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Se só temos os sapos da Copa do Nordeste, pois sentemos de cócoras com eles
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Se só temos os sapos da Copa do Nordeste, pois sentemos de cócoras com eles

.ESSE clima de apatia que se respira nas primeiras rodadas da Copa do Nordeste é absolutamente natural. Quem sai de um Brasileirão puxado e estressante, jogos seguidos, sem tempo sequer de respirar, imediatamente entra numa outra de expressão limitada, além do mais disputada por clubes só da Região, o impacto da mudança tem os efeitos de um leve abalo sísmico.

.PRIMEIRO porque, em termos de dimensão nacional, trata-se de uma gota d'água. Se for para preencher um espaço no calendário esportivo até se aceita, com as devidas restrições. Melhor ter alguma coisa pra fazer do que não ter nada, pensa assim quem criou o torneio. Se a intenção for a de açular a concorrência, naquela de quem está mais bem preparado, até certo ponto, engole-se mesmo que à força.

GOELA ABAIXO

.NA fase em que vivemos, cercado de pandemias por todos os lados, preferível cuidar de saúde do povo como prioridade única do que empurrar goela abaixo uma competição insípida e anódina. As primeiras rodadas demonstram claramente isso, embora, reconheça-se, fazer juízo de valor apressado nunca dá bom resultado.

.ESSE fastio percebe-se claramente no próprio comportamento dos atletas dentro de campo, como se uns fizessem a mesma pergunta ao outro — "Enfim, o que estamos fazendo aqui, qual o nosso destino ou pra onde vamos?".

.SE a intenção é a de tentar açular a rivalidade entre os clubes da Região, perde-se precioso tempo. Vai longe o tempo em que essa rivalidade era o prato quente entre os clubes cearenses, pernambucanos e baianos, não necessariamente nessa ordem. Hoje poucos estão se lixando pra este quesito, especialmente depois que o Brasileirão caiu no colo.

URSO DE GOLA

.EM futebol, como na vida, prioriza-se aquilo que é mais relevante, tem maior visibilidade, ganha-se mais dinheiro. Este ano, por exemplo, o futebol cearense levou vantagem sobre os da Bahia e Pernambuco pois manteve seus dois representantes (Ceará e Fortaleza) na competição do próximo ano. Alvinegro com maior brilho, Fortaleza já nas últimas, enquanto Sport e Bahia viram urso de gola para manter o status. Menos mal que conseguiram.

.CABE perguntinha oportuna — pior seria se estivessem sido rebaixados? Claro, nem se discute. Sabendo-se que conseguiram o feito deixando para trás duas expressões do futebol carioca (Vasco e Botafogo), também sem surpresa. O futebol do Rio vem em queda livre faz bom tempo. Salvaram-se Flamengo, que foi bicampeão, e Fluminense, que investiu na garotada do Xerém naquela do se colar, colou. Pois não é que colou?

.SE só temos a Copa do Nordeste pra preencher o calendário, neste interregno de tempo, lembra a história da terra dos sapos. De cócoras com eles...

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

.CEARÁ e Fortaleza estrearam neste bocejante Nordestão. Primeiro empatou com o ABC, segundo venceu o CRB sem brilho. Se a teoria prevalecesse em futebol, a dupla teria goleado. A metade das folhas de pagamento de ABC e CRB, Vizeu e Wellington Paulista pagam e ainda sobraria troco. Bola rolando a história foi outra. Menos por brilho do ABC e CRB mais por ruindade da dupla cearense. Neste quesito os dois se nivelaram por baixo.

.ALVINEGRO muito distante daquele time harmonioso do Brasileirão, enquanto o Fortaleza em (quase) nada mudou. Continuou o mesmo time irregular, desregulado, sem sistema tático definido, um amontado de jogadores. Nem pareciam jogar juntos há tanto tempo. A torcida tricolor pergunta em coro o que faz Enderson Moreira no comando da equipe ou até onde vai a teimosia de Marcelo Paz em mantê-lo no cargo?

TROCA DE CAMISAS

.NOVIDADE no mercado da bola, por enquanto insípido, anuncia a ida do lateral tricolor Gabriel Dias para o rival alvinegro. Tipo do anúncio de provocar ao torcedor pelo menos um simples questionamento — que graça o Guto Ferreira vê no futebol do Gabriel Dias?

.PARA preencher o vácuo deixado com a saída de Samuel Xavier? Gabriel nem lhe calça as chuteiras. Se foi pra pisar no calo do rival, bobagem pura. Dele o Fortaleza já queria se livrar faz bom tempo. Até porque Tinga é melhor umas dez vezes.

FEITO DO ANO

.FORTALEZA conseguiu finalmente se desfazer de Bergson, negociando-o para o futebol da Malásia. Pode ser considerado o feito do ano. Sim, porque encontrar no mercado internacional, mesmo que na distante Malásia, alguém interessado pelo Bergson são coisas que acontecem entre uma encarnação e a outra...

 

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