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Ceará na Sul-Americana: adeus às ilusões
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará na Sul-Americana: adeus às ilusões

O placar de 1 a 0 ainda foi injusto para o Wilstermann
Tipo Opinião
Ceará perdeu por 1 a 0 para o Jorge Wilstermann e se despediu da Sul-Americana (Foto: AIZAR RALDES / AFP)
Foto: AIZAR RALDES / AFP Ceará perdeu por 1 a 0 para o Jorge Wilstermann e se despediu da Sul-Americana

- PARECE mentira. Mas é verdade. Lamentavelmente o Ceará está fora da Sul-Americana, eliminado pelo pior time da competição, o Wilstermann, por 1 a 0, considerado pelo próprio Alvinegro como a presa mais fácil. Tê-lo como último adversário da segunda volta para o Ceará caiu do céu. Tudo na teoria, claro. Na prática saiu derrotado por um adversário - creiam - que foi melhor em todos os sentidos.

- NÃO fica só aí. O placar de 1 a 0 ainda foi injusto para o Wilstermann. Merecia ter goleado de quatro ou até cinco, sem qualquer exagero, não tivesse debaixo das traves o goleiro Richard, maior figura do alvinegro e do próprio jogo. O Wilstermann era pra ter saído de campo, no primeiro tempo, pelo menos, com três gols de vantagem. Richard debaixo das traves só não fez milagres.

CHUPANDO DEDO

- O QUE foi mesmo o Ceará fazer em Cochabamba? Passear, perambular, conhecer a cidade, contar as estrelas, conferir se aquela história de altitude era verdadeira, ver o adversário deitar e rolar em campo e sair vitorioso, com todos os méritos? Exatamente isso.

- ALIÁS, o Ceará foi dominado do começo ao fim. Jogava apenas pela vitória, o que parecia favas contadas diante da suposta fragilidade do adversário, para continuar na competição. Quem acabou ganhando a prenda foi o Arsenal-ARG ao vencer o Bolívar. E o Ceará ficou na saudade, chupando dedo.

PATÉTICO & CATATÔNICO

- PIOR vem agora. Em nenhum momento da partida do Ceará conseguiu ser superior ao Wilstermann, nem mesmo em desvantagem atrás de um mísero gol de empate. Em campo o Alvinegro era um time patético, catatônico, um bando de desconhecidos que pareciam estar ali se conhecendo pela primeira vez, apresentados no vestiário.

- NEM na mudança de tempo, quando o técnico Guto Ferreira podia modificar o rumo das coisas, conseguiu. Fez o impossível, quer dizer, o Ceará voltou pior. Errou a partir da escalação do time e, pra completar a obra, errou ainda mais nas mudanças introduzidas. Enquanto isso o Wilstermann passeava em campo, a espera de chegar as redes até conseguir através de Patito. Ainda foi pouco.

SONHOS, QUIMERAS, ILUSÕES

- A RIGOR, tirante o goleiro Richard, ninguém do Ceará se salvou. Nem Vina? Por acaso ele foi visto em campo? Só tem farofa. Aqui e ali, depois de Richard, os dois zagueiros se desdobravam pra evitar o pior. Meia cancha falha, ataque inexistente, falta de coordenação, o Alvinegro mais parecia um bando de zumbis.

- IMAGINOU o Ceará que pegaria o mesmo Wilstermann por ele derrotado aqui (3 a 1), daí imaginar ser presa fácil lá também. Afinal, era o fona do grupo, nada mais teria a perder, a não ser cumprir o tempo de jogo de depois parabenizar o time cearense vencedor. Tudo isso em sonhos, quimeras, ilusões.

- HÁ que deixar muito bem claro que o Ceará, em nenhum momento da partida, fez qualquer menção de que estava ali para sair vencedor, tamanha a apatia que se apossou do time, a falta total de lucidez ou que a aquela vitória representava pra ele continuar na Sul-Americana. Esqueceu todos esses detalhes, chutando tudo para o alto.

- TAMBÉM, é bom lembrar que o Wilstermann não demonstrou qualquer desespero ou mudou sua forma de jogar, buscando a vitória a todo preço. Atuou normalmente, foi criando as situações de gols, dominando as ações, por muitas vezes deixando que o Ceará o visse jogar, sem ser incomodado.

MÃO NA FRENTE, OUTRA ATRÁS

- ESVAIU-SE o sonho alvinegro de forma melancólica na Sul-Americana, dela se despedindo com uma mão na frente e outra atrás. Se só dependia dele pra permanecer foi o que menos vez em campo, tamanha a letargia dos jogadores com raríssimas exceções. Pequeno exemplo - ter o Joel como atacante referência é de dar dó. Ficar a espera da lucidez do Vina era de sentar na grama e chorar copiosamente. Os demais meros passageiros de uma ilusão perdida.

- VAGA que o Ceará sonhou seria dele ficou com o argentino Arsenal,

que fez em casa o que o dever lhe obrigava, vencendo o adversário até com relativa facilidade. O Alvinegro que imaginou enterrar o pior time do seu grupo, por conta do Richard não levou uma goleada enxovalhante. Tanto esforço feito, para nada, incluso aí promessa de bicho gordo além da mordomia do voo direto. De nada valeu a pena, se em campo o Ceará foi uma figurinha semelhante a de um desenho animado.

- RETORNA cabisbaixo, em busca de uma explicação, que não vai colar. Mil vezes melhor ficar calado, engolir a derrota vergonhosa e sair-se com aquela de "vai ficar pra próxima". A grande chance era esta que o Alvinegro, irreconhecível e patético, jogou pela janela.

O QUE AINDA FAZ?

- CONTANDO no dedos, é a terceira decisão seguida que Guto Ferreira perde, após a Copa do Nordeste, tricampeonato do Fortaleza e, agora, adeus na Sul-Americana.

- CABE A pergunta absolutamente oportuna - o que ainda faz no Ceará o Guto Ferreira, principal responsável pelos três fracassos?

 

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