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Ranger de dentes: as brigas da reta final de Brasileirão
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ranger de dentes: as brigas da reta final de Brasileirão

Tipo Opinião

.NESTA reta final do Brasileirão, espécie de corredor polonês, apenas nove rodadas para ser concluído. Fácil é fazer as contas. Difícil mesmo é saber quem sobreviverá, pois alguns são os candidatos ao rebaixamento, total de quatro, embora pelo menos dois já estejam virtualmente degolados.

.DENTRO desta conta, digamos assim, fictícia, pois em futebol fazer previsão é sempre algo muito perigoso, pela imprevisibilidade que ele encerra. Mão no fogo, prefiro não meter, nem aconselho ninguém pela voltas e reviravoltas que podem (e vão) acontecer.

ROTA DA AGONIA

.CONTA fácil de fazer? Vamos a elas. Se faltam nove rodadas, estarão em jogo, para todos, indistintamente, 27 pontos fatais. Neste rol, infelizmente, estão nossos dois clubes Ceará e Fortaleza.

.UM deles respirando mais aliviado (Ceará), o outro (Fortaleza), infelizmente entrou na rota da agonia, muito mais pelos erros crassos cometidos pela diretoria do que pelo próprio elenco, não tão ruim assim. Saída de Ceni, já contada várias vezes, encheu até as tampas, foi a gota d'água que fez tudo transbordar. Catastrófico mesmo foi quem veio para seu lugar.

MURO DE LAMENTAÇÕES

.MAS aí é página virada, não há mais jeito e chorar leite derramado, faz aumentar o muro de lamentações. Pior não foi só o erro. Muito pior foi persistir no erro vendo o time desabar ladeira abaixo. Que encantos mil tinha o técnico Chamusca pra ser mantido durante tanto tempo no cargo?

.QUEM veio assumir às pressas, Enderson Moreira, entrou numa fogueira crepitante sem tamanho. Sua missão é uma só — salvar o Tricolor do rebaixamento, tão mais perto do que longe. Sem querer medir a capacidade de Enderson, um técnico já calejado, com experiência no ramo, ele sabe o tamanho do desafio que terá pela frente.

NÚMERO MÁGICO

.CEARÁ respira mais aliviado, sem necessitar de balão de oxigênio. Fazendo as contas, sem arrodeio, dos 27 pontos, lhe bastarão 6 pontos para respirar aliviado, se garantir cruzar a faixa dos 45, o número mágico. Teoricamente parece ser fácil, permanência no próximo Brasileirão no papo. Pode ser, pode não ser. Futebol com suas imprevisibilidades, recomenda-se um pé no freio outro no acelerador.

.ALVINEGRO leva uma vantagem que seu maior rival não tem. Qual, mesmo? Já tem um time formatado, que atua junto faz tempo, sem arriscar grandes mudanças, dentro daquele refrão do time que ganha, não se mexe. Ceará não vai além da sola do seu sapato. Nada de ousadias e precaução à vontade. O precavido vale por dois. Este o mérito maior de Guto Ferreira.

REVERSO DA MEDALHA

. FORTALEZA ao contrário. Tantas mudanças ocorridas em vários setores do time fê-lo se desonerar por completo. Desconhece-se hoje qual o modelo tático da equipe, pois cada jogo uma formação diferente. Remete-se a história da panela em que muitos mexem.

.PRECISAMENTE aí o ponto que Enderson Moreira precisa se mirar. E vai. A partir do modelo tático. Adepto do 4-2-3-1, não por coincidência o mesmo do Ceará, tenta dar um novo padrão ao Tricolor. Peças tem à vontade. Saber como fazê-las funcionar é que são elas. Ele teve uma semana cheia pra proceder tais mudanças, embora essa processo de adaptação não seja tão fácil assim.

RETRATO FALADO

.FÁCIL concluir que o retrato falado do Fortaleza, sob Moreira, é o de resguardar mais a se arriscar demasiadamente com aquela história de três atacantes velocistas, uma meia-cancha sobrecarregada a se esbaforir em campo.

.CAUTELA, embora faca de dois gumes, nunca fez mal a ninguém. O cauteloso anda em linha reta. O ousado prefere arriscar a pular o abismo ao invés de dar a volta. Mas o Fortaleza tem ainda contra si o fator tempo, que pouco lhe ajuda. Os jogos são seguidos e cada adversário mais difícil que o anterior, a começar pelo Internacional, amanhã, brigando pelo título e dentro do Beira-Rio. Que pedreira!

.CEARÁ enfrenta, no mesmo dia e horário, domingo à noite, o Bragantino, de menor peso, claro, ainda por cima dentro do Castelão. Convém não esquecer que dentro de casa o Alvinegro não vence desde outubro. Há um motivo? Devem haver vários, até hoje não descobertos.

ROLETA DA SORTE

.PARA a dupla cearense será jogo jogado a partir de amanhã. Nove obstáculos a serem transpostos e 27 pontos na roleta da sorte que decidirá o destino de cada um. Os mais competentes permanecerão. Os incompetentes sobrarão na curva.

 

Foto do Alan Neto

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