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Quando a bola não para: Fortaleza e River Plate protagonizam ótimo jogo na Libertadores
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Quando a bola não para: Fortaleza e River Plate protagonizam ótimo jogo na Libertadores

Já se aguardava uma partida com muita intensidade, garra, disposição de luta. Precisamente o que se viu no Castelão. Ganhou o torcedor com o que viu dentro das quatro linhas
Fortaleza e River Plate se enfentam pela quarta rodada da 1ª fase da Copa Libertadores. Na foto, Hércules na disputa de bola.  (Foto: FCO Fontenele/O POVO)
Foto: FCO Fontenele/O POVO Fortaleza e River Plate se enfentam pela quarta rodada da 1ª fase da Copa Libertadores. Na foto, Hércules na disputa de bola.

JOGO bom de se ver, a vontade é a de que a bola não deixa de rolar o tempo todo. Este o retrato fiel do jogo entre Fortaleza x River, pela Libertadores. O River é um bom time. Não fora assim, não seria hoje o melhor da Argentina. O Fortaleza ganhou novo perfil com Vojvoda, por coincidência, implantou a escola de sua terra no Pici. Ganhou o Fortaleza com sua vinda.

QUE tipo de escola é esta que difere da nossa? Fácil explicar. Primeiro item da lição — jogar sempre ofensivamente em busca do gol, já foi dito e visto reiteradas vezes. Não chegou ao ponto ideal ainda, contudo não está tão longe assim. Didaticamente para ser melhor entendido. Se o objetivo principal do futebol é vencer, nada como adaptar o time a um perfil de atuar sempre em direção ao gol.

ESTA é a escola argentina que Vojvoda está implantando no Fortaleza. Não acontece da noite para o dia, requerendo tempo.

SOME-SE a isso o fato de saber que tipo de adversário enfrentaria. O River Plate não está na posição em que hoje se acha por mera obra do acaso. Está porque é desta maneira que se joga na Argentina, já faz bom tempo. Precisamente este o ponto principal do ótimo jogo entre os dois adversários.

LENTA E GRADUAL

NÃO é fácil, nem da noite para o dia, que se muda a forma de uma equipe jogar, pelo vício contraído durante anos. Vojvoda sabia disso. Essa mudança teria que ser feita de forma lenta e gradual. Requeria, antes de mais nada, treinamentos seguidos e intensos, até alcançar o objetivo. Ainda não chegou lá, porém está mais perto do que longe.

GRANDE teste seria precisamente contra o River Plate. Vojvoda sabia disso, preparou-se para tal. Não por obra do acaso, a equipe argentina alcançou esse estágio, razão pela qual já se aguardava uma partida com muita intensidade, garra, disposição de luta. Precisamente o que se viu no Castelão.

GANHOU o torcedor com o que viu dentro das quatro linhas. Dois adversário que foram a campo com disposição de vitória, fosse para qual lado fosse. Se deu empate, são coisas do futebol e acabou por premiar a boa atuação de cearenses e argentinos.

TALVEZ, tenha sido a partida mais esperada do ano, até merecia maior público do que aqueles quase 50 mil torcedores. Quem foi ganhou na festa por ver o que viu. Quem não foi, não sabe o que perdeu. Vou um pouco mais além. Dificilmente teremos uma outra partida igual ou sequer parecida este ano. Ainda assim, foi o terceiro maior público do ano, superado apenas pelos jogos contra Sport e Colo-Colo.

SABOR DIFERENTE

LIBERTADORES tem um sabor diferente e especial. Ela reúne em torno de si as principais equipes da América do Sul. Não vem ao caso explicar qual o critério usado para nela ingressar. Cada Confederação trata de elaborar os critérios. Aqui no Brasil, entram os primeiros seis colocados do Brasileirão. Logo, o Fortaleza está na Libertadores por ter chegado entre os que se achavam neste rol.

MUITO menos vem ao caso se atrapalha o andamento da modorrenta Série A, de tão longa que é, com turno e returno. Chega um tempo em que a saturação se instala. E se algum clube dispara na frente dos demais, começa a perder a graça. O Brasileirão bem poderia ser fatiado em grupos.

DIFERENÇAS

PARALELAMENTE à Libertadores, disputa-se a Sul-Americana, que vem em plano mais abaixo. Espécie de Segunda Divisão, com o devido respeito aos que dela tomam parte. Tem sua importância, sim, embora a Libertadores seja o objetivo maior de qualquer clube brasileiro. Se a memória mais uma vez não me deixar derrapar, o Fortaleza é o primeiro clube cearense a tomar parte da Libertadores.

O QUE FALTOU SER DITO...

IMPORTÂNCIA da Libertadores, num rápido paralelo com a Sul-Americana, o público do jogo de quinta foi bem maior do que o público do Ceará na outra competição. Plenamente explicável. Privilegia-se aquilo que tem mais peso...

INSTILE-SE uma curiosidade. O River Plate, em 14 jogos no Brasil, só venceu três. Da escrita o Tricolor logrou se safar...

ANTES tarde do que nunca. Até que enfim, houve troca de flâmulas entre os capitães, antes a bola começar a rolar. Troca de gentileza, mesmo que da boca pra fora, não faz mal a ninguém...

REZA a lenda que goleiro é como vinho, quanto mais velho melhor. Que o diga Armani, paredão que salvou o River, quem sabe, até de uma goleada...

EM matéria de mosaico o Fortaleza é imbatível. Um deles, estava lá escrito — JUNTOS NA LUTA, com a foto em tamanho gigante do grande Pedro Basílio, que se foi tão cedo...

DISCUSSÃO sobre se houve pênalti ou não, a critério de cada um. Futebol sem esse tipo de polêmica que graça teria? Passarão anos, jamais se chegará a um acordo...

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