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Nos conformes: Ceará confirma favoritismo e vence Tombense na Copa do Brasil
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

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Nos conformes: Ceará confirma favoritismo e vence Tombense na Copa do Brasil

Ceará derrotou o Tombense por 2x0, se deu por satisfeito, página virada, vida que segue. Podia ter sido maior o placar? Claro que sim. Isto é, se fosse uma equipe que tivesse bons atacantes, infelizmente não tem
Lima foi o autor do gol da vitória do Ceará por 1 a 0 sobre o Tombense em duelo de volta pela terceira fase da Copa do Brasil, no Castelão (Foto: Fotos: Felipe Santos/Ceará SC)
Foto: Fotos: Felipe Santos/Ceará SC Lima foi o autor do gol da vitória do Ceará por 1 a 0 sobre o Tombense em duelo de volta pela terceira fase da Copa do Brasil, no Castelão

SABEM aquele tipo de jogo que já se sabia o resultado por antecipação? Precisamente o de ontem à noite, pela Copa do Brasil. Ceará derrotou o Tombense por 2x0, se deu por satisfeito, página virada, vida que segue. Podia ter sido maior o placar? Claro que sim. Isto é, se o Ceará fosse uma equipe que tivesse bons atacantes, infelizmente não tem. Um goleador, por exemplo, inexiste, aliás, mercadoria rara nos tempos de hoje.

APESAR da vitória, a torcida alvinegra não ficou satisfeita com o que viu e muito menos com o rendimento da equipe. Tanto é verdade que as vaias começaram cedo, bem antes do primeiro gol, feito por Lima, e prosseguiram. Jogador não gosta de ser vaiado, aliás, ninguém gosta, mas, por vezes, merecem.

IMPRESSÃO que fica, nítida aos olhos de qualquer um, é a de falta ao Alvinegro apetite de golear, somando-se ao fato de que o sistema tático pode ser de tudo, menos objetividade. O toque de bola em demasia chega a ser irritante. Talvez, porque já sabia de antemão que pegaria um adversário limitado, caso do Tombense. Depois porque pareceu dar a impressão de que venceria na hora que bem entendesse.

PARA culminar, com a vantagem da vitória no primeiro jogo, no território do adversário, a repetição da vitória aqui seriam favas contadas, como na verdade aconteceu. Outra impressão deixada, pela forma como o Ceará atuou, foi a de que os jogadores passaram a tarde dormindo. Foram ao Castelão apenas com a obrigação de cumprir o ritual.

COMO o Castelão o favorecia em tudo, primeiro por ser em casa, depois porque sabia que o Tombense seria incapaz de lhe pregar uma peça, de tão limitado que é, para não dizer fraco mesmo, por qual razão esbaforir-se tanto? São coisas do regulamento da Copa do Brasil, cumpra-se o que se está escrito. Quem não quiser, peça pra sair da competição.

FAVAS CONTADAS

JOGO em si, além de fraco, modorrento e arrastado, não empolgou aos poucos torcedores que foram ao Castelão. Sim, porque se ele paga ingresso, quer ver, no mínimo, sua equipe se empenhando em campo na busca de uma goleada, que o clube mineiro bem mereceu. Mas o Ceará não é chegado a tais arroubos.

FEZ 1X0, através de Lima, o mais regular em campo, ou se quiserem, o que mais se empenhou. Deixou que o tempo passasse, porque só com aquele resultado, agregado à vitória na primeira partida, já estava garantida a classificação. Depois veio o gol do Nino Paraíba e a questão estava resolvida. Na cabeça do jogador funciona assim. Mas não é assim que funciona na cabeça do torcedor.

ELE quer ver seu time se empenhando, deixando de lado tocar a bola para os lados, pouco se importando se o adversário atrapalharia ou não seu planos. Claro que não atrapalharia, porque o Tombense é ruim de doer.

DOMINA, MAS NÃO FAZ

PRECISAMENTE aí o ponto que ao torcedor interessa. Se o adversário é ruim, se preciso fosse, o Ceará teria que enfiar uma goleada. Mas cadê a vontade? Domina, mas não faz. Um custo para sair o primeiro gol do Lima, que a torcida comemorou, sim, mas sem tanta vibração, como se já estivesse esperando viesse acontecer, tamanha a fraqueza do adversário.

NÃO é possível que tenha partido do Dorival Júnior a ordem para que os atletas se poupassem o quanto pudessem, à espera do Flamengo, que está na fila como próximo adversário. Se o Tombense seria incapaz de reverter uma situação e pregar no Castelão uma surpresa desagradável, para que, então gastar energias?

A TESE pode até proceder, mas não é isso que o torcedor, que paga ingresso caro, quer ver. A ele interessa que seu time se empenhe, se lixando se o adversário é limitado, fraco, não seja de nada. Se fosse pra meter uma goleada homérica, que acontecesse. Jamais ver em campo um Ceará atuando em forma de match-treino, passando a impressão de estarem enfastiados de bola.

MENOS que o Ceará seja uma má equipe. Não é. Contudo, falta-lhe aquele algo mais que chega a ser irritante. Naquela de que, se já está em vantagem, desde o resultado do primeiro jogo, aquele de ontem à noite era apenas para cumprimento de tabela, embolsar os R$ 3 milhões e estamos conversados.

SE assim parecia estar escrito, então para que gastar energias só pelo prazer de meter uma goleada que o clube mineiro bem o fez por onde merecer?

EXPLICAM-SE, desta maneira, as vaias que começaram cedo, ainda no primeiro tempo. Como se, do lado de fora, o torcedor quisesse ver seu time mais aceso, mais agudo, com mais gana de golear. Infelizmente, o Ceará não tem isso. Dentro de campo, os próprios jogadores tratam de se poupar já antevendo que a classificação, se já estava no papo, mesmo que acontecesse um empate sem gols, então para que se exceder e gastar energias? As vaias entraram num ouvido e saíram no outro.

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