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André Fernandes alivia com deputados e briga com MP
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Escreve sobre política, seus bastidores e desdobramentos na vida do cidadão comum. Já foi repórter de Política, editor-adjunto da área, editor-executivo de Cotidiano, editor-executivo do O POVO Online e coordenador de conteúdo digital. Atualmente é editor-chefe de Política e colunista

Érico Firmo política

André Fernandes alivia com deputados e briga com MP

 (Foto: Junior Pio/Assembleia Legislativa)
Foto: Junior Pio/Assembleia Legislativa

O deputado estadual André Fernandes (PSL) fez ontem movimento estratégico e contrário, até certo ponto, ao seu estilo. Entendeu que precisava fazer gestos em relação aos colegas parlamentares. Não chegou a se desculpar. Mas, lamentou que o nome de Nezinho Farias (PDT) tenha sido exposto. Disse que não acusou ninguém nem foi generalista na denúncia. (Na ocasião, ele disse: "Nem todos, mas alguns fazem parte desse jogo").

André Fernandes apazigua por um lado e briga por outro
André Fernandes apazigua por um lado e briga por outro (Foto: Junior Pio/Assembleia Legislativa)

Fernandes não é de dar o braço a torcer, mas fez movimento astuto. Mediu palavras. Recuou sem passar o recibo. Mantém a posição perante seus seguidores nas redes sociais, mas faz movimento em direção aos deputados. Tudo sutil. Ainda é possível que ele seja punido, mas a possibilidade de cassação do mandato, que já não era grande, parece-me hoje descartada. Afinal, é parte do espírito de corpo do legislativo a sacralidade do mandato parlamentar, que só deve ser rompida em situações extremas. Não é o caso.

As punições previstas no Código de Ética da Assembleia Legislativa são: censura verbal, censura escrita, suspensão temporária do mandato, até a pena máxima de cassação do mandato parlamentar.

Os parlamentares ficaram espantados com o episódio. Temem que deixar o assunto para lá estimule que se repita. Por isso, ao menos até o pronunciamento de Fernandes ontem, a intenção na Assembleia era puni-lo, sim, de alguma forma.

A impressão é de que a situação para ele ficou melhor depois de ontem. Na Assembleia. Porque, no Ministério Público, ele já arranjou outra confusão.

O sigilo e o MP

Fernandes atenuou sua situação, por um lado, e comprou briga complicada com outro. No caso, o Ministério Público. Queixou-se do vazamento de sua denúncia e bateu duro no MP.

A Procuradoria Geral de Justiça (PGJ) respondeu em, nota. Apontou falta de provas e ressaltou que a denúncia feita ao MP não era sigilosa.

O estilo, digamos, pugilista com o qual Fernandes faz política torna difícil se manifestar sem bater em alguém. Quando tenta aliviar com os parlamentares, escolhe novo alvo e sobra para o MP. São muitas brigas para um mandato que não inteirou seis meses.

Verdades e erros

Fernandes argumentou que nunca disse que tinha provas, mas que tinha recebido denúncia. É verdade. Também disse que não tornou público o nome do deputado Nezinho, o que também é fato.

O que ele errou foi de levar à tribuna algo tão vazio de fundamentação, tão pouco consistente.

As conversas do Telegram

O aplicativo Telegram tinha, ou tem, fama de muito seguro e muito confiável. Ao menos em comparação com o Whatsapp. Por isso, muita gente que lida com informações sigilosas optava por ele. Inclusive policiais e procuradores.

Bom, ainda não se sabe exatamente como as conversas da Lava Jato vazaram e já se sabe que Sergio Moro e os procuradores não usaram o chat mais seguro disponível no aplicativo.

Mas, com certeza deve ter gente bastante preocupada com mensagens que trocou ali. Desconfio que a quantidade de mensagens apagadas de tempos para cá seja recorde.

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