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Ceará derrota o Wilstermann por 3 a 1 na Sul-Americana: e ainda foi pouco
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará derrota o Wilstermann por 3 a 1 na Sul-Americana: e ainda foi pouco

Tipo Opinião
Vina celebra o gol que selou a vitória do Ceará sobre o Jorge Wilstermann (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Vina celebra o gol que selou a vitória do Ceará sobre o Jorge Wilstermann

.O PRÓPRIO histórico do Wilstermann já indicava que ele não daria muito trabalho ao Ceará, dentro do Castelão, ontem à noite. Dito e feito. Perdeu por 3 a 1, ainda foi pouco. Se o Alvinegro forçasse mais, teria goleado.

.ALIÁS, teve chance para chegar aos cinco, não fora os gols perdidos por Cléber e Sáulo Mineiro, na reta final da partida, mas a vitória já estava consolidada. Perder gols feitos faz parte do figurino do futebol.

.ENQUANTO o Ceará é uma equipe bem formatada taticamente pelo Guto Ferreira, o Wilstermann vem de sucessivos tropeços no Campeonato Boliviano, ou seja, dele não se esperava mais do que aquilo que apresentou. A teoria ratificou a prática.

.APESAR de toda experiência acumulada em Sul-Americana, o time boliviano é tecnicamente fraco. Dele não podia se esperar muito. Experiência tem peso, claro, mas não ganha jogo, especialmente se enfrenta um adversário em sua própria casa, passando por ótima fase, caso do Ceará.

.WILSTERMANN teve de apelar para uma retranca disfarçada, que também não deu grande resultado. Onde falta qualidade técnica, o tamanho da bola diminui. É o seu caso, permitindo que o Ceará dominasse as ações desde os primeiros minutos, especialmente através de Mendoza, que fez boa partida, comboiado pela meia-cancha. A entrada de Naressi no posto de Oliveira deu outra luz ao setor.

.FOI dele, Naressi, a autoria do primeiro gol, aos 28 minutos do primeiro tempo. Se os atacantes não faziam, ele foi lá, resolveu a questão. Não é de agora, sim de há muito que merece ser titular naquele time.

.FOI a boa surpresa apresentada pelo Guto quando anunciaram a formação do Ceará. "Predinho", como chamou a transmissão, se encaixou no setor, aliou-se a Charles, que também passa por boa fase. Falta, apenas, o ataque funcionar melhor.

.BEM que Guto tentou, escalando Vizeu logo de saída no posto de Cléber. Atuação apenas regular. Dos jogadores alvinegros, era o que tinha mais experiência em Sul-Americana, talvez por aí Guto Ferreira quisesse justificar sua escalação. Não decepcionou, mas podia ter brilhado mais, se é que seu futebol pode chegar a tanto. Vizeu não passará daquilo.

.WILSTERMANN em nenhum momento ameaçou, a não ser quando diminuiu o placar através do gol de pênalti que Osorio bateu com categoria. Pode ter sentido a mudança de clima? Como desculpa até se aceita, não o suficiente pra explicar sua fraqueza técnica.

MOMENTO DE DECISÃO

.SEGUNDO gol do Ceará foi feito por Mendoza, cobrança de pênalti no meio do gol. Por pouco o goleiro boliviano não defende. Esperava-se que Vina se oferecesse pra bater. Sequer fez menção que estava pronto pra acabar com a quizumba. Nem fez menção.

.TALVEZ se a partida não tivesse o timbre internacional, Vina pouco se importaria em bater, perdesse ou não. Ficou provado, também, que o Mendoza não é o homem certo. Teve o mérito de se apresentar e ampliar o placar.

.VINA, contudo, foi à forra, mas de outra maneira, ao fechar o placar, 3 a 1, na primeira vitória do Ceará em sua estreia na Sul-Americana. O gol de Vina foi uma pintura, revelando toda a sua categoria. O alívio de não ter cobrado o pênalti talvez tenha colaborado pra tirar o enorme peso que carregava nas costas. Detalhe — foi seu primeiro gol com a camisa do Ceará neste ano.

.ABERTA a comporta, que fique mais à vontade. Assim espera a torcida. Enfim, ele não desaprendeu a jogar. Consta que após a marcação do terceiro gol alvinegro, Vina foi às lágrimas. Nada contra. Não é feio homem chorar...

ABERTA A PORTEIRA

.VENCER é sempre bom e numa competição internacional deve ter sabor diferente. Ceará fez seu papel como mandante, pouco se importando se o adversário tinha mais nome e peso do que futebol.

.TAIS detalhes pouco pesam na balança se a superioridade se faz presente em campo. Afinal, o Ceará estava em casa, logo, mais à vontade. Só não podia era pensar em perder ou mesmo empatar. Está aberta a porteira para os próximos compromissos pela Sul-Americana.

.NÃO foi um grande jogo, porém, longe de ser uma pelada. Os 3 a 1 ratificaram aquilo que todos sabem, isto é, a boa fase do Ceará, assim como provaram que o Wilstermann é uma equipe recheada de limitações, sem brilho, de qualidade limitada. O Ceará cumpriu o seu papel. Bom começo pra quem está pensando ir bem além. O tempo dirá. Enfim, nem sempre a primeira impressão é a que fica.

 

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