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Com seca do mercado da bola, Ceará aposta na Série B e Fortaleza na América do Sul
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Com seca do mercado da bola, Ceará aposta na Série B e Fortaleza na América do Sul

Erick, Airton e Edu devem ser as apostas do Alvinegro, enquanto o Tricolor anunciou Henriquez e Depietri
Tipo Opinião
Atacante Erick no jogo Náutico x Remo, nos Aflitos, pelo Campeonato Brasileiro Série B (Foto: Tiago Caldas / CNC)
Foto: Tiago Caldas / CNC Atacante Erick no jogo Náutico x Remo, nos Aflitos, pelo Campeonato Brasileiro Série B

- COMO a lenda do quem não tem cão, caça com gato — explicando melhor, se o mercado do futebol se fecha em busca de reforços, preferencialmente da Série A, a alternativa é caçar tais reforços na Série B, patamar menor, o que não invalida tenha bons jogadores.

- EXATAMENTE o que o Ceará fez. De cara conseguiu três, de uma raquetada só. Meia Érick, revelado no Náutico, o ponta Airton, do Cruzeiro, de Belo Horizonte, finalmente um atacante especialista, caso de Edu, na longínqua Brusque. Detalhe — todos eles estão disputando a Série B.

CAÇA-REFORÇOS

- NÃO deixam de ser três apostas vasculhadas pelo setor criado pelo Alvinegro, espécie de caça-reforços por aí afora. Preferivelmente baratos, que caibam dentro do orçamento do Alvinegro. Eles vêm exatamente para tentar preencher três posições onde o clube sente carências, por conta da suspensão imposta pelo STJD.

- SÉRIE B leva a vantagem de ser um mercado livre, à disposição de quem esteja atrás de reforços. Qualidade técnica, aí é outro departamento, mas que embute neste olhar uma espécie de preconceito.

- QUE tipo de preconceito? Se é da Segunda Divisão, quer dizer, Série B, o valor técnico é diferenciado. Pra pior, bem entendido. É o que se pressupõe, embora não seja bem assim. Nesta divisão há bons valores, sim, embora sem a projeção do patamar superior.

- HÁ outro ângulo da questão. Qual? E se nenhum deles derem nos couros, a quem caberá a responsabilidade de suas indicações? Do técnico Guto não foi. O presidente Robinson apenas referendou o que o chamado "departamento de inteligência" ou, se for o caso, o caça-reforços, quem se responsabilizou.

- SÃO confiáveis seus integrantes? Conhecem futebol para saber separar joios e trigos? Ou simplesmente entraram naquela de fazer apostas de que darão certo? E se não derem? O prejuízo financeiro, claro, não é deles, sim do clube. Fazer indicações de reforços, referendar suas vindas é algo muito sério.

FACA DE DOIS GUMES

- SE tais reforços vierem, ou se já chegaram, forem iguais ou piores dos que lá estão, como é que fica? Quem será chamado às responsabilidades? Alguém será, claro, mas não pagará o prejuízo, embora possa jactar-se pelo êxito. É uma perigosa faca de dois gumes.

- PERIGO maior é que, se o mercado da Série B também se fechar, por se tratar de uma Campeonato que tem sua importância, por se tratar do único meio de alcançar o patamar do Brasileirão. Quem tem seus bons valores também vai querer preservá-lo.

OUTROS CAMINHOS

- FORTALEZA não cruza braços atrás de reforços, apesar de ter um time bem afiado, embora carente de reservas à altura para posições vitais. E não são poucas.

- RESOLVEU mudar sua geografia na busca de reforços. De uma forma bem simples. De que maneira? Pediu ao próprio técnico Vojvoda para que fizesse as sugestões. Ele não se fez de rogado.

- APONTOU Henríquez, que viu jogar no Chile, por onde passou e teve experiência como técnico e, posteriormente, Valentín Depietri seu conterrâneo, um atua pelo meio e outro pelas pontas. Vojvoda, não iria apontar que não merecesse sua confiança.

MERCADO LIVRE

- PRA completar, o mercado sul-americano é mais livre. E também mais barato, por conta da moeda. Lá se encontram bons e maus valores, a exemplo daqui.

- VOU pedir ao Thiago Minhoca, que é excelente estatístico e, agora, revela-se bom analista do Timão do POVO, para fazer um levantamento de quantos atletas sul-americanos atuam no futebol brasileiro. Há um punhado deles espalhados por diversos clubes, principalmente os de maiores portes e posses.

DE COMO O MERCADO FUNCIONA

- SE minha memória trôpega não falhar, em cada clube grande que disputa o Brasileirão existem de dois a três, das mais diversas nacionalidades, preferencialmente sul-americanos.

- OS de menor porte são vendidos às carradas para o futebol da Ásia ou da Arábia. Lá vão para ganhar dinheiro, porque para qualificar o futebol a possibilidade é quase zero.

- É DESTA forma que os chamados mercados atuam em suas várias categorias, na tentativa de vender jogadores para qualquer clube, pouco importando a distância, se perto ou longe.

- NÃO por acaso existem, também às pencas, os chamados empresários de porta de clube. São aqueles tipos que pegam qualquer jogador novo e trazem para seu acervo. É uma aposta arriscada, mas eles vão às cegas. Deu certo, deu, não deu, bota pra marchar.

 

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