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No futebol como na selva, vale a lei do mais forte; pior pro Ferroviário
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

No futebol como na selva, vale a lei do mais forte; pior pro Ferroviário

Ferrão foi prejudicado por uma arbitragem que insistiu em não ver gol legítimo e agora joga a sorte no STJD para tentar uma nesga de justiça
Tipo Opinião
No lance capital da partida, a bola quicou dentro do gol e saiu, mas a arbitragem ignorou o gol legítimo do Ferroviário
 (Foto: FERNANDO MORENO/AE)
Foto: FERNANDO MORENO/AE No lance capital da partida, a bola quicou dentro do gol e saiu, mas a arbitragem ignorou o gol legítimo do Ferroviário

- QUE o Ferroviário foi prejudicado no gol de pênalti que o árbitro não marcou, embora maior dose de culpa do auxiliar que estava ao lado da trave, todos já trombetearam. As tevês congelaram a imagem, mas foi O POVO quem publicou a foto mais precisa, com a bola já dentro do gol. Uma fotografia que robustecerá, ainda mais, a defesa do clube coral.

- SARAIVADA de protestos, ameaças, até recorrer à Justiça Comum, em última hipótese, faz parte do cenário e do jogo pra plateia. O Ferrão sabe que se entrar lá, receberá punição severa. Tradução. O caso tem de ser resolvido na esfera da Justiça Desportiva. Só há esta saída. Quando? Esperem deitados.

- TRAMITAÇÃO do protesto, que deverá dar entrada hoje, quem sabe, pode ser lenta, tantos são os casos que se avolumam. O STJD não colocará o Ferroviário na fila da frente. Obedece-se à ordem de chegada. Um dia entrará na pauta. Se a Justiça Comum é lenta, deem por vista a Desportiva.

OS FANIQUITOS

- ANTES de chegar ao lance polêmico, vale lembrar que a partida foi ruim. O América-MG visivelmente desentrosado e o Ferroviário com receio de ousar. Se se atravesse, talvez ganhasse o jogo sem precisar ir aos pênaltis. Só fez o gol salvador do empate no ocaso do jogo, quando as esperança se esvaiam.

- DENTRE tantos faniquitos expostos por conta da situação, a mais gaiata delas foi aquela do Ferroviário sugerir que os jogos do América-MG não prosseguissem na Copa do Brasil enquanto o caso não fosse resolvido na esfera jurídica. Como se o América-MG fosse culpado da visão embaçada do árbitro e seu auxiliar. Se ele não confirmou o gol, problema dele, não do clube mineiro.

- OUTRA saída honrosa (?) seria a de rachar a premiação. Quem propôs tamanha asneira não podia estar no seu normal. Ainda apareceu outra. Qual? Que a CBF ressarcisse o Ferrão do prejuízo, isto é, pagasse a mesma cota, que o América-MG receberia. Já viu tamanha sandice?

- PROTESTAR é um direito que a qualquer um cabe. Espernear também. Por vezes, há excessos. Faz parte. Quando as cabeças esfriam, há de se encontrar o melhor caminho a ser seguido — o da lógica e da coerência.

PALAVRA DO MESTRE

- CARLOS Tolstoi, advogado, bamba em Direito Esportivo, que por muitos anos presidiu o nosso TJD, deu um show no meu Trem Bala das 5, da Rádio O POVO CBN.

- LÁ para as tantas, não se conteve - "O futebol, por ser movido pela paixão, muitas vezes extrapola. A razão é posta ao largo. Situações iguais, perdi o número de vezes com as quais me deparei. Foi um erro de fato, não de direito. Se há uma corte judicante pra tratar do assunto é pra lá que deve ser remetido. Procurar outros meios é cair no abismo". Grande Tolstoi!

DORES TOMADAS

- A FCF tomou as dores pelo filiado. Elementar, cara-pálida. Mauro Carmélio surgiu em cena, determinou que seu departamento jurídico desse respaldo ao Ferroviário. Bater na mesa do presidente da CBF, tal versão que surgiu por aí, seria mais fácil o mar secar. Mauro conhece até onde a sola do seu sapato pode ir.

- LAVROU protesto, se solidarizou com o Ferroviário, que mais poderia fazer? Era sua obrigação pra não passar recibo de omisso e de medroso. O Ferrão pode ser pobre, mas tem história e é nobre.

- QUEM acha que tudo pode ser desfeito e começar do zero, perde tempo e joga conversa fora. Pura lorota. A Copa do Brasil vai prosseguir, o América-MG continuará dentro e o Ferrão vai esperar que o STJD se reúna, decida pela anulação do jogo. É com essa única hipótese que conta, até porque não há outra. O resto mais é milonga. Próxima etapa da Copa do Brasil, virá com uma novidade. Clubes divididos em potes. De um lado, os poderosos. Do outro, a turma do gargarejo. O América-MG, do Lisca, está dentro. O Ferroviário, vítima do assalto, está fora. Quem acreditar que isso possa ser modificado, ganha passagem pra Olimpíada, sem pagar nada...

- FUTEBOL brasileiro, como na vida, prevalece a lei da selva, a do mais forte, com seus mil privilégios de quem tem força, poder e dinheiro. Os demais, ficam no sereno, balançando a cabeça e batendo palmas. Sempre foi assim, será sempre assim. No futebol e na vida.

RASTILHOS...

- TERMINOU o reinado de Renato Gaúcho, o mais longevo dos nossos treinadores, no comando do Grêmio. Gota d'água, derrota para um clube sem tanta expressão pela -pré-Libertadores, dentro de sua própria casa. Até estátua do Renato o Grêmio tinha mandado erigir. Não seja por isso — queima a estátua.../// POIS não é que desta vez o VAR fez falta! Ele ali, o gol do Ferrão teria sido confirmado. Colocaram em seu lugar dois árbitros, mesmo que nada... /// FERRÃO tem time limitado, porém muito bem treinado pelo Diá. Se lhe dessem melhor qualidade, o enredo seria seria outro. Falta o principal — grana...

 

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