Na última terça-feira, 15, o presidente Jair Bolsonaro disparou em entrevista a uma tevê de Rondônia que teríamos um Bolsa Família de R$ 300 em média. Para as mais de 14 milhões de famílias que recebem o auxílio, o anúncio é impactante, afinal seriam R$ 110 a mais, frente ao valor médio pago pelo benefício hoje de R$ 190. Mas o que está posto como real é que não se tem um teto de gastos para 2022 que possa absorver esse aumento.

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A prova de que o anúncio do presidente é, no mínimo, questionável está também no fato da própria equipe econômica do governo federal vir apresentando um cálculo de reajuste para o Bolsa Família que resulta em R$ 250 mensais, que já seriam R$ 19 bilhões a mais para as contas do próximo ano. Está claro aí que ainda se tem muito para alinhar, mesmo com a declaração de Bolsonaro: "É isso que está praticamente acertado aqui". Ou o presidente vai ter que justificar que não era bem R$ 300 e usar a palavra "média" de cúmplice ou o Ministério da Economia vai se rebolar para fechar a conta e não contrariar o governante que não sai do clima de palanque.

Na verdade, a corrida para tentar chegar aos R$ 300 até já começou. Um dos estudos que vem sendo feito é o de acabar com o pagamento anual de abono salarial do PIS/Pasep para cobrir o aumento que o presidente deseja.

Mas aí ainda temos outro obstáculo às metas de Bolsonaro. O STF manda que o governo zere a fila de espera para entrar no programa, pelo menos mais 1 milhão de famílias. Vejamos que santo será descoberto para cobrir outro.