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Efeitos colaterais do Fortaleza 2x4 Bahia, na rodada final do 1º turno da Série A
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Efeitos colaterais do Fortaleza 2x4 Bahia, na rodada final do 1º turno da Série A

Derrota acachapante do Tricolor de Vojvoda, que não vence há cinco jogos, liga a luz amarela na caminhada tricolor. Time vai ter de recuperar a subida que trilhava antes da sequência
Tipo Opinião
Rodallega foi o autor de quatro gols contra o Leão no embate contra o Bahia (Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia)
Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia Rodallega foi o autor de quatro gols contra o Leão no embate contra o Bahia

- ÁS portas do início da segunda volta do Brasil, a popularmente conhecida virada da montanha, a derrota do Fortaleza para o Bahia (4 a 2), na pior das hipóteses, faz acender a luz amarela na caminhada tricolor.

- MENOS pelo resultado em si, pois a Série A, além de imprevisível em sua longa jornada, provoca efeitos colaterais. Apelando para os números que são indefensáveis — não é nada, não é nada —, o Tricolor emplaca seu quinto jogo sem vencer. Vale recordar: última vitória aconteceu há um mês, precisamente no dia 7 de agosto, diante do Palmeiras. Até então, tudo eram flores.

- AINDA no embalo dos números, em 12 pontos disputados, nos últimos quatro jogos, o Fortaleza só ganhou três e perdeu nove. Há uma diferença grande de nove pontos, numa competição movida a contagem de pontos entre vitórias e empates. Derrota é caminhar para o abismo. Disso qualquer um sabe, até mesmo os rábulas em números. Confesso não saber muito lidar com eles, mas esses do Fortaleza são visíveis até demais.

LINHA FINA

- FUTEBOL ensina. Entre a euforia e a decepção há uma linha muito fina e tênue a ligar os dois pontos. Há subidas fulminantes, assim como há quedas desastrosas. O Fortaleza não chegou ainda a este ponto, mas é preciso tratar de colocar as barbas de molho. Até agora se segura na terceira colocação, embora sabendo que, atrás dele, a galope, estão dois concorrentes perigosos, entre os quais o Flamengo.

ESTRADA INTERMINÁVEL

- SABIA-SE, também, especialmente quem convive no futebol, estrada interminável, que todo este impacto positivo com a chegada do técnico Vojvoda, um dia, teria de declinar. Faz parte do cenário e suas constantes mutações. Não seria por todo o sempre, assim como nada é na vida.

- MAS não deram a Vojvoda, logo chegou, pouco conhecedor do futebol brasileiro, que a ordem era a de mudar a faceta da equipe? Torná-la agressiva, jogar com intensidade — a palavra, então, mais usada — para dar uma sacudida no cenário sombrio que pairava no Pici? Ele obedeceu prontamente.

QUAL O OBJETIVO?

- FICA também claro que a mudança surtiu efeitos desejados, não só pela novidade de um técnico estrangeiro, quanto dar um outro alento à torcida tricolor. O reflexo da campanha pífia foi prontamente notada na queda na arrecadação do sócio-torcedor.

- TODO torcedor é volúvel, seja por qual time torça. Tradução — se a equipe vai bem, ele se enche de esperanças de que novos dias virão. E realmente vieram, junto ao argentino e a forma dinâmica do Tricolor atuar. A resposta foi dada nos resultados positivos que vieram aos montes.

- NÃO seria para sempre, pois nada o é, quanto mais em futebol, num Brasileirão onde não se respeita cara, atravessando caminhos com a força de um trator, pela busca de uma melhor posição. E o caminho mais curto é o de pontuar, pelas vias da vitórias. Tão óbvio quanto a cartilha do ABC.

PASSEIO PÚBLICO

- DERROTA para o Bahia pode significar aviso precioso, com endereço certo. O Bahia não é esses balaios, mas o Fortaleza foi por ele goleado com a maior facilidade. Mais parecia um passeio público.

- SINAL de alerta, aí, sim, serve e muito. Seguem exemplos — está na hora do Vojvoda definir quem é titular ou reserva. Emplacou última vitória um mês atrás. Já é muito tempo pra quem vinha embalado. Sem essa do argentino ficar a fazer mudanças aleatórias. Querem outro? David, mesmo não sendo esses balaios, não pode ser reserva do chileno Henríquez, que sequer chutou uma bola em direção ao gol do Bahia. Pode?

- PARA mostrar que prioriza atacar o técnico argentino levou cinco jogadores no banco, todos ofensivos. Deram corda e ele exagerou na dose. Enquanto isso, com um atacante só, ainda por cima reserva, o colombiano Rodallega, o Bahia desonerou a defesa tricolor. Consagrou-se pelos quatro gols que marcou. Pedi ao grande Miguel Júnior, guardião da minha memória, quando foi a última vez que um atacante marcou quatro gols numa só partida.

BUSCA DO TEMPO PERDIDO

- NO Ceará, bafejado pelos dez dias de folga, a rapidez como o técnico Tiago Nunes veio, a palavra de ordem é a de trabalhar em dois expedientes. Tem dois objetivos aí. Primeiro — correr atrás do tempo perdido. O outro — reensinar todo mundo a jogar. Escolham qual melhor opção.

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