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No duelo do tudo parecido, não podia dar outra que não empate entre Bahia e Ceará
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

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No duelo do tudo parecido, não podia dar outra que não empate entre Bahia e Ceará

Alvinegro abriu o placar e logo depois levou o empate tricolor na Fonte Nova. Parece que Guto Ferreira e Tiago Nunes são o retrato fiel um do outro
Ceará e Bahia se enfrentaram na noite desta quarta-feira, 27, na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Série A (Foto: Felipe Oliveira/BahiaEC)
Foto: Felipe Oliveira/BahiaEC Ceará e Bahia se enfrentaram na noite desta quarta-feira, 27, na Arena Fonte Nova, em Salvador, pela Série A

CEARÁ empatou mais uma vez. Tornou-se praxe não saber ganhar fora de casa. Ou porque não sabe ou porque o time é ruim e só sabe jogar aquele trivial variado que não enche os olhos, nem a barriga, de ninguém. Muito menos a dele. E o Bahia, comandado pelo Guto Ferreira, velho conhecido do futebol cearense, é precisamente o retrato fiel que ele deixou pintado nas paredes do Ceará em sua passagem por Porangabuçu.

MENOS mal que tenha saído um gol para cada lado, resultando naquele 1 a 1. Mas também se fosse 0 a 0, nada a reclamar. Dois times parecidos, que outro placar se podia esperar a não ser o empate? Ceará sem inspiração, algumas jogadas esporádicas aqui, outra acolá, enquanto o Bahia, seguindo o desenho do Guto, bola para os lados, visando ganhar tempo e cansar o adversário. Porém, se for o caso, matar a paciência do torcedor do lado de fora.

COMBINARAM?

PELO menos, pra mim, nenhuma surpresa o resultado de ontem na Fonte Nova. É como a história da crônica anunciada. Tem mais — se fosse aqui no Castelão, os dois adversários não sairiam daquele rame-rame irritante, de cansar a beleza de qualquer torcedor. Impressão que se teve é a de combinaram, antes do jogo, que ninguém venceria e estaria tudo muito bem, ninguém teria uma síncope, saúde boa.

ACOMPANHEM meu raciocínio. Se os dois adversários estão ali tentando fugir da zona de rebaixamento, nos calcanhares da dupla, deixou no ar a impressão de que buscariam a vitória custasse o preço que custasse. Foi o que menos se viu no desenrolar da partida.

TREINADOR receoso que vai a campo com objetivo único exclusivo de, primeiro, não perder, para, muito tempo depois, pensar em vencer, qual a resposta mais lógica? Que o empate para os dois lados estaria de ótimo tamanho. Ninguém reclamaria, nenhum ficaria chateado com o outro, até porque para dois técnicos, também parecidos em suas filosofias táticas, o empate (1 a 1) foi o melhor resultado do mundo. Perderam apenas um mísero ponto, que só provocou a permanência da dupla no local onde estão, de olho no rebaixamento, mas que ainda não chegaram lá.

RETRATO FIEL

QUANDO o Ceará contratou Tiago Nunes para o lugar justamente de Guto, esperou que ele viesse lá com uma cartilha tática diferente, tipo, fazer seu time jogar avançado, objetivamente, buscando o gol a todo instante. Qual nada. Estava ali o retrato fiel do que saíra. Mas devia saber, se os dois executivos que foram contratados com a missão de procurar algo diferente não fossem atrás de alguém com o mesmo perfil.

RESULTADO é este que todos estão vendo. Um Ceará modorrento, sem qualquer inspiração, tocando a bola para os lados, deixando o tempo passar. Prato cheio para quem, do outro lado, faz o mesmo figurino. Aliás, quando o Ceará abriu o placar, através do insípido Mendoza, admitia-se que pudesse segurar a vantagem. Pode até ter pensado assim. Qual nada! Permitiu que, momentos depois, o Bahia empatasse e ainda se desse ao luxo de chutar uma bola na trave.

A HISTÓRIA não foi bem assim. O Bahia chegou ao empate, como tanto desejava e, vai ver, intimamente, para o Ceará também, que adora não vencer fora de casa. O 1 a 1 foi bom para quem, cara-pálida? Se as contas não foram perdidas, nessas 28 rodadas do Brasileirão, o Alvinegro nunca ganhou fora. Ou se venceu alguma, minha trêfega memória não sabe contra quem, muito menos quando. Acudam-me, por favor!

O SÓSIA

SABE aquele tipo de jogo que se fica torcendo para que logo termine, pois os dois adversários jamais sairiam daquilo? Exatamente aquele de ontem na Fonte Nova. Dois times ruins, um o focinho do outro. Ceará segue sua sina e dificilmente dela sairá e o Bahia é problema lá dos baianos e do seu treinador. Uma coisa é certa. O empate registrado, tanto Guto Ferreira, quanto seu sósia Tiago Nunes, adoraram. Quanto ao resultado do outro jogo, no Castelão, ganhou quem mereceu, perdeu quem tinha de perder. E se saiu empate, ninguém morreu por causa disso, nem o mundo se acabou.

 

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