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O que mudaria no futebol, caso estivesse eu com a caneta na mão
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

O que mudaria no futebol, caso estivesse eu com a caneta na mão

Tipo Opinião

- O QUE faria eu se tivesse com a caneta na mão, com todo poder para mudar tantas coisas nas regras do futebol, hein, cara-pálida?

(1) - ACABARIA com impedimento nas partidas, pois torcedor adora ver a rede balançar. Time que quisesse evitar impedimento que resguardassem suas defesas ou tornassem as meia-canchas mais atentas. Evitaria também que os árbitros fossem tão achincalhados, embora alguns até mereçam, quando querem transferir aos bandeirinhas a responsabilidade de suas marcações, digamos assim, mal intencionadas...

(2) - FUTEBOL praticado com os pés, de uma canetada só acabaria com lateral batido com as mãos, totalmente fora do contexto. Com o auxilio dos pés, os laterais se transformariam em mini escanteios ou batidas de faltas pelas beiradas...

(3) - MANDARIA o VAR, gerigonça da Fifa, de volta ao seu inventor. Atrapalha mais que ajuda, pior, acabou sendo, por vezes, mais importante do que o próprio apitador que sempre foi, nas quatro linhas, boçal e soberano. Ademais o apito é dele, logo reina ali naquela gleba durante os 90 minutos. Pra completar, o VAR acabou com a polêmica, que o torcedor adora — dúvida se o gol valeu ou não. Não bastasse, o torcedor soltar o grito de gol três minutos depois, esperando a decisão do VAR é um balde de gelo. Grito de gol só serve na hora.

(4) - DIMINUIRIA tempo de jogo para 30 minutos, porém cronometrado, como o futsal. Isto é — todo vez que a bola parasse de rolar o cronômetro pararia, até seu reinício. Aí, sim, o torcedor não seria tão esbulhado na sua boa fé. Paga pra ver dois tempos de uma partida, acaba vendo pouco mais da metade...

(5) - FIFA resolveu aumentar de 3 para 5 substituições durante uma partida. Se 3 já era muito, imaginem mais duas. Não demora e vai virar pelada de beira de praia.

(6) - EXTINGUIRIA decisão por pênaltis, optando pela volta do "gol de ouro", aquele do quem fizer o primeiro é o vencedor. Não vem ao caso quando tempo ainda jogariam, mas aguentar decisão via penalidades nem sempre traduz que um time foi melhor que o outro. Pênalti não é loteria, nem sorte. É um porre mesmo. Que graça tem vibrar com gol de pênalti?

(7) - PADRONIZAÇÃO das arbitragens. Há séculos este é o grande entrave. Há uma norma, sim, mas com apito na boca qualquer árbitro pode fazer sua própria regra, prejudicando ou simplesmente se omitindo nos lances mais polêmicos, por covardia ou medo, o que acaba dando no mesmo. Havia árbitro da terra, bastante famoso, que lances dentro da área, ele virava o rosto pro outro lado...

(8) - SOU do tempo em que, como não existia cartões, amarelo ou vermelho, o árbitro se impunha em campo pela moral, por vezes pelo grito. Leandro Serpa, o melhor de todos, levava o jogo na moral. Lourálber Monteiro, o mais frio deles, dava a impressão de estar apitando sorrindo. Foi um dos raros, talvez único, a paralisar uma partida para expulsar um torcedor nas cadeiras que o xingava o tempo todo. Ou a Polícia o retirava do estádio ou não haveria mais jogo. Coronel Adélson Julião, que um dia desceu de paraquedas em pleno PV, encarava quem dele. Jogador logo medrava, desistindo no meio do caminho...

(9) - TERMINARIA com as dinastias de dirigentes em cargos diretivos, quer na CBF, federações ou na presidência dos clubes. Estabeleceria apenas mandato de cinco anos, sem direito a reeleição. Havelange foi recordista na CBF até chegar à Fifa, onde bandalheiras foram descobertas. Aqui, perdi as contas. Mauro Carmélio, o atual presidente da FCF, há quanto tempo está no trono? Dali poderá sair um dia, passando o cargo, quem sabe, para o neto. No Brasil, consta que o recordista é o do Pará com quase 40 anos. Mordomia, enfim, tem seus encantos. Aqui, houve exceção. O famoso médico dr. Bié, que não completou o mandato, achando tudo aquilo uma chatice. Tinha mais o que fazer...

(10) - O QUE antes era apenas o trio de arbitragem, hoje virou quinteto ou até sexteto, com aquela invenção de botar árbitro atrás das traves pra dirimir dúvidas. Não funcionou pois fazia era complicar ainda mais...

(11) - PARA que tocar hino nacional, ou mesmo o da terra, antes de uma partida começar? Todos perfilados, mão no peito varonil, maioria sequer sabe a letra. Chegaram a inventar até mesmo sanfoneiro tocando o hino. Não demoraria botariam até coral de igreja. Resultado — banalizaram nosso hino, que é muito bonito, perdendo apenas para o da França...

(12) - LIQUIDARIA com canetada só essa mistura de números nas camisas, a tal numeração maluca, voltando ao modelo original de 1 a 11, exceção aos reservas, mas sem essa de 88, 99, 77...

(13) - FAIR-PLAY por acaso existe numa partida de futebol? Da boca pra fora. Quando sangue esquenta e os ânimos se alteram, jogador nem liga pra esse besteirol. Quando muito, levanta adversário que derrubou, com a cara feia e palavrão pronto pra ser disparado...

(14) - JOGADOR que entrasse maldosamente no companheiro de profissão, na tentativa de lhe quebrar a perna, ou aplicar a maldita tesoura voadora, além de expulso no ato, iria direto pro xilindró, passar no mínimo 24 horas. Dali só sairia com habeas-corpus...

 

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