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Fortaleza não mudou jeito de jogar, mas reservas não estão à altura dos titulares
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Fortaleza não mudou jeito de jogar, mas reservas não estão à altura dos titulares

Tipo Opinião

FORTALEZA empacou nos 33 pontos de lá não sai, precisamente, há três rodadas. Mas também não consegue sair do G-4, apesar de que toda gordura que acumulou na sua campanha esteja diluindo. Se for caso, derretendo mesmo.

O QUE mais o deixa temeroso em tudo isso é ver que outros clubes abaixo dele estão se aproximando, rosnando em seus calcanhares.

NÃO causa surpresa e por muitos já era esperado. Brasileirão, já disse mil vezes, é um rolo compressor onde ninguém respeita ninguém, todos querem se dar bem e se cacifarem.

TRICOLOR não mudou sua maneira de jogar, privilegiando atacar em massa. Claro que chamou atenção dos adversários pela novidade lançada, especialmente tratando-se de um clube nordestino. Se há boa vontade sobrando, falta-lhe o principal, que é o respaldo técnico de um elenco que parece só ter a conta do chá.

EXPLICANDO melhor. As peças de reposição não estão à altura dos titulares, que também sofrem suas limitações. Não há técnico de futebol que seja salvador da pátria. Há os bons, que preferem não inventar, caso do Vojvoda, assim como há os enganadores.

ESSES são logo reconhecidos pela maneira de complicar o simples. São os chamados "professores Pardais". Conseguem enganar por algum tempo, mas nunca por todo o tempo.

OLHAR DE LINCE

COMO só agora a segunda volta da Série A começou, torna-se difícil, quase impossível, fazer previsões, principalmente as alvissareiras. O que se sabe, por enquanto, tangido pelos números, é que o Atlético-MG pode ser a agradável surpresa, já demonstrada dentro de campo, pela disparada de pontos ganhos.

A NÃO ser que ocorra uma grande hecatombe para fazê-lo sair fora da curva a que se propôs neste Brasileirão. Trata-se de uma equipe bem afinada em suas linhas, coordenada em seus setores e dirigida por um técnico, caso de Cuca, não chegado a complicar o que é simples.

TALVEZ esteja precisamente aí o segredo do seu sucesso, se é que em futebol existam segredos. Há, sim, clubes que acertam na escolha do seu elenco, entrega-lhe o comando a quem tem experiência no ramo. Ao treinador cabe saber como montar essas peças, o que também não é tarefa fácil.

CONTUDO, pela boa surpresa que vem sendo o Fortaleza, pela ascensão do Palmeiras com seu elenco milionário e o Flamengo que acertou na troca de técnico, entregando o comando a quem tem bom tempo de estrada, caso do Renato Gaúcho, claro que surpresas ainda poderão ocorrer. Sem elas, o futebol não teria o menor sentido.

SINAL VERDE

DUAS primeiras experiências, pouco lisonjeiras, do novo técnico do Ceará, Tiago Nunes, serviram para mostrar quais setores do Alvinegro precisam de uma remoçada geral.

SINAL verde da diretoria já foi dado para que Tiago tenha toda liberdade de ação, sem temer possíveis represálias dos que se acham donos de posições, com lugares cativos. Uma sinalização clara, se for o caso, prestigiar a prata da casa com a subida de alguns jogadores que, de há muito, pedem passagem, caso do zagueiro Gabriel Lacerda.

NESTE rol está incluso o meio-campo Geovane, enquanto a dupla Rick e Kelvyn, com um pouco mais de bagagem, está se firmando. Precisando dessa injeção de sangue novo, o Alvinegro vem faz bom tempo, logo detectado por Tiago Nunes.

NENHUMA surpresa, se para isso foi contratado. Sua finalidade maior era tirar o time do marasmo em que se encontrava, tão acostumado ficou com aquele futebol rame-rame que Guto Ferreira resolveu impor, privilegiando a precaução ao invés da audácia, da ousadia, da atuar de forma vertical. Que atraso!

SE as mudanças funcionarem, aí sim, teremos um Ceará remoçado em alguns setores vitais da equipe. Há o caso especial de Vina, para quem Nunes tem se dedicado um pouco mais, na tentativa de lhe dar nova injeção de ânimo. Não é possível ter desaprendido aquele futebol que tanto encantou a torcida alvinegra.

CASO que lhe deixa preocupado é em relação ao atacante. Foram frustrantes as tentativas com Jael e Cléber, tantas vezes ficou provado. Como restam pouco mais de 48 horas para que as inscrições se encerrem, o novo técnico alvinegro procurará alternativas.

QUAIS, por acaso? Formar um ataque com três velocistas sem posições fixas ou específicas, anulando assim a figura solitária do atacante que só atua numa faixa de campo.

RESUMO da ópera. O tempo de conhecer o terreno que está pisando, Tiago Nunes esgotou. Agora, é introduzir as mudanças de que o time tanto requer e precisa urgentemente. O Brasileirão, a cada rodada, se afunila, até entrar naquela fase do salve-se quem puder.

Foto do Alan Neto

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