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Brasileirão chega ao fim de sua mais longa estrada, com pandemia e tudo
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Brasileirão chega ao fim de sua mais longa estrada, com pandemia e tudo

Tipo Opinião
Técnico do Flamengo, Rogério Ceni pode levantar taça diante do São Paulo, do qual é ídolo (Foto: Alexandre Vidal / Flamengo)
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo Técnico do Flamengo, Rogério Ceni pode levantar taça diante do São Paulo, do qual é ídolo

- CHEGA ao fim hoje o Brasileirão mais bizarro dos últimos tempos, por entre pandemia, aos trancos e barrancos, jogos atropelados, calendário feito no seja lá o que Deus quiser.

- NÃO deixará saudades, não haverá choro, nem ranger de dentes no muro de lamentações. Se o objetivo era o de concluir o calendário e com ele mais um Brasileirão, mesmo passando de um ano para o outro, a missão foi cumprida. Entre mortos e feridos salvaram-se todos, eis o rescaldo.

CURVAS & ACIDENTES DE PERCURSO

- CABE sempre uma pergunta a mais. Que graça terá um torneio disputado desta maneira, sem rumo certo, tão cheio de curvas e de acidentes de percurso, no tocante a troca de datas, adiamento de jogos, transferência de horários e mil coisas mais? A resposta é óbvia.

- CBF fez a parte dela, rezando todos os credos do mundo, para que chegasse ao fim, mesmo diante da proibição de torcedor no estádios. A aglomeração de público poderia provocar a extensão da pandemia, assumindo proporções gigantescas.

- ABSOLUTAMENTE certo. Mas os jogadores ali nas quatro linhas não correriam o mesmo perigo, já que o contato era mais direto, inclusive com choque naturais numa partida de futebol? Eles estariam isentos, blindados e à salvo? Evidente que não.

- PERDERAM-SE as contas de atletas que contraíram a Covid, pondo em risco suas vidas, por extensão a dos seus familiares. Graças a Deus não ter havido nenhum caso fatal, porque os deuses do futebol protegem os que correm atrás de uma bola.

PONTO POSITIVO

- ÚLTIMA rodada, fim de estrada de um Brasileirão sem a graça do torcedor nas arquibancadas pra fazer toda a diferença. Campeonato anódino, amorfo, insípido, incolor.

- HÁ, contudo, um ponto positivo. Deságua em seu final premiando as melhores equipes, especialmente o Flamengo, que conseguiu dar a volta por cima, mesmo com o Ceni, que desembarcou lá desacreditado, mas cheio de esperança de fazer seu nome numa profissão tão ingrata.

- DECISÃO de hoje pode até beneficiar o Internacional, se o Flamengo perder para o São Paulo, dentro da casa em que Ceni se fez como jogador e ídolo. Só nunca esperou que fizesse sucesso como técnico, detonando a lenda de que raramente goleiro dá bom técnico. Ele quebrou este tabu.

- NÃO esquecer que Ceni deve este aprendizado aqui no Fortaleza, onde ficou por longos três anos, espécie de pré-vestibular para voos maiores. Tricolor tem o seu quinhão, e como tem, na carreira de técnico dele. Mas isso é página virada, embora nos anais da história haverá sempre capítulos especiais. Pode se apagar tudo, menos a história. Esta é para sempre.

NOSSO QUINHÃO

- QUANTO ao futebol cearense, os dois se salvaram e permanecerão no Brasileirão. Aliás, os quatro clubes nordestinos. Mas foi para o Ceará onde os holofotes se voltaram. Alvinegro fez uma campanha que, vai ver, nunca esperava e nunca sonhou. Contudo, o fez com méritos.

- FORTALEZA, mesmo através de arranjos de resultados, também salvou sua pele, embora estivesse a pique de descer. Sobreviveu, é o que importa. O resto mais passa-se o apagador. Bom para o futebol cearense? Bom não, ótimo.

MESMO TERRENO

- DIFERENÇA de que o Ceará desembarcou na Sul-Americana, mesmo terreno que o Fortaleza pisou ano passado, embora de passagem efêmera. Hoje as regras da competição foram mudadas. Até nisso o Alvinegro foi beneficiado. Mais jogos, mais grana para seus cofres já rechonchudos.

- TRICOLOR cumpre seu último jogo fora, hoje contra o surpreendente Fluminense. O Ceará se despede aqui de um Botafogo esfacelado, segurando a lanterna do Brasileirão. Como não estarão tremendo em seus túmulos Nilton Santos, Didi, Garrincha, da geração de ouro botafoguense. Mas são coisas que o tempo levou, mas a história também não apaga.

- ALVINEGROS e tricolores, à maneira de cada um, cumpriram suas missões, permanecem no Brasileirão, isso é o que mais importa. Por vias legais ou por porta de travessa vá lá que seja, estão lá dentro outra vez.

BOCA DE FORNO

- CEARÁ já arruma a casa para a temporada deste ano, tantas são as competições pela frente... /// LISTOU, por enquanto, sete reforços, mandou gente pegar a reta, sentiu o prazer de ver o Vina na seleção do Brasileirão, ou seja, os ventos uivaram a favor do Alvinegro... /// FORTALEZA ainda não deu um pio, mas dará. O futuro é incerto, mas há necessidade de uma renovação total deste elenco que o tempo enferrujou. Repetição das mesmas caras é o caminho mais curto para futuros fracassos... /// ENQUANTO isso o Campeonato Cearense prossegue, com a raia miúda. A mistura é tamanha, incapaz de se saber quem é quem...

 

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