Desde o começo da pandemia da Covid-19, o uso de máscaras é indicação básica para diminuir os riscos de contágio pelo novo coronavírus. Tanto para buscar evitar o próprio contágio como dos demais. Mesmo assim, ver pessoas sem máscaras ou usando-as indevidamente é algo corriqueiro nas ruas de Fortaleza. Não tem classe social ou lugar que distinga um melhor ou pior uso. O descaso em adotar essa precaução é generalizado, como é também a expansão da doença. Seja em bairros de altíssimo ou baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), estão lá os rebeldes contra as proteções faciais. Enquanto isso, estamos chegando no Ceará a 325 mil casos confirmados e 10 mil mortes por Covid-19 em pouco mais de nove meses de pandemia.

As desculpas são as mais esfarrapadas. “Vim só rapidinho aqui e esqueci.” “Uso direto, mas agora não precisa já que estamos só entre amigos.” Discursos para auto enganar-se que não estão sendo negligentes. Não digo que o hábito seja dos mais agradáveis e hábitos não são coisas que adquirimos do dia para a noite. Mas dentro do contexto de risco de morte para muitos, deveria ser um esforço pequeno a se cumprir. Seja em locais públicos, pontos comerciais ou condomínios, o que se vê é o caos. Do jovem ao idoso sem máscara ou com ela posta apenas para constar que está ali. Nariz de fora e, muitas vezes, só no queixo. Sempre me pergunto por que tanto desleixo com o uso da máscara?

A sensação que me dá é que se busca negar com o não uso da máscara tudo que está acontecendo e assim enganar a si mesmo que nada de mau vai acontecer. Mas a verdade é que essa possível artimanha inconsequente na cabeça de muitos pode levar à morte. O lidar com qualquer desconforto da proteção no rosto e a disciplina para o uso correto da mesma precisam ser maiores que as vontades individuais. Se são crianças ou jovens que burlam, que os pais ou responsáveis ajudem nessa adaptação à nova realidade.

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Vale lembrar ainda que a lei que prevê multas para quem não usar máscaras no Ceará está em vigor desde 13 de agosto. A Lei 17.261 estabelece valores entre R$ 100 a R$ 1000 para quem desrespeitar o cumprimento do uso do equipamento e apresentar resistência durante a abordagem. A cobrança vale para pessoas físicas e jurídicas. No caso de pessoas físicas, quando avistadas sem a máscara em espaço público ou privado, órgãos reguladores podem abordá-las advertindo-as da ocorrência e determinando o imediato uso da máscara. Caso a determinação não seja atendida, deve ser aplicada multa entre R$ 100 e R$ 300.

Ignorar o uso de máscaras desrespeita os que estão se esforçando para se cuidar e proteger a todos e ignora os milhões de mortos pelo mundo, pelo Brasil e os milhares, em nossa Cidade.