé nem cabeça. Com o detalhe de que o próprio Fernandes chegou a votar a favor da medida na Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJR) da Assembleia Legislativa.
O perfil parlamentar
André Fernandes demonstra querer se firmar como deputado crítico, combativo e que denuncia o que existe de errado. Ótimo. O perfil faz falta. E, pelo histórico das casas parlamentares do Brasil, matéria-prima não falta.
Ocorre que, para isso, precisa ter rigor, critério. Buscar fundamentos consistentes e só tornar o assunto público quando tiver elementos sólidos. Sob pena de cometer injustiça. É imprescindível agir de forma consequente e com responsabilidade.
Para construir uma trajetória parlamentar de quem denuncia o que há de errado, não basta querer vestir esse figurino. É preciso ter trabalho exaustivo e método.
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