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Empatia, simpatia e compaixão transformam o mundo e os negócios
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Adriana Schneider é CEO da Humanare by Cicclos, consultoria referência nacional em Gestão Humanizada e Certificada com Empresa B. É embaixadora do Capitalismo Consciente no Brasil. Membro ativa da Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), Grupo de Praticantes de Estruturas Libertadoras, Facilitadores do Thinking Environment, Teoria U (MIT), Comunicação Não Violenta (CNV). Psicóloga, pós-graduada em Educação pela PUC-Rio. Foi gerente de grupo de produtos de Educação Corporativa e Sustentabilidade do Senac Rio, gerente de Produtos Online da FGV e diretora de Relacionamento da Etalent.

Empatia, simpatia e compaixão transformam o mundo e os negócios

Para lidar com tudo, temos sido convidados a despertar e a potencializar habilidades socioemociais que muitos erroneamente usam de forma intercambiável
Tipo Notícia
As organizações devem olhar mais para ambientes de trabalho mais saudáveis e humanizados (Foto: Mohamed Hassan por Pixabay )
Foto: Mohamed Hassan por Pixabay As organizações devem olhar mais para ambientes de trabalho mais saudáveis e humanizados

Vivemos um momento de transformação planetária, uma nova economia está em curso, os novos desafios de desenvolvimento organizacional perpassam por criar ambientes de trabalho mais saudáveis e humanizados.

O fato é que nos últimos anos, antes mesmo da pandemia, o modelo econômico baseado na escassez onde para um ganhar outros devem perder tem tornado os ambientes de trabalho em locais inseguros, hostis e adoecedores.

Os números não mentem, há a cada ano, um aumento significativo de transtornos mentais (e/ou estão sendo mais diagnosticados) potencializados pelo excesso de stress, ansiedade, competição, glamourização da produtividade.

Adoecem as pessoas, adoecem os negócios, adoecem a sociedade e o planeta.

Para lidar com tudo isso, temos sido convidados a despertar e a potencializar habilidades socioemociais que muitos erroneamente usam de forma intercambiável, são elas:

  • Empatia é sentir o que uma pessoa está sentindo
  • Simpatia é entender o que a pessoa está sentindo
  • Compaixão é a disposição de aliviar o sofrimento do outro

 

 

Desmistificando Empatia…

Quando sentimos visceralmente o que outra pessoa sente é uma vivência de empatia. Graças aos “neurônios espelhos do cérebro, a empatia pode surgir automaticamente quando você testemunha alguém sofrendo.

Às vezes, não sentimos automaticamente a sensação do outro. Daí nossa capacidade criativa entra em ação e abre-se um outro caminho para a empatia – nos colocarmos no lugar de outra pessoa.

Algumas coisas que pouco refletimos sobe a: ela é uma habilidade emocional neutra, pode ser utilizada para identificar sentimentos negativos como também positivos como a alegria. Assim como tê-la bem desenvolvida é uma ferramenta que pode ser utilizada para tanto para fazer o bem e quanto o mal, precisamos ter consciência de nossa real intencionalidade ao agir.

"Empatia é o sentir com as pessoas, é uma escolha vulnerável porque requer que uma pessoa toque em algo pessoal que a faça se identificar com a luta de outra pessoa e, então, crie uma conexão." Brené Brown (Universidade de Houston)

 

Diferenciando a Simpatia…

Pode ser complicado diferenciar simpatia e empatia. A principal diferença é que na simpatia não experimentamos o sentimento de outra pessoa, porém somos capazes de entender o que a pessoa está sentindo.

Isso explica por que você envia cartões de condolências quando o ente querido de seu amigo faleceu. Você não está sentindo a dor dessa pessoa, mas quer que seu amigo saiba que você está ciente do sofrimento dela.

Simpatia é… É a atração que algo ou alguém é capaz de provocar em outras pessoas. Isso quer dizer que quando você divide alguma sensação com alguém, quando há simpatia pela ação ou emoção do outro, é bem fácil existir essa compreensão empática, aproximando as duas palavras. É possível, no entanto, existir a empatia sem existir a simpatia.

"Ninguém é completamente indiferente a felicidade ou a miséria dos outros.
"
David Hume (Tratado da Natureza Humana, 1738)

Investindo na Compaixão…

A compaixão aumenta a empatia e a simpatia. Quando você é compassivo, sente a dor do outro (isto é, empatia) ou reconhece que a pessoa está sofrendo (isto é, simpatia) e então faz o que pode para aliviar o sofrimento da pessoa.

Em suas raízes latinas, compaixão significa “sofrer com”. Quando você é compassivo, não está fugindo do sofrimento, não está se sentindo sobrecarregado pelo sofrimento e não está fingindo que o sofrimento não existe. Quando você pratica a compaixão, pode ficar presente no sofrimento.

Uma distinção importante entre empatia e compaixão é como elas podem afetar seu bem-estar geral. Se você sente frequentemente a dor de outra pessoa, pode sentir-se oprimido ou esgotado.

A compaixão, no entanto, é um recurso renovável. Quando você é capaz de sentir empatia, mas estende a mão para aliviar a dor de alguém, é menos provável que você se sinta mal. Pesquisas indicam que a compaixão e a empatia usam diferentes regiões do cérebro e que a compaixão pode combater o sofrimento empático.

Compaixão é a virtude de compartilhar o sofrimento do outro, é desejar que o outro seja libertado do sofrimento. Não significa aprovar suas razões, sejam elas boas ou más. Ter compaixão é não ter indiferença frente ao sofrimento do outro.

"Se você quer que os outros sejam felizes, pratique a compaixão. Se você quer ser feliz, pratique compaixão.
"
Dalai Lama (A Arte da Felicidade)


Por que criar espaço para a vivência de empatia, simpatia e compaixão no mundo corporativo?

Ambientes de trabalho hostis, práticas predatórias de mercado e a competição desenfreada geram o compartilhamento excessivo das emoções negativas. Como numa panela de pressão, a empatia e a simpatia podem se tornar desadaptavas e constituir uma fonte de esgotamento.

Entendo que empresas existem para atender necessidades humanas, portanto para serem bem-sucedidas devem fazer mais do que processos, lucros, desempenho. Devem cuidar de gente e de felicidade.

Vivemos tempos de reflexão, mudanças e transformações, tempos em que a humanidade se pergunta com que recursos conta para superar desafios, acreditamos que cuidar é um dos valores essenciais para construir o mundo que queremos.

"Quando o seu critério de felicidade muda, a sua vida inteira muda. E muda para melhor.
"
Renato Godá

Empresas boas para o mundo são empresas que cuidam de todas as partes envolvidas no negócio e têm a capacidade gerar impacto positivo para a sociedade e para o planeta, Isso só é possível se tiverem pessoas empáticas, simpáticas e compassivas em todas as camadas hierárquicas.

A verdade é simples e curta: Empresas boas, são feitas de pessoas boas!

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