Cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Autor de vários livros que abordam o comportamento do eleitor. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicación Política e Comportamento Electoral en América Latina. Atualmente desenvolve pesquisas qualitativas e quantitativas de Opinião Pública
Tendo como base principal as eleições de 2018 e 2022, indago: O PL, partido de Jair Bolsonaro, elegerá bancada expressiva em 2026? A resposta a esta indagação deve considerar a conjuntura
Foto: Valter Campanato / Agência Brasil e FCO FONTENELE
Lula e Bolsonaro
Na eleição de 2018, o PSL elegeu 52 deputados federais. Em 2022, 99 parlamentares federais foram eleitos pelo PL. Jair Bolsonaro estava filiado às épocas aos respectivos partidos. Portanto, a conclusão é que o bolsonarismo contribuiu fortemente para que PSL e PL conquistassem espaço na Câmara Federal.
Tendo como base as eleições de 2018 e 2022, indago: O PL, partido de Jair Bolsonaro, elegerá bancada expressiva em 2026? A resposta a esta indagação deve considerar a conjuntura. É sempre a leitura adequada da conjuntura que possibilita a previsão plausível e bem próxima da realidade futura. Faço algumas observações para chegar a uma conclusão especulativa.
Na eleição de 2018, o bolsonarismo estava em franca ascensão. O referido ano representa o ponto de partida da origem e do fortalecimento do bolsonarismo. Jair Bolsonaro disputou a eleição como o candidato antissistema e perante um lulismo enfraquecido em decorrência da Operação Lava Jato. Estas duas variáveis são pontos de partida para explicar o grande número de deputados que o PSL elegeu.
Em 2022, o lulismo recupera popularidade e Lula volta como candidato à presidência da República. Duas variáveis que não estavam presentes na eleição presidencial anterior. Lulismo e bolsonarismo, ambos fenômenos de massa que provocam intensas emoções, realizaram intenso duelo. Foi a disputa das rejeições. A federação que continha o PT elegeu 80 deputados e o PL 99.
As conjunturas de ambas as eleições explicam, não necessariamente, satisfatoriamente, o desempenho do PSL, do PL e do PT em ambas as eleições. Deste modo, indago: Qual será a conjuntura de 2026? Permitam-me a previsão: 1) Lula será candidato à reeleição; 2) Bolsonaro não será candidato; 3) A direita ou a oposição a Lula terá diversos candidatos; 4) Um membro da família Bolsonaro, como Michele Bolsonaro, será candidata à presidência ou disputará a vice-presidência.
A ausência de Bolsonaro da disputa é fator relevante. Ele estará, certamente, preso, assim como aconteceu com Lula em 2018. O bolsonarismo poderá manter a rejeição estável, semelhante à de 2022; ou aumentar, em virtude de ter trazido o trumpismo para o debate eleitoral. Se a rejeição aumentar, a hipótese simples e óbvia é a de que o PL diminuirá o número de deputados eleitos. Se diminuir ou ficar estável, manterá ou aumentará a quantidade de parlamentares na Câmara.
Diante desta realidade, os candidatos bolsonaristas não devem pecar na previsão e na interpretação da conjuntura vindoura. As pesquisas de opinião, quantitativas e qualitativas, são fundamentais para decifrar a bancada bolsonarista em 2026.
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