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Fortaleza de Vojvoda encara Juventude de Jair Ventura com casa cheia
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Fortaleza de Vojvoda encara Juventude de Jair Ventura com casa cheia

Com estilo ofensivo do comandante argentino, Tricolor enfrenta modelo de jogo reativo do time gaúcho, treinado pelo filho do lendário Jairzinho, para carimbar ida à Libertadores
Técnico Juan Pablo Vojvoda à beira do campo no jogo São Paulo x Fortaleza, no Morumbi, pela Copa do Brasil 2021 (Foto: Mauro Horita/Staff Images)
Foto: Mauro Horita/Staff Images Técnico Juan Pablo Vojvoda à beira do campo no jogo São Paulo x Fortaleza, no Morumbi, pela Copa do Brasil 2021

PROPORÇÃO em que se afunila o Brasileirão, rumo à reta final, faltando 9 pontos em disputa, Fortaleza e Ceará digladiam-se por melhores posições. Tricolor pouco mais à frente, enquanto Ceará mais atrás. O primeiro, à beira de uma Pré-Libertadores, a exemplo do Ceará mesmo um pouco mais longe. Dos males o menor, se lá não chegarem, seguramente estarão na Sul-Americana, que, aqui pra nós, entra melhor no meu facho.

PEQUENOS exemplos deste quase, quase, da dupla cearense. Ao Fortaleza, por exemplo, faltando três pontos, que poderão ser conquistados hoje à noite, contra o Juventude, carimbará seu passaporte para a Pré-Libertadores, numa pelinha de nada. Antes, porém, tem que combinar com o adversário.

UM PALMO DO NARIZ

FATO de jogar no Castelão, 21 horas, é uma boa vantagem, especialmente se a capacidade do estádio foi aumentada para 51 mil torcedores. Rondará a casa dos 40 mil? Talvez mais, pela importância que o resultado encerra, tangido pelos ventos de uma Pré-Libertadores, um palmo adiante do nariz. Tricolor faz por merecer por sua campanha surpreendentemente boa, apesar do elenco reduzido que tem.

ENFRENTARÁ um adversário irregular, entremeando boas e más atuações, especialmente quando joga fora dos seus domínios. Não é fácil atuar num clima frio de Caxias do Sul e trocá-lo por um quente nesta época do ano que se faz em nossa terra. É um fator preponderante, mas não fundamental, especialmente quando a bola rolar trazendo em seu bojo surpresas por vezes desagradáveis.

ADEMAIS, o Juventude não tem muito o que perder, posando de livre atirador. Todos conhecem quando uma equipe alcança este patamar. Se não tem mais nada a perder, o que ganhou pode lhe salvar a pele. Com certeza irá para tudo ou nada, um pé na frente outro atrás ou, então, retrancar-se todo, bem ao feitio do seu treinador Jair Ventura, adepto da retranca.

POEIRA DO TEMPO

TÃO diferente do pai, Jairzinho, o furacão da Copa de 70, um atacante que fazia de ousadia, em suas arrancadas, como arma letal. Não por acaso foi artilheiro da inesquecível Copa, que os tempos jamais trarão de volta. Pudera. Com um ataque ele, Pelé e Tostão, nunca jamais, uma seleção brasileira terá, sequer, algo parecido.

NESTE quesito, o filho, Jair Ventura, em nada puxou o pai, como treinador, evidente. Como jogador, pouco ou quase nada se sabe da sua carreira, tão opaca que foi. Transformou-se em técnico, obra, quem sabe, do acaso, optou pela retranca como a melhor maneira de fazer suas equipes atuarem. Pode não ter gana por goleadas, contudo o empate, ou vencer de pouco, já o deixam feliz.

ESTE o perfil do Juventude que o Fortaleza pegará hoje à noite. Nenhuma surpresa para o treinador Vojvoda, que deve conhecer, mesmo por vídeo, o adversário que enfrentará. Ele faz o caminho oposto do adversário, ao escolher atuar ofensivamente em demanda do gol. Cada treinador uma filosofia de jogo diferente, caso contrário também não teria a menor graça.

COM o argentino, o Tricolor deu uma alavancada, surpreendendo a todos. Tanto que, tangido pela campanha do Fortaleza, pela maneira como mudou a face da equipe, encontra-se hoje na fila dos cinco melhores técnicos do futebol brasileiro. Quem descobriu Vojvoda, vindo de tão longe, é hoje um mistério semelhante ao de Sierra Madre.

CERTO & DUVIDOSO

QUANDO a bola começar a rolar no Castelão veremos o que pode (ou não) acontecer. Tipo da partida em que dar palpite por antecipação é algo perigoso. Certo e duvidoso sempre foram palavras-chaves no futebol.

NÃO fora assim como, então, iriam existir as famosas zebras? Quer explicar melhor, cara-pálida? Uma equipe atacando em busca do gol, a outra se defendendo, com unhas e dentes, para tentar ao menos um empate ou, quem sabe, uma vitória em lance esporádico, vulgarmente conhecido de "por uma bola". Vá entender?

RASTILHOS

(1) PARA quem não sabia. Nunca um clube cearense chegou à Libertadores, pela via do Brasileirão. Na Sul-Americana tanto Ceará e Fortaleza estiveram lá em campanhas inexpressivas. Passando da hora de pensarem mais alto...

(2) INCRÍVEL, mas verdadeiro. As duas vitórias, nesta Série A, obtidas sobre o Fortaleza, salvaram o Ceará de uma pior posição neste Brasileirão. Mesmo sem querer que acontecesse, um rival ajudou o outro...

(3) MAIOR empecilho que Sérgio Ponte está encontrando, entre os cronistas votantes, exceção dele, na sua famosa "Noite das Personalidades Esportivas", 13 de dezembro, é o craque do ano. Tanto que a maioria, consta, preferiu votar em branco. Como dirigente pode acontecer algo inédito. Quem sobreviver, verá?

 

Foto do Alan Neto

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