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Ceará dominou Tuna Luso e poderia ter goleado no Castelão. Ficou barato...
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará dominou Tuna Luso e poderia ter goleado no Castelão. Ficou barato...

Ceará finalizou exatamente 24 vezes, das quais apenas 9 em direção ao gol. De duas, uma. Ou o time não treina chutes a gol ou alguns jogadores estão atuando de chuteiras trocadas
Atacante Cléber comemora gol no jogo Ceará x Tuna Luso, na Arena Castelão, pela Copa do Brasil (Foto: Felipe Santos/Ceará SC)
Foto: Felipe Santos/Ceará SC Atacante Cléber comemora gol no jogo Ceará x Tuna Luso, na Arena Castelão, pela Copa do Brasil

SE o Ceará fosse uma equipe que priorizasse atacar em massa, evitando tanta troca de passes, teria metido uma sonora goleada na Tuna, tamanha a superioridade alvinegra. A vitória de 2x0 foi acanhada para quem mereceu bem mais. O adversário permitiu, inclusive, que este domínio territorial fosse visível desde quando a bola começou a rolar.

JÁ era esperado, ao menos na teoria. O futebol paraense está em queda faz bom tempo, diferente daquele de alguns anos atrás. O futebol cearense, ainda bem, está em crescimento, com Ceará e Fortaleza tendo formado bons elencos e logicamente armado bons times. Tanto assim que a campanha dos dois nas competições que disputam são equivalentes, cada qual dentro do seu quadrado, bem entendido.

TRICOLOR mais agressivo, dentro do modelo imposto pelo técnico Vojvoda, priorizando fazer uso de um futebol mais impetuoso, bem ao estilo do que se pratica na Argentina. O Ceará que aos poucos vai ganhando cara diferente, de quem entra em campo pensando em vencer. As peças de Tiago Nunes estão sendo acopladas e aparentemente bem montadas.

FOI o que se viu diante da Tuna. Carece ao time alvinegro a ambição de querer sempre balançar as redes, com excessos de passes para os lados, vício que pode ser retirado pelo treinador Tiago Nunes. Não vem ao caso que a Tuna tenha uma equipe visivelmente limitada, vem ao caso, isto sim, do progresso lento, mas gradual do Alvinegro. Aliás, isso se faz perceber a cada partida.

DIANTE da Tuna, este domínio foi notado desde os primeiros minutos, quando o Alvinegro mostrou as cartas dentro de campo, priorizando buscar o gol e definir o placar quanto mais cedo, melhor. Em nenhum momento, para que se tenha uma simples ideia, a equipe paraense deu sequer a entender que poderia vencer. É um bom time, que não lhe tirem esse mérito, mas bem inferior à maior categoria do Ceará.

PODER (TORTO) DE FOGO

ATENTEM bem para os números. Ceará finalizou exatamente 24 vezes, das quais apenas 9 em direção ao gol. De duas, uma. Ou o time não treina chutes a gol ou por outra alguns jogadores estão atuando de chuteiras trocadas. Os números não mentem. Durante todo este tempo, o clube paraense chutou duas bolas em direção a meta de João Ricardo. Uma pra fora e a outra o goleiro defendeu sem muita dificuldade.

CARECE ao Ceará um atacante no estilo goleador que o galalau Cléber jamais será. Que ele se esforça para acertar o caminho das redes, é vero. Balançar as redes, porém, é um sacrifício. A trave à sua frente parece ser do tamanho de caixa de fósforo. Mesmo assim conseguiu deixar sua marca, naquela do água mole em pedra dura, ajudado pela inoperância do setor defensivo da Tuna.

NÃO por acaso o Ceará trouxe o atacante Matheus Peixoto, que andou jogando na Ucrânia, de lá chispando quando os primeiros sinais de guerra foram evidenciados. Como veio parar em Porangabuçu só Deus sabe. Não deve ser pior que o Cléber. Se o for, o Ceará estará frito e mal pago.

PAGOU PRA JOGAR

TORNEIO sem maiores atrativos é prejuízo certo. Foi-se o tempo em que o torcedor era levado pela barulheira infernal naquela de se vender gato por lebre. Virou rotina, por exemplo, o Ceará pagar pra jogar. Contra a Tuna lá se foram R$ 40 mil, que pode não representar quase nada para quem está com o cofre rechonchudo. Sim, pode ser, mas ninguém entra em campo pra ter prejuízo financeiro.

DETALHES TÃO PEQUENOS...

COLOMBIANO Mendoza, que tem mania de trocar de chuteiras, achando que elas podem influenciar no seu futebol irregular. Contra a Tuna, trocou as vermelhas que estava usando. Mesmo que nada. Com as outras seu futebol continuou o mesmo. De ruim para pior, embora pegar parelha de quem é mais veloz com o adversário é com ele mesmo.

GOLEIRO João Ricardo não passou de mero expetador dentro de campo. Só defendeu uma bola aos 49 minutos do tempo final. Restante da partida ficou saltitando debaixo das traves, só se fosse pra esquentar o sangue...

LINDOSO, que não se perca pelo nome, ou apelido, vá lá que seja, o primeiro das novas caras contratadas pelo Ceará, mostrou conhecer a posição, atuando na meia cancha, o que não é lá grande coisa. Bom futebol mesmo ficou pra outra oportunidade. Fica combinado assim.

TUNA Luso, adversário do Ceará, chamou atenção, não pelo futebol apenas regular que apresentou, sim pela camisa verde abacate com faixa, tal qual o Vasco.

VINA, aos poucos, reencontra o caminho das redes que havia perdido faz um tempo. Soma agora o total de 38 gols, tornando-se o quinto maior artilheiro desse século. Magno Alves, contudo, permanece soberano, totalizando 102 gols, cuja marca ninguém conseguiu ultrapassar. E ainda vai demorar um bom tempo. O Clebão é que não será jamais. De cinco bolas que chuta em direção ao gol, três por cima, duas pra fora...

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