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Brasileirão até agora foi apenas amostra grátis: previsão é impossível
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

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Brasileirão até agora foi apenas amostra grátis: previsão é impossível

Wellington Paulista está certo: sem público, jogos mais parecem rachões entre amigos (Foto: Fabio Lima)
Foto: Fabio Lima Wellington Paulista está certo: sem público, jogos mais parecem rachões entre amigos

.EMBRENHANDO-SE ainda em suas primeiras rodadas, torna-se muito difícil fazer previsões, otimistas ou não, de como será este Brasileirão, tão atípico quantos os tempos de hoje. Logo, toca-se a banda desafinada da maneira como é possível.

. SURPRESAS com certeza haverão. Decepções e lamentações, um enxame sem fim. Sempre foi assim, não será agora que irá mudar. Sem esses dois ingredientes perde-se a graça.

. PREVISÃO da volta de público aos estádios, quem sabe, no próximo ano. Na Europa, aos poucos, os torcedores estão voltando debaixo do olhar atento das autoridades. Sem público não tem graça, é vero, mas se o fato existe, procuram-se alternativas.

. AFINAL, é a presença do torcedor que dá vida aos estádios de futebol. Ausência deles, transformam-se em monumentais e colocais cemitérios. Televisão preenche o vazio até certo ponto, mas falta aquele algo mais, que só o torcedor tem o poder de dar, o chamado calor humano.

.QUEM melhor definiu essa situação foi Wellington Paulista, o mais veterano dos que ainda têm fôlego pra correr em campo. Sem tirar, nem por: "Às vezes dá a impressão de um racha entre amigos". Perfeito.

BALANÇO

. POR enquanto, para quem gosta de estatísticas, já se foram quatro rodadas, totalizando 37 jogos. Há boa profusão de gols, totalizando 79, numa média de 2,14 por partida. Não é muito, mas dá para os gastos. A tendência é aumentar.

.HÁ um detalhe interessante neste rápido levantamento feito pelo atento Miguel Júnior. Vamos a ele — somatório de vitórias dos mandantes alcança 14 ao todo. Podia ser melhor? Até podia. Mas nada mal.

. O QUE chama atenção mesmo é o número de vitórias alcançado pelos visitantes, total de 12, enquanto empate rasteja entre os dois com 11. Em termos de gols, os mandantes balançaram 42, contra 37 dos visitante, diferença mínima, beirando empate técnico.

.HÁ uma forma de explicar tantas vitórias dos visitantes? Há sim. Sem público nos estádios, deixa de existir aquela pressão que tonitroa das arquibancadas, uma das razões das equipes de fora alcançarem tanto número de vitórias. Em campo as equipes acabam se nivelando, com reflexos negativos na qualidade técnica.

CORAGEM DE MUDAR

. FEITO um tobogã, onde em cada rodada pode haver mudanças, é assim que o Brasileirão é tangido em sua trajetória quase sem fim, tão longa é a estrada a ser percorrida.

.FORTALEZA tem sido a ótima surpresa, permanecendo na liderança, onde se mantém para surpresa geral. Tão grande que a imprensa sulista vasculha os motivos desta transformação. Os fatores são vários, a partir da mudança de comando.

. AJUDOU, sim, mas não é tudo. Técnico de futebol, já se disse um milhão de vezes, não ganha jogo, mas pode botar tudo a perder. Tricolor ao menos teve coragem de mudar, até radicalizar. Podia dar tudo errado. Pra sua sorte, não deu. Ao menos a preço de hoje.

QUEDA LIVRE

. CEARÁ ocorre o reverso da medalha. Visível a queda livre da equipe. O que a diretoria do Fortaleza teve de sobra, a do Ceará preferiu a precaução do pé no freio, deixando o tempo passar a espera de novos ventos.

.HÁ sempre aquele desejo nutrido de que, de uma hora pra outra, tudo possa mudar pra melhor. Mas como, se a equipe desaprendeu a vencer? Futebol, infelizmente, não é poesia.

.FICAR empurrando problema com a barriga, esperando mudança dos ventos, nunca foi solução pra nada. Ao contrário. Os problemas se avolumam, a partir de que a desconfiança, dentro do próprio elenco, se instala.

.FOCO de tudo isso qualquer leigo sabe, passa fatalmente pelo comando técnico. Menos que Guto Ferreira tenha perdido as rédeas. Sim porque não se renova, não ousa, não se inova. Prefere martelar no rame-rame do lugar comum.

.TUDO isso reflete na equipe em campo. A ponto de vários deles perguntarem uns aos outros -"Só sabemos jogar assim?". Adicione-se a isso os reforços contratados, que não conseguiram empolgar. Vina não desaprendeu. Deve ter cansado de atuar daquela forma. Como principal estrela do time, óbvio ser o mais cobrado.

TUFOS DE FUMAÇA

. INDICOU-SE que Robinson de Castro vasculha nomes de técnico à disposição. Pousou em Vágner Mancini, que saiu do Corinthians escorraçado pelos torcedores.

.JÁ esteve aqui no próprio Ceará, deu-se mal. Não como jogador, de futebol refinado. Caras surradas como Felipão e Luxemburgo estão no radar.

.O QUE eles podem acrescentar se suas escolas estão cobertas pela poeira do tempo? Os tempos mudaram. Eles, pouco.

 

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