
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
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À exceção do Bahia, que conta com o aporte bilionário do City Football Group, os clubes nordestinos precisam se desdobrar para alcançar um bom nível de competitividade na Série A. E isso inclui a formação de elenco, em que precisam ser criativos e usar artifícios para disputar jogadores no mercado. Como não existe fórmula mágica no futebol, ações que podem parecer ousadas e respaldadas por um planejamento podem representar um passo rumo à derrocada financeira.
Recém-promovido à principal divisão do Brasileirão, o Sport apostou em uma folha salarial próxima a R$ 9 milhões e investiu cerca de R$ 50 milhões em contratações que não valiam estas cifras. Dinheiro não ganha jogo, e o Leão da Ilha do Retiro é o lanterna, ainda sem vencer após 11 rodadas.
O Fortaleza ainda não chegou a R$ 10 milhões desembolsados para contratar em 2025, mas apostou em salários altos e contratos longos para jogadores de idade mais avançada, o que significa confiança em um retorno técnico, não financeiro. Os reforços desta temporada não conseguiram se firmar e quase todos são reservas — alguns já de saída do clube. Mesmo com folha mensal de R$ 10 milhões, o Leão amargou vice-campeonato estadual, eliminação vexatória da Copa do Brasil e está na zona de rebaixamento da Série A.
O vínculo de maior duração com um atleta pode representar a ideia de um planejamento a longo prazo, mas também pode se tornar um prejuízo quando o trabalho não flui e há risco de queda de divisão.
Afinal, as compras de jogadores são parceladas. Os salários altos seguem assegurados pelos contratos longos. Mas as despesas caem de forma drástica. O atleta não quer reduzir o vencimento mensal ou cair de prateleira no mercado. E negociar se faz necessário. Por empréstimo, às vezes, o clube ainda terá de bancar uma parte do custo mensal. Em uma venda, provavelmente haverá prejuízo em relação ao investimento realizado. E, em paralelo, será preciso remontar um elenco.
O Ceará sofreu na pele com esta mudança brutal de cenário, entre 2023 e 2024. Precavido, no retorno à elite, neste ano, mostrou criatividade ao garimpar peças da Série B (Willian Machado e Dieguinho), também teve espaço para nomes mais tarimbados (Pedro Henrique e Pedro Raul) e tem uma folha entre R$ 6 milhões e 7 milhões. É o segundo nordestino mais bem colocado na competição e não deve fazer loucuras nas janelas de transferências, o que ficou claro ao descartar Vina, dono de salário alto e contrato longo quando o Vovô caiu em 2022.
Ser rebaixado custa caro.
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