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Ceará e Fortaleza combinaram na hora de perder na Série A?
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará e Fortaleza combinaram na hora de perder na Série A?

Alvinegro não jogou nada contra o fraco Grêmio e levou 2 a 0. Tricolor não fez frente suficiente diante do líder Atlético-MG e levou 2 a 0. Haja 2 a 0 pra tirar a paciência do cearense
Tipo Opinião
Lucas Crispim disputa bola com Mariano no jogo Fortaleza x Atlético-MG, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A (Foto: Pedro Souza / Atlético)
Foto: Pedro Souza / Atlético Lucas Crispim disputa bola com Mariano no jogo Fortaleza x Atlético-MG, na Arena Castelão, pelo Campeonato Brasileiro Série A

DOMINGO decididamente péssimo para o futebol cearense. Ceará, pela manhã, perdeu para o Grêmio, que não ganhava de ninguém (2 a 0), inclusive, se arrastando na zona de rebaixamento. À tarde, o Fortaleza, dentro do Castelão, teve pela frente sua maior prova de fogo neste Brasileirão, ao se deparar com o líder da competição, Atlético-MG. Perdeu por 2 a 0. Meras coincidências? Elas fazem parte do contexto do futebol.

PARA ficar bem claro e não pairar menor réstia de dúvida. Ceará perdeu porque foi pior que o Grêmio. Em menos de cinco minutos, já na reta final do primeiro tempo, dois gols relâmpagos que conseguiram desestruturar totalmente o Alvinegro, suficientes para dar novo alento ao clube gaúcho. Nem assim conseguiu sair da zona de rebaixamento, ao menos deu boa alavancada de três pontos.

ESTE jogo marcou a estreia do novo técnico alvinegro, Tiago Nunes, que teve a seu favor dez dias pra dar uma reformulada geral no Ceará. Um bom tempo, embora não de todo suficiente, se é que serve como consolo, pra aplacar um pouco a decepção dos alvinegros. Acontece que do "novo" Ceará esperava-se muito mais do que aquilo que se viu.

INTERROGAÇÕES que os torcedores fazem, com total razão. Quais os pontos onde foram notadas algumas mudanças na troca de treinadores? Sistema tático, por exemplo? Formatação de um outro time com caras diferentes? Nova cartilha tática, diferente daquela usada e abusada pelo Guto?

POUCA coisa a acrescentar ou quase nada da expectativa criada pela chegada do novo comando. O time foi quase o mesmo de sempre, que, de tão ruim, o torcedor prefere virar a página. Não nesta partida contra o Grêmio, quem sabe na próxima. Visível, por exemplo, a falta de entrosamento, embora os jogadores fossem os mesmos. Em relação ao tão esperado modelo tático, pouco ou quase nada se viu de novo, a não ser um emaranhado em campo.

NÃO foi um bom jogo. Antes pelo contrário. Foi uma partida onde também ficou bastante difícil saber quem, dentro da Arena do Grêmio, era pior ou menos ruim. Os dois se igualaram nesse quesito. Só que o Grêmio soube aproveitar as duas chances que surgiram, quase seguidas e marcou dois gols. O suficiente pra manter a vantagem e assegurar a vitória.


FANTASMINHAS

IMPRESSÃO nítida deixada foi a que o Ceará apenas foi passear em Porto Alegre. Não se admite, por exemplo, que uma equipe precisando vencer, como a do Alvinegro, ou ao menos empatar, não tenha conseguido chutar uma única bola perigosa. Um ataque cheio de fantasminhas camaradas a perambular em campo.

ENFIM, ganhou o menos ruim, no caso o Grêmio. O Ceará teve atuação opaca de quem não foi a Porto Alegre disposto a vencer, caso contrário não teria apresentado aquele futebol pobre em tudo.


FAZ DE CONTA

NOVO técnico Tiago Nunes faz de conta que não estreou no comando alvinegro. Foi a passeio ver mais de perto o comportamento dos seus comandados numa partida para valer. Sim, porque quem passa mais de 10 dias treinando um novo (?) time e manda a campo uma equipe tão desengonçada decididamente não ensinou nada ou seus novos comandados nada aprenderam.


PROVADO & COMPROVADO

ATLÉTICO-MG encontrou certa dificuldade em vencer o Fortaleza por 2 a 0, mas conseguiu mostrar no Castelão, com o bom futebol apresentado, por qual razão é o líder isolado do Brasileirão. Com mais três pontos da vitória de ontem abriu uma vantagem maior sobre o segundo colocado.

DO FORTALEZA esperava-se bem mais do que aquilo que apresentou. Menos que quebrasse a bola, muito mais por não ter conseguido sair da armadilha preparada pelo Galo. Cuca, que sempre foi bom treinador, soube alinhar muito bem sua equipe, razão pela qual não sentiu tanta dificuldade em se impor em campo e vencer a partida merecidamente.

COMO nem todos os adversários são iguais, recomenda-se ao argentino Vodjova, primeiro, estudar o adversário que vai enfrentar e, depois, tentar criar outra, ou quem sabe outras, alternativas táticas. Aquela de sempre atacar com intensidade, de repente, torna-se manjada para os adversário, especialmente se encontra pela frente um Atlético-MG bem afiado e afinado. A diferença dele, Galo, para os outros que o Fortaleza venceu até com certa facilidade, chega a ser abissal. A vitória do líder não foi só foi justa, quão merecida de quem sempre foi melhor na quatro linhas.

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