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Pior poderia ser
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Pior poderia ser

Ceará e Fortaleza ganharam por 1 a 0 no fim de semana na Série A
Lances do jogo Sport x Fortaleza pelo campeonato brasileiro da série A - 2021. Estádio Arena Pernambuco.  (Foto: Bruno Oliveira / Fortaleza EC)
Foto: Bruno Oliveira / Fortaleza EC Lances do jogo Sport x Fortaleza pelo campeonato brasileiro da série A - 2021. Estádio Arena Pernambuco.

PARA vencer a Chapecoense, o pior time do Brasileirão, o Ceará viu urso de gola. O mesmo urso de gola, ou a réplica dele, que o Fortaleza viu pra vencer o Sport (1 a 0) na Arena de Pernambucano. Mudou a geografia, mas o placar foi o mesmo. Bom zagueiro Benevenuto salvou a pátria tricolor. Pior poderia ser para a dupla.

CEARÁ precisou de uma penalidade um tanto duvidosa que Jael marcou dando-se ao luxo de usar a cavadinha. Nada mais sem graça do que pênalti. Deveria ser abolido do futebol, assim como tantas coisas da regra já mofada com o passar do tempo. O gol alvinegro deu a impressão de que, a partir dali, deslancharia uma goleada diante da fraqueza do adversário que, na competição, só faz apanhar.

PRIMEIRO por ser uma equipe fraca em todos os seus setores. Depois porque a Chapecoense parece estar participando do Brasileirão apenas para fazer figuração. O que se pensou dele foi repetido no Castelão. Confirmou-se o favoritismo do Ceará mesmo valendo-se de um gol de pênalti para derrotar um adversário tão fraco.

PENSOU TORTO

O QUE a torcida alvinegra deve ter imaginado não aconteceu. Diante da fragilidade da Chapecoense, o Ceará finalmente deslancharia mostraria sua nova cara, isto é, a cara do técnico Tiago Nunes e outras milongas mais. Quem assim pensou, passou longe do imaginário. Faz parte do otimismo quase sempre exagerado do torcedor. Afinal, ele quer sempre melhor pra sua equipe.

PORÉM, não foi bem assim por várias razões. A principal delas - o Ceará continua procurando um outro caminho para diferenciar daquele deixado por Guto Ferreira. Este caminho, pelo menos nos três jogos sob novo comando técnico, não foi achado e pelo visto está muito distante.

AFINAL, que tipo de modelo tático Tiago Nunes quer implantar no Ceará que se procura e não se acha? Uma equipe ofensiva, como tanto sonha a sua torcida, que atue de forma aguda em busca do gol adversário deixando de lado o medo e a precaução, para só buscar a vitória? Quem assim pensou, pelo menos por enquanto caiu do cavalo, ou seja, pensou torto.

CHUTEIRAS TROCADAS

SE servir como consolo, lá se vai. Não foi por falta de vontade dos seus atacantes que até buscaram o gol com insistência, tanto assim que, por conta dos estatísticos, finalizou 22 vezes. Se acertou uma só, se valendo de uma penalidade, tem algo de errado por aí. Não nas contas, bem entendido, sim, na pontaria dos jogadores alvinegros.

REVELA, também, o que já se imaginava. Só um adversário fraco, qual a Chapecoense, sem qualquer esperança neste Brasileirão, a não ser servir de saco de pancadas para quem o enfrenta permitiria abrir tanto a porteira. Escancarou-a mas os atacantes alvinegros não encontravam o rumo do gol. Só podiam estar atuando de chuteiras trocadas. Alie-se a tudo isso, a boa atuação do goleiro Keiller, uma das boas coisas de Chape.

PROPÓSITO de pregar uma peça, até que a Chapecoense teve quando resolveu arriscar em busca do gol. Pudera! Foi ajudada pela má atuação da defesa, batendo cabeça, e do goleiro Richard chamado a intervir em várias situações. O setor defensivo alvinegro que a época do Guto era seu ponto mais forte, ajudado pelo cinturão formado na meia cancha, estes dois setores foram desbaratados pelo técnico Tiago Nunes.

FÁCIL explicar? Nem tanto, mas não custa nada tentar. Quando um novo comando técnico assume uma equipe, seu primeiro objetivo é mudar tudo, ou quase tudo, deixado como herança pelo seu antecessor, cujo pecado maior era o de priorizar não tomar gols, para só muito depois pensar em atacar quem sabe vencer.

FUTEBOL ensina outra lição elementar. Nem sempre chutar mais vezes para o gol adversário significa que o caminho da vitória será encurtado. Se tais chutes saem descalibrados, sem rumo certo, ou o goleiro consegue defender, na prática o sucesso é nenhum. A continuar nessa marcha, será difícil o Alvinegro encontrar que cartilha tática para por em prática. Por enquanto a baratinação é geral.

TABU DETONADO

EM Recife o Fortaleza voltou a se reencontrar com a vitória após seis jogos sem vencer. Que houve queda de produção, foi visível. Mas a vitória de ontem reabilita o Tricolor. Menos que fizesse uma grande partida, longe disso. O Sport dificultou por jogar em casa embora não seja uma grande equipe. Tanto assim que de há muito alojou-se na zona de rebaixamento um pouco acima da Chapecoense.

LONGE daquele time que sempre priorizou a intensidade, o técnico Vodjova desta vez preferiu dosar as energias ao mudar de estratégia. O gol do zagueiro Benevenuto fez justiça nem tanto ao melhor em campo, contudo o menos ruim. Para quem acredita em tabus, havia no meio do caminho um deles. Qual? O Tricolor jamais havia vencido o Sport dentro de Recife. Foi mandado pelos ares.

 

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