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Os pesos de Campeonato Cearense e Copa do Nordeste e a corda que rompe nos pequenos
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Os pesos de Campeonato Cearense e Copa do Nordeste e a corda que rompe nos pequenos

Tipo Opinião

.SE para outra coisa não servir, a Copa do Nordeste, que um dia ainda verei transformada em Campeonato do Nordeste, mesmo que na outra encarnação, ao menos serve pra preencher um vácuo aberto no calendário.

.PODERIA ser preenchido pelo Estadual, mas este há muito perdeu a graça e com ele foi-se também o charme. Hoje, transformou-se num arremedo de competição, onde a turma do esfria sol entra na fase inicial esperando até que a dupla Ceará e Fortaleza entrem na dança.

.A DUPLA salta de paraquedas pegando a melhor parte do bolo, reta final do torneio. É visível a intenção da FCF, que elabora um campeonato tão mal feito. Querem que os dois rivais disputem a final. Possibilidade de zebra pode até haver, embora mínima. Os concorrentes estão abaixo da média.

.ISSO tem nome. Chama-se vulgarmente de cartas marcadas. Aliás, sem eles numa disputa final também não teria a menor graça. Basta fazer um levantamento das dez últimas decisões. Alvinegros e tricolores estavam lá na reta final. Algum mal nisso? Absolutamente nenhum. Mas precisava ser tão visível aos olhos de todos? Colabora pra isso não mais existir uma terceira força no futebol cearense que se emparelhe à dupla. Vai longe o tempo em que o Ferroviário era este.

.QUE fique bem claro. Nada contra a existência dos clubes pequenos. O que me incomoda e me provoca comichões é a discriminação visível contra eles. Mas será sempre assim. A lei do mais forte tem suas regalias e seus privilégios. Isso vem desde que o mundo é mundo.

O CAMELO E A AGULHA

.TOME-SE como exemplo a própria Copa do Brasil, onde os clubes que disputam a Libertadores têm lugar assegurados na reta final. É mais fácil um camelo entrar no buraco de uma agulha se algum clube do Nordeste estiver neste rol. Para eles, quando muito, a Copa Sul-Americana serve como consolo. Os bastidores do futebol, com tantas cartas marcadas, sempre foram mal cheirosos.

ABRE-ALAS

.COPA do Nordeste tem lá sua importância por agrupar os clubes da Região. Eles entraram neste vácuo como quem entra no céu à força. Pela CBF, a Copa sequer existiria. Teve que engolir à força e a contragosto.

.FUNCIONA como um espécie de abre-alas do calendário oficial, isto é, grifado pela CBF, dando ao vencedor a chance de entrar na terceira etapa da Copa do Brasil, o quinhão para quem for campeão. Foi por esta porta que o Ceará entrou quando se sagrou bicampeão ano passado. Um privilégio? Pode ser, porém, nem tanto.

O PÉRIPLO

.INDEPENDENTE do resultado de ontem à noite (Fortaleza x CRB), ainda naquela fase de esquentar os tamborins, o Nordestão deságua na sua edição de número 17. Parece que foi ontem, mas lá se vão quase duas décadas.

.DESFIANDO o rosário de curiosidades, dessas edições a supremacia pertence ao futebol baiano que ganhou sete títulos. Pernambuco vem logo a seguir com quatro, enquanto o futebol cearense contenta-se em ficar na terceira colocação.

.NO listão de treinadores que conquistaram mais títulos estão Guto Ferreira e Arturzinho. O primeiro ainda em plena atividade. O outro (Arturzinho) há muito deixou a profissão.

.CEARÁ teve o privilégio de ter um único campeão, caso de Oliveira Canindé, quando dirigia o Campinense, feito considerado, até hoje, como a grande zebra da Copa do Nordeste. Louve-se o time, que fez uma campanha irrepreensível, digna de todos os encômios. Por onde anda hoje, o Canindé?

.CURIOSIDADE. Dos nove estados nordestinos, só três não conseguiram conquistar um título: Piauí, Alagoas e Sergipe.

.MARCA de maior artilheiro da uma só edição da Copa do Nordeste continua de Sérgio Alves, um dos três ídolos da história do Ceará. Balançou as redes 13 vezes. Curioso em tudo isso que não foi vestindo a camisa alvinegra do Ceará, sim a do tricolor Bahia, em 2002. De lá pra cá, ninguém conseguiu superar esta marca.

MERCADO DA BOLA

.POR enquanto os clubes cearenses tentam rearrumar suas casas visando a temporada deste ano.

.CEARÁ já listou quase 9 reforços porque a estrada é longa e o caminho é deserto. A rigor, manterá a mesma base, a não ser apareça alguém disposto a levar o Wescley, mesmo só lhe pagando os salários. Insistir com ele prova que Guto Ferreira, pra não fugir a regra dos técnicos de futebol, adora uma teima.

.FORTALEZA um pouco mais modesto porque a grana é curta. Perdeu o lateral Gabriel Dias, para o maior rival e o zagueiro Paulão, cuja pedida foi considerada delirante, ameaça mesmo rumo. Se querem saber, nenhum dos dois fará a menor falta. Há melhores que eles no mercado.

 

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