Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
VIRADA a página da Copa do Brasil, com a definição dos semifinalistas, dentre os quais o Fortaleza, está de volta a realidade do Brasileirão, com sua imensa légua tirana, idas e voltas, parece não ter fim. Os clubes tentam encontrar posições na tabela e lá se fixarem. Chegou a fase do enfado, o que também já era esperado. Sempre foi assim. Não seria agora que o figurino iria mudar.
POR enquanto, o Atlético-MG lidera por ser o melhor deles, ou quem sabe, o menos ruim. O clube mineiro passa por boa fase, repetindo a dose da Copa do Brasil, onde também está alojado na semifinal. O Fortaleza encontra-se no rol dos primeiros quatro colocados, embora possam acontecer mudanças inesperadas com a subida dos outros concorrentes.
FLAMENGO, por exemplo, deu uma boa alavancada na Série A, enquanto o Palmeiras consegue se manter entre os primeiros. Competição de soma de pontos ganhos será sempre assim. Sem público nos estádios, chega a um ponto que acaba virando uma chatice. Não seria agora que iria mudar. A divisão em turnos distintos, que seria uma boa ideia, embora não tão nova assim, poderia dar uma outra feição ao torneio.
JOIOS & TRIGOS
UM começar de novo, todos zerados, até calharia bem. Ao menos motivaria as equipes, daria uma outra roupagem. O engancho de como escolher os que iriam para tal Libertadores ou Sul-Americana, há sempre um jeito de se encontrar um meio. Soma de pontos, em dois turnos distintos, premiando os que mais acumularam, eis uma maneira de separar joios e trigos.
CAMPEONATO de longa duração fatalmente sofre esses efeitos de cansaço e enfado. Não seria diferente neste, como não foram nos que já passaram. Este é um dos motivos pelos quais a Copa do Brasil torna-se mais atraente do que o Brasileirão, conta e risco do critério mata-mata. Já bati tanto nesta tecla, mesmo de forma inútil, porque, no futebol brasileiro, nada se cria, tudo se copia.
PREFERÍVEL, então, o comodismo de repetir fórmulas das competições da Europa, cujos perfis tanto se assemelham. E quem estiver pensando em mudanças ao longo do tempo, favor tirar o cavalo da chuva. A pisada será sempre esta, até o final da temporada ou, quem sabe, dos tempos. As premiações em dinheiro, através de boas boladas, fazem parte desta Babilônia, espécie de injeção de motivação.
PANORAMA LOCAL
MENOS mal para o futebol cearense ter dois representes no Brasileirão, casos de Fortaleza e Ceará. Tricolor em melhor campanha que o rival. Há explicação? Incontáveis, mas seria cansativo enumerá-las. Se conseguirem, como está a indicar o caminhar da carruagem, permanecerem para a próxima temporada, já se darão por satisfeitos, como se fosse um grande feito.
JÁ esteve pior em anos anteriores. Quem não recorda, pouco tempo atrás, a luta desenvolvida pelo Fortaleza pra sair da Série C, semelhante a um inferno astral, até ter conseguido romper os grilhões. Passou por várias transformações, principalmente a organizacional e estrutural. Hoje, de nada pode reclamar, nas duas competições.
VARINHA DE CONDÃO
CEARÁ, um pouco abaixo, apesar do bom elenco que tem, embora não tenha dado sorte no comando técnico da equipe. A insistência com Guto Ferreira foi um erro imperdoável. Chegou o Tiago Nunes, com sua oratória sem fim. Fortaleza, bafejado, por puro golpe de sorte, encontrou num argentino desconhecido, a luz que iluminou seu novo rumo.
VOJVODA não encontrou a varinha de condão, nem a trouxe em sua bagagem. Simplesmente mudou a forma de a equipe jogar, privilegiando atacar, tomando cuidados nos setores defensivos, mas não a ponto de tornar o Tricolor uma equipe que já entrasse em campo com medo de perder.
ESTE caminho não é novo. Sempre foi assim, desde os bons tempos em que o futebol não precisava de fórmulas mágicas, nem de invenções de táticas rocambolescas, para ser praticado ao gosto do torcedor, que sempre gostou de ver seu time atacar buscando o caminho do gol, com constância e intensidade.
UM DENTRO, OUTRO FORA
NESTE final de semana, hoje e amanhã, Ceará e Fortaleza mudam suas geografias. Cada qual para um lugar diferente. Tricolor em Porto Alegre, amanhã, 11 horas da manhã, quando terá pela frente o Internacional. O futebol gaúcho não passa por boa fase, Grêmio que o diga. O Inter um pouco mais à frente, embora pudesse estar melhor.
CEARÁ enfrentará, hoje à noite, aqui, o Santos, que também não atravessa boa fase, a exemplo do futebol paulista. Há uma crise técnica grassando na maioria dos clubes brasileiros, com pequenas exceções da regra. Uma delas? Os clubes resolveram apelar para reforços sul-americanos, alegando que o mercado brasileiro está inflacionado, enquanto desova para o exterior seus valores criados na casa. Pode ser um dos caminhos para explicar essa brusca queda técnica. Contudo, não é o único.
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