Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
A RODA, feito uma bola, gira no futebol, com surpresas agradáveis, outras, nem tanto. Atentem para esse detalhe. A diferença de pontos do Fortaleza para o rival maior, Ceará, chegou a ser de 16. Com a queda de produção do Tricolor e a subida do Alvinegro, nesse tobogã implacável que é o Brasileirão, a diferença foi reduzida para apenas três pontos, quer dizer uma vitória. O que aconteceu, qualquer leigo sabe. Quando uma equipe para de pontuar, a que vem atrás, em subida vertiginosa, emparelha. Simples, assim.
DOIS jogos, Yony Gonzalez que raramente é utilizado, a não ser ultimamente pelo técnico Tiago Nunes, finalmente conseguiu desabrochar. O gol da vitória diante do Corinthians, pra ele teve sabor especial. Gonzalez já tinha vestido a camisa do Timão, de lá o colombiano saiu, por deficiência técnica. Não é o primeiro caso no futebol, muito menos será o último.
O QUE pouca gente sabe. O Ceará completou precisamente um mês sem perder dentro do Castelão que, para ele, deve ter virado um talismã. Contra o Corinthians, foi a quinta vitória seguida, quer dizer, disputou 15 pontos e venceu todos.
HÁ um outro detalhe, digamos assim, precioso. Para quem adora ver as redes balançarem, nesses últimos 30 dias, o Alvinegro marcou 10 gols e tomou apenas 2. Torna-se evidente que, com a chegada do técnico Tiago Nunes, o Ceará ganhou um outro rumo bem mais positivo.
O QUE ele fez para causar tal transformação, tendo à disposição o mesmo elenco? Apenas e simplesmente colocou os móveis da casa, que estavam em desalinhos, em seus devidos lugares. Sim, porque pegou o mesmo elenco deixado por seu antecessor, Guto Ferreira, hoje, no Bahia, por sinal lutando pra não cair.
HÁ que se ressaltar, a título de curiosidade, que Guto, ao deixar o Alvinegro, o deixou na posição oito. Tiago, que veio para seu lugar, demorou, contudo, 18 rodadas para recolocar o Ceará na mesma posição. As travessias do futebol são, por vezes, misteriosas qual uma densa e impenetrável floresta.
AINDA não foi com Vojvoda que o Fortaleza conseguiu vencer o Santos na Vila Belmiro. Parece mentira, mas não é. Nunca vence. Um tabu foi quebrado, mas pelo lado paulista. Voltou a vencer o Tricolor após — pasmem — 15 anos.
SE é que existe frango em pênaltis, o goleiro Boeck tomou um, quando a bola passou por entre suas pernas no gol que selou a vitória santista. Aliás, Tricolor vai mal de goleiros e o coitado do Walef, recordista em sentar no banco, à espera de uma chance que nunca lhe deram. Será pior do que os dois que lá estão?
PARA quem gosta de números, a derrota do Fortaleza para o Santos foi a 13º sofrida por Vojvoda. Outro, que não ele, em seu lugar, já estaria, no mínimo, no corredor da morte. Blindado pela diretoria, a partir do presidente Marcelo Paz, o argentino é considerado intocável. Mas há um adendo. Faltando apenas três rodadas para o Brasileirão, acabar uma pretensa saída dele, para a entrada de um outro, em absolutamente nada influenciaria.
SE é assim, deixa como está, pra ver como é que fica. Pelo sim, pelo não, se manteve na quinta posição à beira da Libertadores ou, em último caso, se continuar descendo a ladeira, terá vaga na Pré-Libertadores ou, em última instância, na Sul-Americana, hipótese, quase inviável, mas não descartável.
HÁ quem atribua a volta do bom futebol de Vina, inclusive balançando as redes, a chegada de Enrico, que veio ao mundo na quinta-feira anterior. Até então, Vina, ídolo dos alvinegros, alternava bons e maus momentos, ora atuando com inspiração, outras tanto alheio em campo feito um zumbi.
ÁREA técnica, também conhecida como boca de forno, precisamente lá onde os treinadores se revelam. Em termos de comportamento, bem entendido.
DOIS exemplos que puderam ser vistos na partida do Castelão. Sylvinho, treinador do Corinthians, é aquele tipo elétrico, instruindo, reclamando, gritando o tempo todo sem parar. Na arte de gesticular, então, é imbatível. Reclama de tudo e por tudo.
DO outro lado, Tiago Nunes é mais contido, embora se exceda em algumas vezes. Aliás, ninguém tem nervos de aço naquela área de campo. Há exceções, claro, como Geninho, que passa quase todo o tempo calado. Pra completar, de braços cruzados, que só descruza quando a equipe que dirige balança as redes.
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