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Viagens excessivas fazem do Brasileirão um senta-levanta para cearenses
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Viagens excessivas fazem do Brasileirão um senta-levanta para cearenses

Tipo Opinião

. CEARÁ mal teve tempo de respirar após a longa viagem Porto Alegre-Fortaleza, já volta a campo pra escalar nova pedreira. Não bastasse o Internacional que o derrotou (2 a 0), terá pela frente amanhã (18 horas) o Flamengo, no Castelão. Uma pedreira atrás da outra é preciso muita picareta. Sim e daí? Sem torcida presente, o Flamengo vai se sentir a vontade. O Ceará, espera-se que também.

.POUCO mais cedo (16 horas) lá no fim do mapa, quer dizer, Porto Alegre, de onde o maior rival acabou de voltar, o Fortaleza terá pela frente o Grêmio. Rápido paralelo entre Grêmio e Internacional, os eternos inimigos do futebol gaúcho, o Colorado vai muito bem, disparou na liderança do Brasileirão, enquanto o Grêmio ainda tateia. Não se firmou. Vence uma aqui, empata outra acolá, perde mais adiante, sua campanha compara-se a um tobogã. Fortaleza, pode então, surpreender? Quem sabe. Assim como o Grêmio pode deslanchar.

AS APARÊNCIAS

. NÃO gosto de fazer previsões em futebol. É uma bobagem sem tamanho. Nesta rodada prefiro não entrar, precisamente pelas surpresas que o futebol pode provocar. Onde quero chegar? Tanto o Ceará pode arrancar pontos do Flamengo, quanto o Fortaleza tirar pontos do Grêmio. Teoricamente o Flamengo é melhor. Assim como, teoricamente, o Grêmio parece sê-lo. As teorias, como as aparências, também enganam.

ESTRAGOS

. CHAMADA Lei do Ex, mais uma invenção no futebol, pelo sim, pelo não, vem fazendo alguns estragos. Entenda-se como Lei do Ex, aquela em que um jogador, quando enfrenta seu ex-clube, deixa sua marca nas redes. Mas não comemora. Tolice e bobagem. Agora, foi a vez do Galhardo, candidato a ídolo do Internacional, pelos gols que vem marcando. Ele sempre foi bom jogador com a camisa alvinegra. Fazia gol de todo jeito, tornou-se artilheiro. A mudança de camisa não mudou seu futebol. Ao contrário, melhorou. Os dois gols do Inter foram de sua autoria. Ou seja, a Lei do Ex está solta nos gramados...

INSISTIR, PERSISTIR

. COMO todo treinador é metido a gênio, Ceni não foge à regra. Não é afeito a fazer mudanças no time, a não ser esporadicamente, forçado por contusões, cartões ou naquela de rodízio pra poupar jogador, como se ele gostasse de ser poupado. Atualmente, por exemplo, insiste e persiste no mesmo time, razão pela qual não há terremoto no mundo que o faça sacar o fraco David, assim como tomou implicância de todo jogo tirar o Osvaldo de campo. Sequer o pergunta se dá pra aguentar o jogo todo.

SOPRO DO VENTO

.Contra o Grêmio, por força do cartão, não terá Felipe, que faz dupla afinada com Juninho. Vai escalar o Ronald que já demonstrou alguma qualidade. Volante não precisa ser craque, basta ser bom marcador. Futebol brasileiro está infestado deles. Parece uma praga. Vai ver, é. Também não terá Tinga, que joga uma partida bem, contunde-se passa duas ou três sem jogar. Até um sopro maior do vento o faz se contundir.

A PIXOTADA

. GOLEIRO que nunca tomou um frango na vida jamais existiu. Sem frango o futebol perderia a graça. Assim como não existe zagueiro que não tenha dado uma pixotada. Só que às vezes é fatal, como aquela do jovem Gabriel Lacerda. Cruel porque tentou firular na frente do Inter. Perdeu a bola, veio o segundo gol. Gabriel precisa aprender com o veterano Luiz Otávio que, na grande área, não é lugar pra querer fazer bonito. É lugar pra chutões. Detalhe. Com ou sem a pixotada do Lacerda, o Ceará teria perdido o jogo.

PERDAS & DANOS

.FICO a imaginar quanto o Ceará não vai perder de dinheiro enfrentando o Flamengo aqui, sem público. Ano passado, com público recorde, botou em seus cofres uma grana robusta. Este ano, por conta da pandemia, terá de desembolsar mais de R$ 70 mil só pra pagar as despesas extras que ficam por conta do anfitrião. A continuar nesta pisada, não demora os clubes irão a falência.

SUMINDO, SUMINDO, SUMIU

.GOLS do atacante Cléber, de repente, sumiram. Parou no quinto. Parou por acaso? Uma ova! Parou desde que inventaram aquela história do interesse do Grêmio. Encheram a cabeça dele de vento, não deu certo, — se é que houve negociação — e o Cléber até desaprendeu a cabecear. Chutando, então, é uma negação. Já está na hora do Guto Ferreira apostar na experiência do Sobis, até pra justificar o alto salário que recebe sem fazer força.

BOCA DE FORNO

. IMPRENSA esportiva come o pão que o diabo amassou nas mãos da Sejuv. Dias de jogo, quem se atrever a narrar partida terá de ir pra bancada dos jornais. Sem energia. Só a dos refletores, bem entendido. Repórter que se vire pra adivinhar número das camisas e substituições. Melhor mesmo é apelar pro velho tubão, sem som ambiente, pois se não há publico presente, as almas não fazem barulho...

 

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