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Ceará não consegue segurar empate e sucumbe diante do Flamengo
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará não consegue segurar empate e sucumbe diante do Flamengo

Alvinegro até conseguiu reagir e buscar empate no segundo tempo, mas foi derrotado por 2 a 1 pelo Rubro-Negro, que se reabilitou do vice na Libertadores
Flamengo e Ceará se enfrentaram no Maracanã pela 36ª rodada do Brasileirão.  (Foto: Marcelo Cortes / Flamengo)
Foto: Marcelo Cortes / Flamengo Flamengo e Ceará se enfrentaram no Maracanã pela 36ª rodada do Brasileirão.

DEU o que estava previsto, ao menos pelos cálculos mais realistas, vá lá que seja, o Flamengo venceu o Ceará no Maracanã por 2x1. Foi pouco o placar? Ficou do tamanho da mediocridade reinante em campo. Como assim? O Flamengo vinha da perda da Libertadores para o Palmeiras, um tanto ressabiado, para enfrentar um Ceará visivelmente fora do contexto.

PERDA de um título importante pelo menos para os rubros-negros, traz sempre esses efeitos colaterais, explicáveis no futebol. Se para o Flamengo, retornar ao Brasileirão, comboiado por uma derrota que deixou marcas, o Ceará, aparentemente, seria um adversário fácil de abatido. Nem tanto assim.

PORÉM, não foi desta maneira pensava o Flamengo. Uma goleada, quem sabe, pra limpar a barra. Também não funcionou. Isso é muito normal em futebol quando uma equipe perde um título importante e se vê obrigado a voltar à realidade de uma competição anódina, como é este Brasileirão.

COMO primeira providência, botar o técnico Renato Gaúcho pra fora, cujo objetivo único, além de visível, era o de dar uma satisfação a sua torcida. O pau quebra sempre na cabeça do treinador, mais fácil do que se botar pra fora uma equipe toda. Se perdeu foi porque o Palmeiras, menos ruim, venceu.

AQUELA derrota, se não estava nos planos do Flamengo, muito menos estava no Palmeiras, pois ganhou com méritos porque foi sempre melhor. O coitado do Renato Gaúcho pagou o pato. Sempre foi assim em futebol. Se alguém vai para o matadouro, que seja o treinador, muitas vezes, o menos culpado.

O COMPLEXO

COMO o Ceará seria o próximo adversário, na volta ao Brasileirão, o Flamengo se achou com o direito de vencer para, ao menos dar uma satisfação a diretoria, aos seus torcedores com especialidade. Como se a vitória sobre o Ceará já estivessem em seus planos. E se, por acaso, desse uma zebra? Aí o Maracanã desabaria.

ACONTECE que o Ceará é uma equipe com suas limitações técnicas, tão notórias que, de repente a impressão que se tem é a de que nem a campo foi. Sim, porque uma time com suas limitações, vai até certo ponto e lá fica estagnado. Não cria, ataca pouco, recolhe-se na tentativa se segurar o empate, aos invés de fazer o contrário, tentar virar o placar aproveitando-se da apatia do Flamengo. Cadê coragem?

DEU a parecer que o Alvinegro do Tiago Nunes já estava felicíssimo se o jogo terminasse empatado após o gol de Rick, aproveitando uma bobeada feia da defesa rubro-negra. Precisamente aí onde o Ceará se estrepou. Quer dizer - se havia conseguido empatar já estava ótimo. Coisa de time que se assusta diante de um adversário ferido, quando devia, isto sim, aproveitar a ocasião para tentar a vitória.

RECEIOS & MEDOS

PODIA até ser se o complexo da geografia não batesse tão forte, de um time que, além de limitado, tem no seu comando um treinador não muito chegado a ousadia e a coragem. Não se brinca com complexo da geografia, especialmente o futebol. Até parecia que, após o Flamengo, através do limitado lateral Mateusinho desempatar o jogo, chegar aos 2x1, estava de bom tamanho para o Ceará. Onde já se viu?

DOMÍNIO FICTÍCIO

A PARTIR daí, quem viu mais o Ceará estar em campo? Sumiu, evaporou-se, deixou o Flamengo dominar a partida, tomar conta do jogo até desembocar no desempate. Um domínio fictício que o Ceará aceitou, sem esboçar qualquer reação que ao menos desse a entender podia virar o jogo. Quem pensou assim, pensou errado.

AO contrário. O Alvinegro deixou o Flamengo tomar conta do jogo, dos espaços vazios, até facilitar o adversário virar o placar. E porque não ele, Ceará, já que a partida estava parelha? Pronta resposta - o receio de atacar buscando o gol de virada o Ceará, do Tiago Nunes, encolheu-se em campo, fechando alguns setores, esperando que o adversário tomasse conta da partida. Abriu a guarda para que o Mengão tomasse conta do terreno até chegar ao gol da vitória. Quem pede pra perder, perde mesmo.

DIANTE de um Maracanã, aos olhos de uma torcida ávida por uma reabilitação, mesmo sem a menor graça, querendo a vitória a qualquer custo, o Ceará assombrou-se, permitiu que o adversário tomasse conta da partida. Exatamente por aí o caminho do desempate foi encontrado. O Flamengo parecia enfastiado, enquanto o Ceará deve ter metido na cabeça que o empate (1x1) antes do gol do lateral flamenguista, soaria como uma grande vitória.

NÃO é fácil em futebol, um time do Nordeste, derrubar determinadas barreiras, especialmente quando o complexo fica batendo na porta, encolhendo-se todo em seu campo, abrindo suas comportas para o adversário ficar à a vontade. Fosse o Flamengo mais motivado do que aquele que se viu no Maracanã, o resultado podia até ser uma goleada.

CEARÁ pediu, isto sim, pra perder, encolhendo-se medrosamente em campo, procurando um padrão de jogo mais ofensivo sem encontrar, até porque a ele a vitória parecia não interessar tanto. O empate já estava ótimo. Estrepou-se do primeiro ao quinto. Bem feito.

 

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