
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas
Fim de semana sim, outro também — além do meio de semana —, a arbitragem vira o tema principal no futebol brasileiro. São muitos erros em campo e diante do monitor do VAR. E, por isso, parece cada vez mais crível que é um problema sem solução por essas bandas.
O domingo passado, 5, fortaleceu essa tese. Foram equívocos graves no clássico entre São Paulo e Palmeiras, no momento em que o Tricolor do Morumbis ganhava por 2 a 0 — o Verdão virou para 3 a 2 depois. No dia anterior, a grita já havia sido do Grêmio, derrotado pelo RB Bragantino em outro jogo de decisões "polêmicas", expressão muitas vezes usada para apontar, de maneira mais polida, os erros dos homens do apito.
A reboque dos erros, velhas discussões e muitas teorias apontadas como soluções. Profissionalização da arbitragem, chip na bola, formação unificada, entrevistas coletivas dos juizes, profissionais estrangeiros... É certo que ao menos uma dessas pautas surgirá em alguma mesa redonda ao longo da semana.
Samir Xaud, presidente da CBF há poucos meses, já prometeu implementar o impedimento semiautomático a partir de 2026. Há discussões também sobre os árbitros virarem profissionais registrados, com foco exclusivamente nos jogos de alto rendimento — alguns se dividem com outras atividades, outros apitam na várzea para complementar renda. Quando eles não apitam, vale lembrar, não ganham "cachê". Portanto, o erro que culmina no afastamento também impacta no bolso — em cifras bem menores na comparação com técnicos e atletas.
Muitos apostavam que a introdução do VAR amenizaria as discussões sobre arbitragem, mas até parecem ter aumentado. Os diálogos que se tornam públicos em lances de revisão em campo são absolutamente caóticos e, em alguns casos, revelam erros assustadores em tomadas de decisão na cabine ou em campo, além de uma tentativa de persuasão sobre outra opinião. A tecnologia, que deveria ajudar, às vezes piora a situação por incompetência dos seres humanos que ficam diante das muitas opções de imagem de uma jogada.
Até o fim do ano, outros erros ocorrerão, e mais dirigentes, treinadores e jogadores ficarão na bronca. E em 2026 terão tantos outros. Após indicar um norte de melhora com o novo calendário do futebol brasileiro, a arbitragem agora parece ser o principal problema para se resolver. E sem solução fácil.
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