Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
.HAVERÁ sempre uma desculpa, as vezes até mil, para explicar ou justificar, uma derrota de quem se propunha ser o favorito diante de um adversário, pretensamente, inferior. Sem essa no futebol atual, onde a maioria se nivela, por conta de um Brasileirão feito aos trancos e barrancos.
. QUE culpa teve o Fortaleza de o Internacional ter vindo enfrentá-lo sem nove dos seus titulares? Nenhuma. E quem por acaso estava em campo, era o Inter ou não era? Resposta mais do que óbvia.
.SE valorizasse mais o Brasileirão e menos a Libertadores, naquela de poupar os principais jogadores, teria vindo completo. Fortaleza entrou em campo para enfrentar o clube gaúcho independente ou não de como ele estava vindo ou qual formação mandaria ao Castelão.
TREMENDO NO CALÇÃO
.OU então deve ter passado pela cabeça do técnico argentino Coudet, que só com as camisas já deixaria o Fortaleza cheio de medos. Vai longe o tempo em que só as camisas deixavam o adversário tremendo no calção. Hoje o futebol é bem diferente com suas evoluções.
NEM O EMPATE
. TRICOLOR ganhou de 1x0, golaço feito pelo volante Felipe, de fora da área. E o fez de forma merecida, até porque foi o melhor em campo. Que o Internacional atacou em busca ao menos de um empate, claro que sim. Mas de forma desengonçada, razão pela qual nem o empate faria justiça.
O QUEBRA GALHO -
. DESFALQUES por desfalques o Tricolor teve que improvisar Marlon, que nunca foi lateral-direito na vida, posto que os dois titulares não podiam jogar. O jeito que Ceni teve foi improvisar. Marlon deu conta do recado dentro de suas possibilidades. Naquela do quebrar o galho. O que fez então? Jogou numa faixa de campo sem se arriscar a ir até onde devia ir. Marlon tem estrada no futebol.
BELA SUBIDA -
.CASTIGO para o Internacional. Com a derrota perdeu a liderança do Brasileirão, passado pra trás pelo Atlético Mineiro, além de permitir que os outros encostassem mais ainda. Ótimo para o Fortaleza que faturou 3 pontos preciosos, deu uma bela subida na tábua de colocação. Nem se discute a vitória Tricolor, líquida e insofismável.
PEDRA NA LUA -
.E O EMBALADO Ceará, hein! Goleado pelo lanterna do Brasileirão, Bragantino, para surpresa geral. E lá se vem outro amontado de mil desculpas amarelas pra tentar tapar o sol com a peneira. Perdeu feio jogando pedra na lua. Bragantino construiu sua goleada logo no primeiro tempo sem dar chances ao Alvinegro. O segundo foi só pra administrar o placar.
EFEITO LÁZARO
. JÁ é histórico no Ceará, ressuscitar quem está lá embaixo. É o tão conhecido "efeito Lázaro" de outros carnavais, com o perdão da Bíblia. Quase sempre essa pecha funcionou nos Brasileirões da vida. Basta fazer um levantamento dos últimos 5 anos.
GALINHA MORTA -
. DESCULPA de que, fato do time ter jogador na quarta, pela Copa do Brasil, contra o inexistente Brusque, de lá viajado para Atibaia, também não cola. Quem participa de duas competições paralelas, deve saber o que lhe virá pela frente. Ou, seguramente, por enfrentar o fona da Série A, o Ceará tenha se descuidado de se preparar melhor, achando que o Bragantino seria uma galinha morta. Estrepou-se todo.
.ESNOBISMO? - TIME do Interior paulista pode não ser esse balaios. Mas pior que o Brusque não seria. Guto Ferreira estava na obrigação de saber disso. Deve ter entendido que se estava na lanterna não chegaria a causar pavor. Estrepou-se de novo. Ceará levou um baile, se arrependido pelo esnobismo. Se é que houve.
ERRO ELEMENTAR
. SEMPRE adverti, embora não seja a pessoa mais indicada, de que ficar poupando jogador por cansaço, enxergando que lá frente estaria diante de uma decisão da Copa do Brasil, é um erro elementar. Como se o Brusque fizesse medo a alguém ou tirasse o ronco alvinegro. Se essa for a desculpa, sugere-se o Gordiola ficar calado.
VIOLA NO SACO
.PERDEU, foi goleado, teve o prazer (?) de ressuscitar o Bragantino, retirando-o da lanterna, da zona maldita, não há desculpa. É meter a viola no saco, cantar o amor febril, seguir em frente. Convencer-se de que o efeito Lázaro funcionou mais uma vez. O Bragantino, penhorado agradece...
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