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Descaminhos do Brasileirão de pontos corridos
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Descaminhos do Brasileirão de pontos corridos

Ceará, de Tiago Nunes, tenta vencer a primeira fora de casa já perto do final do Brasileirão. Fortaleza, de Vojvoda, encara o São Paulo de Rogério Ceni
FORTALEZA, CE, BRASIL, 07-11.2021: Tiago Nunes. Ceara x Cuiab, pelo Campeonato Brasileiro 2021 na Arena Castelão. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO) (Foto: Aurelio Alves)
Foto: Aurelio Alves FORTALEZA, CE, BRASIL, 07-11.2021: Tiago Nunes. Ceara x Cuiab, pelo Campeonato Brasileiro 2021 na Arena Castelão. em epoca de COVID-19. (Foto:Aurelio Alves/ Jornal O POVO)

POR entre arbustos e cactos, o Brasileirão prossegue. Nada impede sua marcha célere buscando definir posições. Algumas já cravadas, outras ainda não, além dos que se estrebucham em desespero atrás de uma vaga, ao menos, na Sul-Americana.

FORTALEZA, por fazer melhor campanha, está mais próximo das duas, enquanto o Ceará se enrosca nas brenhas das indefinições na tentativa de conseguir algo melhor. Mais fácil para o Tricolor, mais difícil para o Alvinegro, a não ser que consiga uma arrancada daquelas que só o desespero explica.

TRAVESSIAS

CONTAS são fáceis de ser feitas. Um disparou porque é bem melhor, realiza campanha mais aguda, enquanto o outro, imprevisível que só, nunca de sabe. Como explicar — caso do Ceará — uma equipe em 31 rodadas não conseguir uma mísera vitória fora de casa? Quando muito empata contra adversários inexpressivos? Quem souber explicar, favor levantar o braço.

TROCOU de técnico, progresso muito pouco, lento até demais. Todos sabem que treinador, quando aporta numa equipe em pleno andamento de uma competição, tem tarefa quase impossível.

QUE OUSADIA?

E SE entrega o comando a um técnico não chegado a ousadias — aquela mesma de entrar pra vencer, seja como for — o quadro piora muito mais. Tiago Nunes não tem este perfil. Sua troca por Guto foi (quase) de seis por meia dúzia. Como são parecidos na forma de montarem uma equipe... Ousadia? Qual nada! Bota mil pitadas de precauções nisso.

POIS bem. É este Ceará que vai enfrentar, hoje, cedo da noite, o Athletico-PR em seu estádio.

TRAVESSIAS & ABISMOS

ENCONTRARAM, alguns bobocas por aí, um argumento pueril de jardim de infância. Vamos a ele, primor de asneira. Qual? Tiago Nunes, por ter dirigido por bom tempo o Furacão, o conhece de sobra. Em qual sentido? Por jogar num estádio de grama sintética? E daí, cara-pálida? Ou porque foi aquele time, que ele deixou montado, logo, conhece todas as travessias. Quanta bobagem sem fim. Há uma diferença quase abissal entre uma coisa e outra. Nada mais infantil do que usar tal argumento.

ATÉ porque o Furacão de hoje é outro e o Ceará, do Tiago, o adversário mal o conhece. O que é verdade não se esconde — se o Alvinegro precisa (e como!) de uma vitória hoje à noite, o Athletico-PR também vai em busca dela, com a vantagem de jogar em seu estádio, com a presença de torcedores.

NA teoria, a vantagem é do clube paranaense. Na prática, quando a bola rolar, o rumo das coisas pode desviar as travessias, com seus mil abismos pelo caminho. Pode ser uma partida parelha, assim como pode ser uma monumental pelada. Fora dessas duas opções não há salvação.

PRIMEIRA VEZ

RODADA de hoje, um pouco mais tarde, o São Paulo estará no Castelão enfrentando o Fortaleza. O que há de novidade nesse jogo pra chamar tanta atenção? Lá se vai. Pela primeira vez como técnico de futebol do São Paulo, Rogério Ceni estará enfrentando o Fortaleza, clube que o fez treinador.

A NÃO ser pelo fato ser inédito, que outra atração poderá ter? Nenhuma. Motivo? Técnico por técnico, sou mais o Vojvoda, que deve ser apresentado ao Ceni hoje, antes da bola rolar. E, aqui pra nós, sou mais o argentino que não tem medo de ousar, vencer.

REAÇÃO?

MAIOR dúvida é a de como a torcida do Fortaleza reagirá ao ver Ceni na borda do campo. Não pelo fato de estar ali no comando do adversário, sim, pela maneira como deixou o clube, pulando do navio quando o Tricolor mais precisava dele, trocando-o pela Flamengo. Largou o Fortaleza órfão de pai e mãe.

TORCEDOR, claro, guarda mágoa, assim como tem boas recordações. No caso, aí, pela forma tosca como deixou o Pici, muito mais mágoa. Por acaso não tinha uma porta da frente pra sair sem deixar um rastro de mágoa?

NÃO só tinha, como era por ali que Ceni devia ter saído, pelo menos em respeito à diretoria tricolor, especialmente ao presidente Marcelo Paz, que por ele tinha uma idolatria que beirava o excesso. E a gratidão onde fica? Onde já se viu haver a palavra gratidão em futebol? Não seria o Ceni um caso à parte.

PASSAGEM pelo Flamengo foi quase um fiasco. Aguardou, deve ter acendido muita vela para o Crespo cair do São Paulo, ele assumir o comando técnico do clube que o projetou como um dos melhores goleiros do mundo.

CONTUDO, sua presença como técnico do São Paulo ainda não empolgou. Faz uma campanha, apenas, sôfrega. Com ele no posto do Crespo, o time nem melhorou, nem piorou. Ficou na mesma.

 

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