Logo O POVO+
COMBINARAM?
Foto de Alan Neto
clique para exibir bio do colunista

Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

COMBINARAM?

.JÁ se sabia, por antecipação, que o Fortaleza dificilmente pregaria uma peça no Internacional, dentro do Beira Rio. Primeiro por não ter time para chegar a tanto. Depois porque o Inter é muitas vezes melhor. O placar de 4 a 2 lhe fez justiça.

.TRICOLOR continua desarrumado, apesar de esforçado. Não é tudo, quase nada, só serve de consolo pra quem gosta de procurar um alento qualquer pra explicar o inexplicável. Perdeu porque não teve bola para tanto, pois não mereceu e pior seria. Ainda fez dois gols, chegou a empatar, mas não saiu disso, porque o Colorado virou o jogo até com certa facilidade. Deu a lógica que em futebol, quer queiram ou não, existe.

VEXAME MAIOR

.AQUI, no Castelão, o vexame foi maior. O Ceará que vinha de uma vitória sobre o Flamengo, encheu-se de brios, achando que o Bragantino por ser uma equipe inferior ao do Mengão seria fácil de ser batido. Estrepou-se todo.

.ENTROU, isto sim, solenemente pelo cano. Perdeu (2 a 1), quando até mereceu ter sido goleado não fora o goleiro Richard ter feito três defesas daquelas que nem ele saberá explicar como conseguiu. Alvinegro simplesmente inexistiu em campo. O Bragantino queria jogo e queria vencer diante de um Ceará apático, sem brilho, sem brios, opaco, sonolento e por vezes catatônicos.

.COM um detalhe. Aliás, dois. Os gols do Bragantino foram feitos de pênaltis que, malgrado o chororô dos alvinegros, existiram. O último, então, já nos acréscimos quando tudo parecia crer que terminaria empatado. E se saísse já seria ótimo negócio para o Ceará e péssimo para o Bragantino que foi muito superior do primeiro ao último minuto.

DOIS EXTREMOS

.DUAS derrotas dos dois clubes cearenses, um lá em Porto Alegre e outro aqui dentro do Castelão, dois péssimos negócios. A do Fortaleza para o Internacional, já estava escrita, como morte anunciado. Tricolor carece de tudo e suas linhas, malgrado a mudança de técnico, permanecem desentrosadas. E ao que tudo faz crer não será o Enderson Moreira que dará jeito, muito mais pela premência de tempo. O Brasileirão é um rolo compressor.

.ADEMAIS, pensar em vencer o Internacional que busca o título, ainda por cima dentro de sua casa, seria um sonho, digamos assim, quase impossível. Progresso na equipe tricolor? Qual nada! Os pecados continuam os mesmos que foram deixados como herança maldita pelo Chamusca. O Tricolor entrou em rota de desespero.

POR ACASO FOI A CAMPO?

.AQUI, fico a questionar se o Ceará foi a campo ou se ficou dormindo na concentração do hotel 5 estrelas, pelo futebol letárgico que apresentou. Guto Ferreira devia imaginar que pegaria um adversário incapaz de lhe fazer cócegas. Pelo visto, não aprendeu a lição do primeiro jogo quando foi goleado em Bragança.

.DIFERENÇA entre os dois foi visível aos olhos de todos. O Bragantino foi a campo com a proposta de vencer o jogo, apresentando suas fichas de um time agudo, audacioso, veloz, atacando o tempo todo, diante de um Ceará que se propôs a ver o adversário jogar, dominar as ações e, inerte, nem poder de reação teve. Se imaginou que ganharia na hora que bem entendesse, pisou no tomate.

.PRIMEIRO porque não fez por onde. Depois porque, time sem inspiração e pregado em campo, deixou o adversário inteiramente a vontade para fazer o que bem entendesse. Os recados da ousadia do Bragantino foram mostrados desde o inicio, obrigando a que o goleiro Richard se desdobrasse. Não fora ele, seria uma goleada histórica.

.VENCE uma partida quem tem a ousadia como sua arma principal, para ganhar tanto fazia dentro como fora de casa. O Bragantino teve isso o tempo todo enquanto o Alvinegro se limitou a vê-lo jogar, dando-lhe espaços generosos, pelos quais os atacantes trafegaram a vontade, como se estivessem em sua própria casa.

TODOS EXISTIRAM

.PLACAR de 2 a 1 foi construído através de três pênaltis. Acontece que todos existiram marcados pelo árbitro e ratificados pelo VAR. Logo não há do que reclamar, apesar dos protestos inúteis dos alvinegros. Se não teve futebol pra vencer, era se consolar com o resultado. Se foi por conta dos pênaltis, eles fazem parte da regra do jogo.

.EXCEÇÃO de Richard, que salvou a pátria alvinegra de uma derrota mais vergonhosa, quem se destacar naquele time moribundo? Ninguém. Nem mesmo Vina, cuja preguiça saltava aos olhos de todos. Quer dizer, então que se o Vina não jogar o Ceará se apaga dentro de campo? Façam-me cócegas.

.ATÉ o pênalti ele teve medo de bater após perder duas seguidas em jogos anteriores. Deixou para o Lima que foi lá e fez.

.BRAGANTINO é o tipo de time que aparentemente não se dá nada, talvez por ser do interior paulista, precisamente aí onde se enganam. Põe em prática um futebol de quem vai a campo sem medo de perder e com coragem. O futebol é feito de ousadias.

Foto do Alan Neto

Não para... Não para... Não para de ler. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.

O que você achou desse conteúdo?