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A velha nova realidade que bate à porta
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Coordenador do Esportes O POVO. Jornalista curioso sobre os bastidores do mundo da bola e apaixonado pelo jogo nas quatro linhas

A velha nova realidade que bate à porta

Ceará e Fortaleza se habituaram a disputar a elite do Brasileirão de 2018 para cá, mas terão de se adequar para encarar a Série B no próximo ano
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A temporada acabou com gosto amargo para Ceará e Fortaleza. As expectativas e os objetivos cobiçados ruíram com as quedas de mãos dadas para a Série B, o que traz uma nova — porém já conhecida — realidade para os clubes.

O Tricolor, consolidado na elite do Brasileirão depois de sete temporadas consecutivas, iniciou o ano com contratações de impacto, uma Copa Libertadores a disputar e o sonho de nova campanha histórica na competição nacional. Deu tudo errado. Apesar da tentativa de reação nas última rodadas, o Leão caiu, o que fez justiça à péssima campanha ao longo do campeonato.

Foram oito anos seguidos entre os 20 principais clubes do País, com constante aumento de receitas, estrutura e investimentos. Agora, com redução considerável no faturamento, será preciso enxugar os custos e negociar jogadores para minimizar os prejuízos. Compras parceladas, salários altos, reformas na sede, jogos internacionais ou contra os principais times do Brasil... O Fortaleza precisará se adequar ao novo cenário.

Já o Alvinegro começou 2025 com o bicampeonato estadual e de volta à Série A, com a expectativa de novamente se consolidar na elite. Também deu errado. Apesar de uma campanha sólida na maior parte da competição, a equipe vacilou na reta final e foi rebaixado com uma dura derrota em um Castelão lotado.

O Vovô esteve na Segundona em 2023 e 2024, tentando equilibrar as contas após cinco anos seguidos na Série A (2018 a 2022) e uma reorganização necessária a partir daquela queda. Seguir na divisão principal, portanto, seria um respiro depois de temporadas difíceis e um passo para sonhar com objetivos maiores, como uma vaga na Sul-Americana que já parecia palpável no ano de retorno. Agora será preciso remar tudo novamente.

Ainda tímidos no mercado da bola, com poucas saídas e sem chegadas, Ceará e Fortaleza optaram por manter as estruturas dos respectivos departamentos de futebol e trocaram os técnicos: o Vovô escolheu Mozart, atual campeão da Série B, para o lugar de Léo Condé, e o Leão contratou Thiago Carpini para substituir Martín Palermo.

A divulgação da tabela da Série A de 2026, que não ficava sem clube cearense desde 2017, já foi mais um choque de realidade. Os reforços que virão por aí também darão o tom do novo patamar de alvinegros e tricolores. A dupla entra como protagonista na Segundona, com a responsabilidade de retornar à elite de maneira imediata.

Não será fácil, mas os torcedores já conhecem a realidade de encarar adversários sem tanto glamour e fazer contas pelo acesso. Até a mística de atuar no PV na tradicional sexta-feira à noite de Série B pode ser retomada. Por que não sonhar com mais um título nacional para o futebol cearense? Feliz 2026.

 

Foto do Afonso Ribeiro

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