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Armadilhas que Vojvoda criou fizeram o Fortaleza passar pelo São Paulo
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Armadilhas que Vojvoda criou fizeram o Fortaleza passar pelo São Paulo

Argentino do time cearense fez verdadeiro nó tático em Crespo, hermano do time paulista. Com isso, Tricolor do Pici embolsou uma senhora bolada

A RIGOR, a vitória do Fortaleza sobre o São Paulo, no Castelão (3 a 1), não constituiu tanta surpresa assim. O clube paulista vem em queda faz bom tempo. Não engrenou no Brasileirão, onde está a beira da zona do rebaixamento e na Copa do Brasil sua subida de produção foi quase nenhuma. Ou nenhuma mesmo. Aquele empate no primeiro jogo, dentro do Morumbi, foi a primeira sinalização positiva dada ao Fortaleza de que sua permanência no torneio já atravessara meio caminho.

INSTILE-SE OUTRO fator que foi, na minha opinião, fundamental na conquista Tricolor dentro da casa. Qual mesmo? A súbita mudança de estratégia de jogo do treinador Vojvoda. Precisamente aí onde funciona o dedo de um técnico de futebol que sabe estudar o adversário que enfrentará.

ACOMPANHEM O raciocínio. Se Vojvoda sabia que o São Paulo não mudaria sua forma de jogar, cartilha idêntica à do Fortaleza, muito em moda no futebol da Argentina, então caberia a ele fazê-lo. E de forma até certo ponto radical, surpreendendo a todos, inclusive ao próprio Crespo que por aquilo não esperava.

PRECISAMENTE AÍ onde a armadilha foi posta. E de forma tão simples. Atentem — lançou o Fortaleza num autêntico 4-3-3, pois se a intenção era a de liquidar o jogo, evitando decisão por penalidades, só havia um caminho a seguir. Qual? Atacar o adversários pelos flancos, ou beiradas, como queiram.

ESCALAÇÃO DE saída de Edinho na direita e Romarinho na esquerda, atuando bem abertos, surpreendendo ainda mais com a entrada de Wellington Paulista como atacante, foi o pulo do gato. Bloqueou a meia-cancha com dois homens com funções semelhantes (Ederson, melhor jogador em campo e Ronald), passou a atacar em massa, deixando o clube paulista às tontas.

ANTES DO primeiro gol do Fortaleza, através de Ronald, que tem cadeira cativa naquele time, o São Paulo havia perdido a melhor chance para abrir o marcador, por conta de uma defesa de Felipe Alves, de puro reflexo. Quem tem um bom goleiro debaixo das traves tem meio time a seu favor. Felipe sempre foi um bom goleiro, ainda tem muito que aprender, especialmente ao sair do gol, seu maior defeito. Melhor que o Volpi, do São Paulo, não tenham dúvidas.

ARMAS SECRETAS

VOJVODA NÃO ficou só aí na intenção de vencer o jogo, liquidando a fatura sem deixar o adversário respirar. Estrategicamente, deixou no banco de reservas dois atacantes de área (David e Robson) para uma emergência no segundo tempo. Sua estratégia não mudou o roteiro, aquela do atacar e atacar, única forma de vencer um jogo. Desconfiem muito de técnico medroso, daquele tipo que já entra em campo tencionando não perder. Futebol brasileiro virou uma pandemia desta turma, cuja intenção visível é não perder o emprego. Um deles, faz pouco tempo, passou por aqui e deixou estragos.

QUEM PROCURA, ACHA

NÃO É de agora que o futebol ensina a mais elementar de todas as lições. Simples como a água cristalina. Time que entra em campo com intenção de vencer, mesmo que venha a ocorrer o contrário, fica mais perto de ganhar do que de perder. Há exceções, claro. A principal delas, a qualidade técnica de cada equipe. Ganha jogo quem for melhor, embora nem sempre funcione.

OUTRO adendo. São Paulo é, hoje, a pior equipe do futebol paulista, muito aquém do Palmeiras e abaixo do mambembe Corinthians, apesar do poderio de fachada dos três. Por fora corre o Santos, com suas limitações plenamente visíveis, embora o melhor de todos, exceção do eixo paulista, esteja em Minas, caso do Atlético-MG, repetindo na Copa do Brasil, o mesmo sucesso do Brasileirão. A exemplo do Fortaleza, já alcançou a semifinal.

A BOA bolada que que entrou nos cofres do Fortaleza, aliviou em muito a situação financeira do clube, embora suas contas estejam equilibradas, fator fundamental para o sucesso do time. O inesquecível José Raymundo Costa, meu mestre no jornalismo, ensinava com a sabedoria de sempre — "Se todos administrassem suas empresas, como administram suas casas, problemas jamais existiriam". Há exceções, óbvio.

PUXA-ENCOLHE

COINCIDÊNCIA OU NÃO, Fortaleza continua invicto contra clubes paulistas, não importa onde jogar... /// FUTEBOL de Tinga, a cada jogo do Fortaleza, faz toda diferença, quer dizer, cada vez melhor. Seu fôlego é de fazer inveja a sete gatos... /// HAVIA 38 dias que o Tricolor não vencia. A vitória sobre o São Paulo reacendeu o fogo tricolor.../// NA TRADICIONAL coletiva, Vojvoda, que não levanta a cabeça, ao ser indagado qual a fórmula do sucesso do Fortaleza, foi simples e curto — "E há fórmulas de vencer no futebol senão a de buscar a vitória com intensidade? Se existe outra, quero que me ensinem"

 

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