
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Como praticamente seis meses de uma temporada do futebol brasileiro são com janela de transferências aberta, o torcedor mais ansioso fica vidrado nas redes sociais para saber quem sai e quem chega ao seu time do coração. E entre tantos vídeos, notificações, informações, incorpora ao vocabulário dois jargões do mundo jornalístico: furo e barrigada.
O fã mais ávido por notícias seleciona quem acompanhar nestes períodos, desde nomes internacionais a referências nacionais. Quando Fabrizio Romano lança o "here we go" ou César Luis Merlo afirma que há "trato hecho", os torcedores costumam confiar, por mais que pareça uma negociação improvável. Eis o furo, talvez o maior momento de glória de um jornalista.
Mas sempre há o outro lado da moeda. É bem provável que você lembre de uma informação sobre uma negociação que nunca existiu ou que não se concretizou e virou lenda entre os torcedores de um determinado clube. Não faltam exemplos. Essa é a barrigada, talvez o pior momento de um jornalista. E o torcedor também marca os nomes de quem deu essa informação.
Pode parecer difícil de entender, mas há uma linha tênue entre os dois casos. Não é o repórter que negocia, que dá o "sim" ou que assina o contrato. Portanto, até que haja o acordo e o papel esteja preenchido por todas as partes, qualquer reviravolta é possível. O frio na barriga para apertar "publicar" sempre aparecerá, entre o dilema de uma notícia exclusiva ou um erro.
Um furo pode virar uma barrigada se um jogador muda de ideia ou se um clube desiste devido à pressão da torcida, por exemplo. Até mesmo na outra via, e a cobrança dos torcedores levar os dirigentes a mudarem de ideia e buscarem uma contratação antes descartada. A volta de Vina ao Ceará parece ter sido nestas circunstâncias.
Com o meia livre no mercado por dois meses, o departamento de futebol não havia se movimentado para uma negociação e não demonstrava grande interesse. Mas vieram três derrotas consecutivas somadas à ausência de reforços. E mais pressão sobre os dirigentes. Só então o Vovô se apressou para fazer uma investida e fechar a contratação, que, em off, fora descartada com grande convicção nas semanas anteriores.
O furo sobre as poucas chances de Vina retornar ao Ceará virou uma barrigada? É compreensível que o público entenda assim. Mas os jornalistas não inventaram a notícia, apenas repassaram o que ouviram de pessoas do clube, que mudaram de posição diante do momento. O mercado da bola e o jornalismo são mesmo dinâmicos.
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