Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
- NÃO tem pra onde correr. Brasileirão será sempre assim, neste perde e ganha, desta maratona infindável de jogos. Uma corrida de cano longo. Ganha quem for mais competente e, evidente, de quem conseguir pontuar mais. Por enquanto o quadro ainda está confuso, ou seja, não se pode apostar fichas neste ou naquele. E será assim até a chamada virada da montanha ainda um pouco distante. Até lá, tome jogos medíocres.
- NO jogo do Fortaleza já se prenunciava que não teria facilidades contra o Athletico-PR de quem, constam os números, nunca venceu, principalmente jogando dentro da Arena da Baixada. Um dia essa casa cairá, só não se sabe quando e não foi desta vez.
- ATHLETICO começou arrasador e com apenas 8 minutos de bola rolando já tinha definido o destino da partida. Bom ressaltar, em duas bobeadas da defesa tricolor que foram fatais. Quem parte na frente, logo de saída, tem tempo de sobra pra administrar o placar e em alguns casos até dilatar. Ficou por aí mesmo.
ALTOS & BAIXOS
- QUANDO o Fortaleza abriu os olhos pra realidade já estava em desvantagem no marcador. Não tinha outro saída, era correr atrás do prejuízo sem perder sua forma de jogar. Por vezes surpreendendo o adversário, embora não a ponto de alcançar o empate. O Furacão tem um time bem postado, apesar da campanha sempre tenha sido de altos e baixos. Ou seja - não decepciona, mas também não brilha tanto.
- FORTALEZA tem algumas carências que saltam aos olhos de todos. Uma equipe bem postada taticamente, carecendo de melhores valores em posições vitais. No ataque, por exemplo, reside sua maior deficiência. Sem seu principal artilheiro, as coisas tendem a complicar. Vodjova deve saber disso.
PARA ALIVIAR
- AQUI, no Castelão, Ceará venceu o Juventude (2x0) aliviando as nuvens que começavam a ficar carregadas. A presença do clube gaúcho veio em boa hora e a calhar. Um adversário tido como apenas mediano, com aquela mesma proposta de jogo de quem atua fora de casa. Encher-se de precaução, desde que consiga ao menos empatar. Até onde suas limitações deram, conseguiu. Não o suficiente pra pregar uma peça no Alvinegro.
- CONTUDO os gols só saíram no segundo tempo dos pés de Saulo Mineiro. Aquele tipo de atacante que pode não ser esses balaios - e não é mesmo - mas que esbanja disposição em campo. Para o gasto está dando, mesmo porque os que estão atrás dele - tipo Jael e Cléber - não passarão daquilo. O Saulo é um pouco melhor que eles. Ou menos ruim vá lá que seja.
- O GOL da vitória veio minutos depois, com o zagueiro Gabriel Lacerda. Cria da casa cada vez mais se firmando na posição ao lado de Messias. Não é fácil jogar ali quando o titular responde pelo nome de Luiz Otávio (contundido). Lacerda tem dado conta do recado a sua maneira. Sua cabeçada foi fulminante naquele tipo de gol, a chamada jogada ensaiada. É normal no futebol. Escanteio batido, surge o elemento surpresa para subir livre e cabecear pras redes. Nem sempre dá certo, mas quando acontece o lance torna-se fatal.
- PROGRESSO no time Alvinegro? Muito pouco. Diante de um adversário apenas esforçado poderia ter deslanchado, quem sabe chegado a uma goleada. Acontece que o poder de fogo do Ceará é limitado. Lima fez bom jogo, atuando ali na entrada de área e fazendo o trivial. Tipo do jogador que não brilha, mas também não decepciona. Deste tipo, o futebol brasileiro tem às pencas.
FIGURAÇÃO
- SE o importante era pontuar, ficou de bom tamanho. Acrescentou mais 3 pontos contabilizados como (quase) certo, menos pelo que o Ceará produziu. Muito mais pela limitada qualidade do adversário. O Juventude faz, apenas, figuração neste Brasileirão. Aliás, os clubes gaúchos vão mal na Série A. Não será o Juventude que fará essa diferença.
- NA pontuação Fortaleza segue na frente, apesar de ter sido derrotado. O Ceará diminuiu essa diferença. Alento para a sua torcida que espera ver o time mais agressivo, mais ousado, mais ofensivo. Com o Guto, sem mudar uma vírgula da sua cartilha, será quase impossível de acontecer.
- ENFIM, o perde e ganha da dupla pouco acrescentará em termos de progresso, embora preferível assim, nesse rame-rame, do que despencar ladeira abaixo. Mas ainda é cedo pra se fazer tal avaliação. Do sono profundo em que se acha é papel das diretorias promover as melhoras técnicas. Isso só se faz com jogador de qualidade. Achá-lo, com o Brasileirão em andamento, cobra engolindo cobra, é que são elas...
Brasileirão não dá tempo para ninguém respirar: e tem mais jogo no fim de semana
Artilheiro do Brasil joga no Estado, mas Ceará e Fortaleza nunca nem viram
Quem põe a mão no fogo pela recuperação dos grandes, que decepcionam no Brasileirão?
Não para... Não para... Não para de ler. Acesse minha página e clique no sino para receber notificações.
