Cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Autor de vários livros que abordam o comportamento do eleitor. Membro do Grupo de Pesquisa Comunicación Política e Comportamento Electoral en América Latina. Atualmente desenvolve pesquisas qualitativas e quantitativas de Opinião Pública
Desde 2014 que o Brasil convive com rejeições bem nítidas na disputa eleitoral. A rejeição ao lulismo possibilitou a origem do bolsonarismo. E a rejeição deste alimenta diariamente a estabilidade da força do lulismo
Foto: Ricardo Stuckert/PR e Nelson Almeida / AFP
Lula e Bolsonaro
Caso você só considere números, você terá uma análise estática da realidade e sempre diante de uma nova pesquisa será surpreendido. Todavia, se você é adepto da pesquisa qualitativa e está sempre decifrando os sentimentos dos eleitores e bem atento à conjuntura, ou seja, aos fatos que brotam diariamente na agitada realidade brasileira, você não será surpreendido com as inúmeras e constantes pesquisas.
Com base nas pesquisas qualitativas da Cenário Inteligência afirmo: 1) Independente da popularidade do governo Lula, ele estará no segundo turno em razão de que o lulismo é fortemente estruturado no eleitorado e tem seu maior volume de adeptos no Nordeste; 2) A inflação de alimentos importa para explicar a popularidade dos governos. Porém, em um ambiente em que o bolsonarismo tem alta rejeição, os eleitores comparam o lulismo e o bolsonarismo, e parte deles, optam pelo primeiro quando estão na iminência de fazer a escolha eleitoral; 3) As eleições de 2026 tende a ser entre o menos rejeitado em razão de que a direita não tem sabedoria para se livrar de Bolsonaro.
As assertivas acima evidenciam sentimentos que decifram a futura decisão do eleitor. É claro que novos eventos podem influenciar a escolha dos votantes. Mas, desde 2014, o Brasil convive com rejeições bem nítidas na disputa eleitoral. A rejeição ao lulismo possibilitou a origem do bolsonarismo. E a rejeição deste alimenta diariamente a estabilidade da força do lulismo.
Pesquisa da Genial Quaest divulgada em 20/8/2025 revela que a aprovação do governo Lula cresceu em todas as regiões do Brasil. Tal evento era esperado em razão da insistência do bolsonarismo em alimentar a sua rejeição (Caso Trump) e em virtude de que declinou a percepção da alta dos preços dos alimentos. Contudo, e sempre com base nas pesquisas qualitativas, o sentimento predominante em razoável parcela dos eleitores no instante da decisão iminente é: “Entre Lula e Bolsonaro, prefiro Lula, apesar deste governo dele não está sendo bom”.
Já anuncio que o sentimento do “menos pior” estará presente na eleição presidencial vindoura e possibilitará que o atual presidente da República chegue com grandes chances de novo sucesso eleitoral. Informo ainda que a fantástica popularidade de Lula alcançada em dezembro de 2010, mais de 80% de aprovação, não será observada em 2026 em razão da sua rejeição, a qual tem como vetores as acusações de corrupção provenientes da Lava Jato e do bolsonarismo.
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