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No Brasileirão dos malabarismos, maratona de jogos nunca acaba
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

No Brasileirão dos malabarismos, maratona de jogos nunca acaba

Tipo Opinião

.UMA rodada atrás da outra, sem tempo de respirar, partidas entulhadas, nos mais diversos e estapafúrdios horários — qual este de hoje à noite, Fortaleza x Sport — o Brasileirão segue em sua marcha galopante. Não há tempo a perder, embora haja tempo pra terminar, varando este ano atípico de 2020 com pandemia, porém, sem público. Enfim, seja lá o que Deus quiser.

.FORTALEZA x Sport, hoje, Castelão, nem bem o sol estará se pondo, é uma prova, provada desta correria desenfreada da Série A, na tentativa de ganhar todos os espaços, mesmo com partidas atropelando as outras, não vem ao caso. Os clubes não quiseram assim? Então terão de engolir calados, sem protestos, nem resmungos. Muito menos catando bodes expiatórios, a não ser eles próprios.

APONTEM UM CULPADO?

.NESTE cartório de calendário cheio de malabarismos, nem apontar um culpado se pode. CBF, que sempre paga o pato, está isenta. Dependesse dela, a competição estaria suspensa até que tudo se passasse. Argumento dos clubes, contudo, foi avassalador — se em todo canto do mundo a bola está rolando com pandemia e tudo, porque aqui seria diferente?

DA BOCA PRA FORA

.SE assim, com o concordo dos governos estaduais, mas em obediência a um tal protocolo cuja rigidez é só da boca pra fora, assinado um papel, podem deixar a bola rolar. Se correrão riscos? Correrão todos. Aqui, na Europa, nas Américas, na China, no Afeganistão. Todos sabiam com antecedência, ninguém passará recibo de bobos ou de alienados.

DE GRAÇA, NUNCA

.QUEM está na disputa do Brasileirão também não pode reclamar de prejuízos. Os canais de televisão estão pagando, as publicidades nas camisas também dão sua colaboração, junta daqui, junta dali, o barco vai sendo carregado. Se as finanças estiveram controladas dá pra atravessar este quasímodo calendário. Falta de público, sim, podia rechear os cofres, mas sem a presença de torcedor, aqui pra nós, perde a graça.

BOA PEDIDA

. JOGO de hoje será uma boa pedida para quem tem o privilégio de acompanhar pela tevê, ou pelas emoções que o rádio provoca. Sou muito mais o rádio, até porque foi nele que fui gerado na profissão. As demais atividades vieram por osmose. Televisão, com aquela narração arrastada, me provoca bocejos, além de ser um ótimo sonífero. O rádio é diferente. Narrador vibrante, então, a bola leva sempre perigo de gol. Precisamente aí onde o torcedor opta pelas ondas do rádio.

QUEM É QUEM?

.FORTALEZA vem em campanha regular, ainda não aprumou o passo. Sport deu um salto de qualidade, a partir da troca de técnico. Ceni tem muito a ver com esses altos e baixos do Tricolor. Ele nunca repete o mesmo time de uma partida pra outra, embora insista em dizer que seu time atua de forma vertical e aguda. Na teoria dele, pode até ser. A prática, porém, mostra outra coisa e o torcedor não é trouxa.

LONGE DOS OLHOS

. CEARÁ segue a marcha batida do Brasileirão, mas só amanhã, cedo da noite também, na longínqua Porto Alegre. Enfrenta o líder do Brasileirão, caso do Internacional, que disparou à frente dos demais. Quem parte primeiro chega primeiro? Pode até ser que não, mas não deixa de ser um bom prenúncio.

ARRANCA-RABO

.ALVINEGRO seguiu desfalcado de alguns jogadores que provocaram suas expulsões no jogo contra o Santos. Alguns de propósito, caso do Leandro Carvalho, que não tinha nada a ver com o arranca-rabo entre o técnico e o árbitro. Guto Ferreira, que é peso-pesado, contra o invocado árbitro Reway, que adora uma confusão, que se atassem. Solidariedade demais é como esmola grande, que o cego desconfia...

ANTES QUE (EU) ESQUEÇA...

.PARA os que acreditam que tabu não passa de história de trancoso, o Ceará não vence o Santos há uma década. Ok, ok, e eu com isso?

.NUMA reserva impiedosa, Orobó, que aqui chegou pro Fortaleza com a fama de artilheiro do Brasil, perdeu o trono pro Léo Gamalho. Aquele mesmo, que adora uma tiara, com 16 gols. Com o Ceni, que tomou implicância com ele, o Orobó sempre no banco, demorará um bocado pra reencontrar as redes.

. INTIMIDADE dos árbitros, o complicado Reway só ficou 2 anos com o escudo da Fifa, desligado desde 2018. Como arranja confusão em todo jogo, a Fifa tomou-lhe o escudo. Falta a CBF fazer o mesmo.

.GANHA uma viagem a Jati, sem volta, quem adivinhar qual foi o jogo em que o Osvaldo aguentou os dois tempos seguidos. Vai ver, nem ele se lembra mais.

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