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Memórias e fragmentos do Clássico-Rei
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Memórias e fragmentos do Clássico-Rei

.ENQUANTO a bola rolou (redonda ou quadrada), vá lá que seja, ontem à noite, em mais um Clássico-Rei Fortaleza x Ceará, aliás, o de número 501 oficiais, pois amistosos não entram nas estatísticas, alguns fragmentos recolhidos pelos escombros desta minha memória trêfega que, volta e meia, está me traindo. Ainda bem, o Miguel Júnior e seus alfarrábios fabulosos estão por perto pra me salvar.

VIA OBLÍQUA

. COMO há sempre uma primeira vez na vida de todos, futebol não pode fugir a essa regra. Data de ontem entrará pra história, mesmo por via oblíqua, como o primeiro clássico decisivo de final disputado sem a presença das duas maiores torcidas, posto que a maldita pandemia terminantemente proibiu.

A ORIGEM

.TEM precisamente 48 anos, pois nasceu em 1962, a denominação Clássico-Rei. Aconteceu um dia antes de uma partida entre alvinegros e tricolores. O POVO estampou, em larga manchete, o título Choque-Rei. O nome se adaptou rápido, pois, na edição seguinte, já era denominado Clássico-Rei que até hoje ficou.

REDES ESTUFADAS

.MAIOR artilheiro da história entre os dois rivais, atacante do Fortaleza Juracy Machado, em 30 jogos, balançou as redes 28 vezes, quase um por cada jogo. No Ceará, tal feito ficou para Gildo Fernandes de Oliveira, marcando 24 gols contra o Tricolor. Ficou atrás de Juracy por apenas 4 gols.

MÍNIMO DO MÍNIMO

. PARECE incrível, mas é verdadeiro. O vencedor de ontem à noite jogou apenas 10 partidas para sagrar-se campeão cearense. Conta e risco de um campeonato mal elaborado e despedaçado.

TRÊS EM UM

.CURIOSIDADE matou o gato? Mais uma. Ontem, em 2020, também acabou para o Fortaleza a terceira competição a (Sul-Americana, Nordestão e Cearense) enquanto para o Ceará é a segunda, posto que não esteve na Sula.

GOLEADAS

.NEM sempre foi pau a pau o duelo entre Fortaleza x Ceará. Já ocorreram duas goleadas históricas, para os dois lados. Década de 1920, o Tricolor aplicou sonoro 8 a 0 no rival alvinegro.

.PASSADOS 28 anos, quer dizer, 1955, o Ceará venceu de 7 a 0, por menos um gol não devolveu o mesmo placar.

O ESTOPIM

.ENFIM, como nasceu essa rivalidade que se tornou eterna entre os dois? Anotem. Final do returno do campeonato de 1922, o Fortaleza venceu a primeira partida. Empolgado com o feito, resolveu comemorar no Rotisserie Sportman, na Praça do Ferreira.

.CEARÁ venceu o jogo de volta levou o título. Como provocação, comemorou justamente no mesmo local. Foi o estopim para nascer daí a eterna rivalidade.

ÍDOLOS E CRAQUES INESQUECÍVEIS

. CADA clube e seus ídolos inesquecíveis. No Ceará, ninguém superou a dupla Gildo e Mitotônio. No Fortaleza, como esquecer Moésio Gomes e Clodoaldo, mais recentemente?

. DETALHE relevante. Ídolo é uma coisa e craque é outra. No Fortaleza, ninguém superou Mozarzinho como seu craque maior. No Ceará, dentre tantos, fico com o baiano Zé Eduardo, apesar de Amilton Melo, que vestiu as três camisas dos grandes clubes, cujo berço foi o Ferroviário, paixão da minha vida.

TÍTULOS PARA SEMPRE

. CEARÁ conseguiu ser tetracampeão duas vezes, mas a primeira sua torcida nunca esqueceu. Aquele do gol de Tiquinho, que jamais foi de balançar as redes, após os 40 minutos. Presidente da época, Eulino Oliveira, o coração de ouro, cunhou frase célebre — "Crise no Ceará em acabo com uma mãozada só".

.FORTALEZA logrou apenas um tetra, na gestão do grande Renan Vieira. Ficou cravado na memória do torcedor e do Tricolor. Deram-lhe o apelido de "Presidente campeão do tetra", que orgulhosamente carrega até hoje. Outro igual? Sabe-se lá quando. Grande Renan!

.CEARÁ foi (quase) tetra outra vez, em cima do Fortaleza, mas o pão foi-lhe tirado da boca aos 47 minutos, final dos acréscimos, gol de Cassiano, até hoje entrou para a história. Ele, Cassiano e o número 47. Que para o Ceará se tornou maldito.

BOCA DE FORNO

.BOATOS surgiram antes do clássico de ontem à noite e se aceleraram após. Por não ter conseguido a vinda do técnico espanhol Ramirez, o Palmeiras focou seu radar sobre Guto Ferreira, do Ceará. Verdade ou mentira? Liguem os fios.

 

Foto do Alan Neto

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