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Copa do Mundo com 48 seleções: virou passeio, amigo
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Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas

Copa do Mundo com 48 seleções: virou passeio, amigo

Copa do Mundo com 48 seleções deve render ótimas histórias de equipes estreantes ou sem tradição, mas também uma queda do nível técnico dos jogos
Tipo Opinião
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Copa do Mundo terá 48 seleções (Foto: Fabrice COFFRINI / AFP)
Foto: Fabrice COFFRINI / AFP Copa do Mundo terá 48 seleções

Entre os sopros de ilusão com o hexa e o pessimismo — ou realismo? — à espera de uma nova eliminação precoce no mata-mata, o torcedor da seleção brasileira só costuma mergulhar no clima de Copa do Mundo semanas antes da bola rolar. O nível dos adversários nas Eliminatórias e a quantidade de vagas ofertadas não causam temor de uma ausência na competição. Ainda mais com o novo formato.

A partir da edição de 2026, que terá jogos nos Estados Unidos, no Canadá e no México, serão 48 equipes, divididas em 12 grupos. O torneio terá 104 jogos. E muitas caras novas em campo, sobretudo para aqueles torcedores que só gostam de acompanhar futebol em época de Copa.

Curaçao, Jordânia, Cabo Verde, Haiti e Uzbequistão, por exemplo, já garantiram presença. Iraque, República Democrática do Congo, Suriname e Nova Caledônia são outras seleções sem tradição que ainda estão na briga dentre as seis vagas restantes. Faltam 202 dias, mas quase todos os participantes da Copa já estão definidos, e o sorteio das chaves será no início de dezembro.

A presença de seleções sem tradição proporciona grandes histórias. O Esportes O POVO contou que Curaçao tem população menor do que Sobral; a festa foi imensa pela classificação para o Mundial. Pode ser uma chance única de enfrentar uma Espanha, uma Argentina, um Brasil...

Para quem ama Copa — que pode ter ótimos duelos entre seleções ruins e confrontos insossos entre favoritas —, a maior quantidade de partidas é um deleite. Quatro jogos por dia para acompanhar na fase de grupos. Mas é claro que o nível técnico vai cair, e os times mais fortes, sobretudo aqueles que pegarem chaves mais acessíveis, terão vida fácil.

O discurso da Fifa é de democratizar e globalizar o futebol, oportunizando que mais países se envolvam com a competição. Mas a inclusão de 16 vagas no torneio a partir da próxima edição é uma medida política: as confederações continentais mandam mais representantes para o Mundial, garantindo uma boa relação com os filiados — que vão manter os dirigentes no poder — e um elo de satisfação com a Fifa, garantindo votos para o presidente da vez. Ou seja, todo mundo fica feliz no jogo dos bastidores.

Ainda assim, os estreantes devem estar ansiosos pelo início da Copa, na expectativa de aprontar contra algum rival gigante ou ser a zebra em um dos grupos, chegando ao mata-mata. O populismo da Fifa ou a queda do nível técnico não são problemas destes torcedores, que devem se mobilizar para assistir aos jogos em êxtase, sem uma pressão desmedida por resultados, nem à caça de vilões em caso de tropeços. Uma realidade bem diferente à do Brasil.

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