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Afinal, a saída de Bergson do Ceará rumo ao Fortaleza foi ou não foi rasteira?
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Afinal, a saída de Bergson do Ceará rumo ao Fortaleza foi ou não foi rasteira?

Tipo Opinião

.RASTEIRA no futebol dista do tempo das diligências, porém, continua resistindo até hoje, dependendo dos protagonistas. Especialmente se rivais.

.ESTA do Bergson, para o Fortaleza, ao deixar o Ceará dizendo que iria para a Ponte Preta, por mais que digam que não foi, estão querendo a enganar a quem?

. QUE o Ceará tenha sido ludibriado a história é outra. Se a Ponte Preta de nada sabia, estão querendo enganar a quem — ao distinto público ou tapar o sol com a peneira?

UM A MENOS?

.POR etapas. Ceará liberou o jogador de graça pra Ponte Preta, que precisava de um camisa 9, escolheu o Bergson. Podia ter pedido o Rodrigão, por exemplo, mas preferiu o outro.

.ALVINEGRO, que queria se livrar do Bergson, peça inútil na avaliação do departamento de futebol, referendado pelo técnico Guto Ferreira, seria um a menos, além de diminuir a folha de pagamento.

.AFINAL, ele estava lá faz bom tempo. Em 41 jogos, nunca foi o artilheiro tão sonhado, portanto tratado como peso morto. Livrar-se dele seria um alivio. Ok, ok. Mas nunca para o maior rival.

CAMINHO ATRAVESSADO

.HÁ interrogações inquietantes em todo este episódio. Vamos a elas? Por qual razão, de repente, Ceni encheu-se de encantos por Bergson?

.OU alguém tem dúvida de que o interesse partiu dele, não da diretoria? Pronta resposta — nada passa no elenco do Fortaleza sem que a palavra final seja do treinador, até mesmo mudar o rumo de um jogador do rival maior.

.PRESIDENTE Marcelo Paz, em nome da politica de boa vizinhança, podia ter impedido exatamente para não pisar nos calos de Robinson de Castro, com quem tem boa relação? Podia e devia. Não moveu uma palha para não confrontar a decisão do Ceni.

GOLPE FATAL

.FORTALEZA engendrou plano que acabou dando certo. Sugeriu à Ponte Preta mandar o Orobó, até outro dia artilheiro do Brasil, mais novo, desde que liberasse o Bergson, que já estava com o passe na mão.

.EXATAMENTE aí onde deu o golpe fatal. Mandaria o Orobó, pagando seus salários, a Ponte não cairia com nada, desistiria do Bergson que, no Ceará, ganha bem mais.

. CLUBE paulista topou no ato, negócio fechado, prego batido, ponta virada. Bergson só fez esperar o táxi que saía de Porangabuçu rumando para o Pici, enquanto o Orobó pegava o avião pra Campinas. Estava consumada a rasteira.

EFEITOS COLATERAIS

.QUAIS os efeitos colaterais que provocarão tudo isso? Há duas linhas de raciocínio.

.PRIMEIRA. Como o Ceará queria se livrar de Bergson, tanto faz, como tanto fez. Para qualquer um, até o Fortaleza?

.A OUTRA. Vai plantar um pé-de-cá-te-espero, naquela do quem tem com quem me pague não me deve nada.

QUALQUER SEMELHANÇA...

.CASO em questão lembra muito o do meia baiano Juninho, que estava no Ceará, revelou-se descontente, pediu rescisão alegando que voltaria ao Bahia. E para onde foi? Malas e bagagens para o Fortaleza, onde hoje é um dos seus principais jogadores.

.ESTA lição o Ceará não aprendeu mesmo. A reprise veio agora com Bergson, dando de mão beijada ao rival.

.ENTÃO, cara-pálida, as relações entre alvinegros e tricolores estão estremecidas? Pode até não estar, mas que azedaram podem ter certeza que sim.

BOCA DE FORNO

.MAX Walef entrou numa fogueira crepitante, no lugar de Felipe Alves, expulso de campo. Nem parecia que o titular havia saído...

.HÁ quem diga que ao consultar o VAR sobre o último lance da partida, após escanteio de Daniel Alves, o árbitro recebeu resposta positiva. Cabia a ele decidir marcar pênalti ou não. Toski, que não queria mais confusão pra sua cabeça, resolveu acabar o jogo ali mesmo...

. TINGA, maior figura em campo, já marcou 16 gols. Ele é múltiplo, plural, preparo físico impressionante. Que bola cheia está jogando!

. CENI repetiu o mesmo modelo tático, usado contra o Atlético-MG. Funcionou até certo ponto. Só esqueceu de mandar alguém colar no Daniel Alves, tal vinho, quanto mais velho, melhor.

. PARA quem acredita em Saci Pererê. Ceni, como técnico, nunca venceu seu ex-clube, São Paulo. E, também, como treinador, nunca derrotou o Fernando Diniz. Falta alguém neste manicômio?

 

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