Mestre e doutor em Engenharia de Produção (Poli USP). Fundador e coordenador do Centro de Empreendedorismo da UFC. Professor e coordenador de Empreendedorismo da UFC
Mestre e doutor em Engenharia de Produção (Poli USP). Fundador e coordenador do Centro de Empreendedorismo da UFC. Professor e coordenador de Empreendedorismo da UFC
O empreendedorismo inovador no âmbito universitário tem ligação direta com o desenvolvimento socioeconômico cearense, mas os desafios são muitos. Em um esforço conjunto do Instituto Empreender Endeavor Brasil e do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), foi concebida e realizada a pesquisa “Empreendedorismo nas Universidades Brasileiras 2014”, que contou com a participação de mais de 5 mil estudantes e de 600 professores universitários de 150 instituições de ensino superior das cinco regiões brasileiras.
A realidade apresentada nos principais resultados é que 6 em cada 10 universitários pensam em empreender, porém, a maioria dos alunos pesquisados não se prepara. De acordo com o estudo, apenas 14,1% indicam que gastam tempo aprendendo a iniciar um novo negócio. Mesmo entre os alunos que “pensam muito em empreender”, apenas 22,6% apontaram ter a mesma dedicação para começar a empreende.
E esta falta de prática para empreender também pode ter impacto nos resultados sobre a confiança dos alunos para realizar atividades típicas de um empreendedor, tais como contratar, gerir as finanças ou definir uma estratégia para um novo produto. Neste sentido, a pesquisa mostra que, entre os alunos que apontaram ter uma baixa dedicação para empreender, apenas 20% sentiam-se muito confiantes para abrir um negócio.
Já entre os discentes que apontaram se dedicar ao estudo do empreendedorismo, cerca de 40% se sentem muito confiantes. Como recomendação para estimular os alunos e aumentar a confiança destes para empreender, a solução passa por maior participação de universidades e professores no desenvolvimento de atividades relacionadas ao empreendedorismo.
Exemplos não faltam de ações conjuntas para desenvolver competências empreendedoras em estudantes universitários. Têm-se os Centros de Empreendedorismo, ou iniciativas com nomenclaturas correlatas tais como Núcleos, Ligas etc.
E com base no que afirma o professor Marcos Hashimoto (Insper), em estudo publicado pelo Sebrae-SP em 2013, a criação de um Centro de Empreendedorismo para promover a formação de competências empreendedoras em Instituições de Educação Superior tem muitas justificativas que vão ao encontro do desenvolvimento do entorno.
Vão desde competências empreendedoras que precisam ser vivenciadas ou o empreendedorismo que passou a ser uma competência valorizada pelo mundo do trabalho. Além disso, um Centro de Empreendedorismo possibilita relação entre comunidade local e academia, tanto por meio das empresas geradas, como também pelo relacionamento no ecossistema empreendedor, e os alunos que se tornam ex-alunos empreendedores bem-sucedidos são mais suscetíveis e favoráveis a apoiar novos empreendedores.
Ainda, a criação de um Centro de Empreendedorismo insere-se no contexto da Hélice Tríplice (Triple Helix), ideia introduzida pelos pesquisadores Henry Etzkowitz e Loet Leydesdorff, que indica a Universidade como indutora das relações com as empresas e o Governo visando à produção de novos conhecimentos, à geração de inovação tecnológica e ao desenvolvimento econômico.
Neste cenário de fomento que a universidade se apresenta é que, nos próximos textos, refletiremos juntos sobre exemplos de Centros de Empreendedorismo e outras iniciativas locais e nacionais, levando em consideração os desdobramentos destes para o fortalecimento do ecossistema de empreendedorismo inovador cearense. Até a próxima!
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