. NUNCA foi tão fácil para o mistão do Palmeiras vencer o Fortaleza, ontem à noite, no Allianz, por 3 a 0, vitória construída no primeiro tempo sem nenhuma dificuldade. E podia ter sido ainda maior se o Verdão não se acomodasse no segundo tempo.

. TINHA mil razões. Primeira delas, encontrou no Fortaleza uma caricatura de time de futebol, que não ofereceu o menor perigo. Quando muito, uma ou duas bolas chutadas em direção ao gol de Weverton.

.SE o Tricolor imaginou que pegaria um Palmeiras desmotivado pelo papelão feito no Catar estrepou-se do primeiro ao quinto. Quem estava em campo era o segundo time palmeirense, descansado, queria jogo ou, na pior das hipóteses, limpar um pouco a barra do fracasso. Limpou em parte, bem entendido.

. ACONTECE que a competição era outra, caso Brasileirão e é sempre bom pontuar. Só não imaginava fosse tão fácil, diante de um adversário frágil e totalmente desfibrado.

FANTASMINHA CAMARADA

.CONVÉM lembrar — o Palmeiras tem elenco recheado de bons jogadores, entre titulares e reservas, portanto, podia vencer pelo simples fácil de não ter um adversário que sequer assustasse. O Fortaleza foi uma espécie de fantasminha camarada do qual o Verdão fez gato e sapato.

.SÓ tem uma coisa que precisa ser lembrada. Enfrentar o Vasco, uma galinha morta, dentro de casa, é uma coisa. Ter pela frente um Palmeiras poderoso dentro do Allianz Parque a diferença é abissal (que palavra!).

ALHOS & BUGALHOS

.ENDERSON Moreira deve ter confundido alhos com bugalhos. Pra começar, despovoou o meio de campo que funcionara bem. Quem então para criar? Ninguém.

.RESULTADO: o ataque ficou órfão de pai e mãe, sem ser alimentado, a não ser quando Romarinho descia pra fazer este papel que não é bem o dele. Mais à frente, David, Wellington Paulista e Igor Torres, três nulidades.

.NEM a entrada do Osvaldo, no segundo tempo, muito menos o Derley, pau puro, pior ainda João Paulo, outro peso morto. Em em nada ajudaram. O que ajudou mesmo o Tricolor não ter levado uma goleada mais extravagante foi a acomodação do Palmeiras, após os 3 a 0, se bem que em três ocasiões o Felipe Alves impediu que o placar chegasse aos cinco.

SONHO ADIADO

.SE o Fortaleza sonhou sacramentar sua permanência no Brasileirão, este sonho foi adiado para o jogo contra o Bahia, aqui, no próximo final de semana.

.TRICOLOR baiano vem também às quedas, tentando se amparar em alguma tábua de salvação nesta fase de desespero. Menos mal que o jogo será aqui. Só que o Fortaleza precisa melhorar e muito.

BOLA ROLANDO

.RETA final do Brasileirão, jogo atrás do outro, na tentativa de acabar logo com este campeonato da pandemia. E para apressar o bonde, o Ceará enfrenta, hoje, 18 horas, no Castelão, o Fluminense.

.A DUPLA está bem na fita da Série A, nas buscas de Libertadores e Sul-Americana. Pela minha matemática, tosca e vesga, estão dentro, embora preferia acreditarem mais na estatística do Minhoca, bamba da matéria.

MELHOR PEDAÇO

.ICASA, que vinha flanando na Taça Fares Lopes, passando o rodo em quem encontrava pela frente, perdeu o jogo mais importante, decisão contra o Ferroviário, por 1 a 0.

.MANCADA do regulamento marcando apenas um jogo. Por qual razão não reclamaram quando o regulamento foi elaborado? Ninguém protestou, ficou por isso mesmo.

.FOI o primeiro título oficial do ano que o meu Ferrão ganhou, bom prenúncio. De cara vai faturar R$ 600 mil, já está dentro da Copa do Brasil deste ano, que logo vai começar. Repete-se a história do melhor pedaço do bolo — não fica para quem faz e sim para quem chega primeiro e... Crau!

DOMINGO SEM GRAÇA

.MEU domingo triste e sem graça, efeitos da morte do companheiro Moacyr Luiz Dreyer, revelado no meu "Trem Bala" ainda na TV OPOVO, quase 10 anos atrás, uma figura da qual todos gostavam.

.AO criar o personagem "Nariz de Palhaço" foi um achado. Revelou seu lado sarcástico, navalhante nas críticas impiedosas que fazia, usando de poucas palavras mas dizendo tudo.

.FICAMOS todos nós, que fazemos a rádio POVO CBN, enlutados com sua passagem para o outro lado. Uma saudade imensa que vai demorar a passar, porque quando um de nós se vai, com ele vai um pedaço de cada, como registrou Quintana, ao se referir sobre o significado da palavra saudade.