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Os contrastes do desenxabido Ceará e do voluptuoso Fortaleza neste Brasileirão
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Os contrastes do desenxabido Ceará e do voluptuoso Fortaleza neste Brasileirão

Vovô pouco criou e perdeu por 3 a 1 para o Santos na Vila Belmiro. Leão foi senhor do jogo, goleou o poderoso Inter no Castelão e até líder calhou de ser
Tipo Opinião
Pikachu é peça importante para o Fortaleza no duelo contra o Flamengo (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves Pikachu é peça importante para o Fortaleza no duelo contra o Flamengo

. FORTALEZA goleia, e massacra, o Internacional, de Porto Alegre, ontem, dentro do Castelão — pasmem e não tenham uma síncope — por 5 a 1. Lavagem histórica, que por muito tempo não será esquecida pelo Tricolor, muito menos pelo Colorado. Foi humilhante em todos os sentidos. A história não havia registrado, até então, algo igual, logo, inédito.

.UM dia antes, sábado à noite, o Ceará perdeu para o Santos, na Vila Belmiro por 3 a 1, jogando pedra na lua. Com um detalhe — o Santos está, ainda, em formação, após a chegada do seu novo técnico, lançando vários jogadores formados dentro de casa. Não foi mais dilatado o placar porque o Santos tem suas limitações e não são poucas.

.CEARÁ, ao contrário, já tem um time encorpado, porém, passando por péssima fase, especialmente após a eliminação da Sul-Americana, quando foi despejado pelo lanterna do seu grupo. De lá para cá, o Alvinegro desandou, perdeu o caminho, embrenhou-se numa crise técnica que parece longe de ter fim.

PARALELOS

.TRAÇANDO-SE um paralelo entre Fortaleza e Ceará, fácil detectar-se que é abismal, mas simples de explicar. Como assim, cara-pálida? O Tricolor entra em campo visando vencer o adversário, tenha ele a dimensão e a fama que tiver, pondo em prática um futebol intenso, agudo, em busca do objetivo maior que é o gol.

.ENQUANTO isso, o Ceará vai a campo, seja aqui, seja fora, com pensamento voltado em não perder, aplicando a cartilha tática da precaução, vizinha e meia do medo, com um futebol sem qualquer criatividade, pobre de técnica, como se não tivesse um elenco de bons jogadores.

.OCORRE que Guto Ferreira não demonstra qualquer interesse em dar ao Alvinegro outra cara que não aquela já manjada, sem outra alternativa tática, a não ser a de uma nota só, que todos os adversários já manjaram. O Ceará parece entrar em campo com interesse em tudo, menos vencer, relegado a segundo plano.

LIÇÃO ELEMENTAR

. ENSINA o futebol a mais elementar de todas as lições. Vale desencavá-la. Quem vai a campo com medo de vencer está pedindo pra perder. Simples assim, como o bê-a-bá do jardim de infância. Equipe que não ousa, não tem alternativa tática, deixa até os próprios jogadores enfadados em repetir a mesma lição de sempre.

.TUDO isso ficou visível na vitória (3 a 1) do Santos. E olhem que a equipe santista não é esse balaios. Marinho ainda perdeu um pênalti e o zagueiro Messias, antes tão badalado, foi responsável por pelo menos dois gols santistas, em mancadas homéricas. Jean Mota, aquele mesmo, fez um gol de fora da área no qual o goleiro Richard pulou atrasado, demonstrando total falta de reflexo.

BAILE TRICOLOR

.FORTALEZA fez exatamente o oposto, mesmo sabendo que iria enfrentar uma equipe do porte do Internacional. Não o do ano passado, sim, o atual, que o técnico espanhol fez o favor de desbaratar todo, virando-o de cabeça pra baixo. Sim, porque um treinador que deixa no banco os dois craques da equipe, talvez pra demonstrar que quem manda ali é ele, está pedindo as contas. Será o segundo a cair.

. DESMORALIZAÇÃO imposta pelo baile tricolor foi de provocar abalo sísmico em todos os torcedores do Internacional. Ninguém ficará impune e o Fortaleza fez mais do que seu dever jogando em casa. Foi muito além dele. Uma goleada (5 a 1), teve repercussão em todo Brasil.

. OPOSTO do maior rival, o Tricolor entra em campo com pensamento único de vencer, pouco se importando quem está do outro lado, se famoso ou não. A cartilha do argentino Juan Pablo é a mais simples, de quem tem intenção voltada pra vencer. Qual? Atuar de forma objetiva, intensa, aguda, sempre à procura do gol do adversário.

.ESTA filosofia de jogo faz parte da principal cartilha tática do futebol da Argentina. Ao buscar algo novo, com uma lupa na mão, o Tricolor vasculhou em todos os lugares até encontrar o Juan Pablo Vojvoda livre e desimpedido.

.APOSTOU as fichas nele, até agora vem acertando. Se o Internacional seria seu principal e maior desafio para se avaliar grau da sua competência, ficou demonstrado facilmente na goleada desmoralizante. Até os próprios tricolores, queixo caído, não queriam acreditar que tudo aquilo fosse real. Parecia um sonho. Era real.

EM CHAMAS

.BASTIDORES alvinegros ardendo em chamas. Permanência do técnico Guto está por um fio. Ou pede pra sair ou será convidado a fazê-lo. Quem sobreviver verá?

 

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