
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
FORTALEZA venceu o Vitória, 1x0, no jogo de volta, ontem à noite, no Barradão, gol feito na reta final da partida. E só. Pergunto eu — e precisava mais do que aquilo pra seguir em frente? Se o Pikachu não tivesse feito, daria no mesmo. O empate já beneficiaria o Tricolor. E sabem quando o Vitória tiraria aquela vantagem de três gols do jogo aqui no Castelão? Nunca, jamais, em tempo algum.
COPA do Brasil pode ter suas atrações em termos de cotas financeiras, mas se perde em alguns vários desvios. Por exemplo. Se um time vence com facilidade e goleada na primeira partida, qual a razão de ainda ter que enfrentar o adversário no campo dele? Nem o próprio Vitória, ruim de doer, acreditou nessa possibilidade, apesar de atuar no Barradão, ao lado dos seus torcedores, que para lá foram em diminuta escala.
JOGO foi tão ruim, mas tão ruim, que se terminasse sem um vencedor ninguém sentiria falta, nem daria o menor cavaco. Nem a própria torcida do Vitória acreditava que seu time, caindo pela tabelas, fosse capaz de tamanha proeza. Nem ele mesmo, Vitória. Um segundo jogo apenas pra constar, já se sabendo quem continuaria na Copa do Brasil, caso do Fortaleza, e quem seria despachado, o clube baiano. Simples assim.
COPA do Brasil precisa rever seus conceitos. Principalmente neste item de diferença de gols. Ora, se no primeiro jogo uma equipe vence por 3x0, a possibilidade de reverter a situação, mesmo em seu domínios, seria (quase) zero. Com tanta vantagem pela frente, o que o Tricolor teria que fazer dentro do Barradão? Precisamente o que fez. Deixar o tempo passar, tocar a bola em demasia, até que a partida se esgotasse, e a paciência dos "heróis" que tiveram a coragem de ir ao estádio, já sabendo que o Vitória estava desclassificado por antecipação.
ONDE o regulamento da Copa do Brasil falha e escorrega feio. Deveria ter um item no regulamento estabelecendo que se houvesse vantagem de três gols, construídos no primeiro jogo, o segundo estaria totalmente fora dos planos. Simples assim. Ou alguém acharia, no caso aí a torcida do Vitória, que ele seria capaz de fazer quatro ou cinco gols com o time medíocre que tem?
PURA perda de tempo esse tipo de jogo. Se foi apenas para constar, que se desse um W.O. a quem estava com larga vantagem, enquanto o adversário, pelo time que tem, nem milagre o faria reverter a situação.
PRIMEIRO, porque não há milagre em futebol. Depois, com três gols de vantagem, caberia ao Fortaleza limitar-se a tocar a bola, se poupar pra enfrentar quem vem pela frente no próximo domingo, não se desgastar fisicamente. Mesmo porque, com toda essa vantagem, seriam 90 minutos de bola rolando. Querendo ou não querendo, os atletas teriam que correr. Não iriam ao Barradão bancando estátuas nas quatro linhas.
ORA, ora. Se já sabiam das limitações técnicas do Vitória, não seria ele quem reverteria a vantagem já estabelecida no primeiro jogo, aqui dentro do Castelão. Ou, se imaginaram que em casa o Vitória seria capaz de mostrar outro time, cujo objetivo seria vencer de quatro ou cinco, claro e evidente que todos sabiam que ele não teria capacidade de chegar a tanto, pelo excesso de ruindade.
SE era, então, pra seguir fielmente o tal regulamento da Copa do Brasil, fosse de que maneira fosse, a partida obrigatoriamente teria que ser realizada. Quanto masoquismo desse bando de palermas que preparam um regulamento totalmente fora da realidade, ou pelo prazer(?) de saberem que teriam rotundo prejuízo financeiro, aí é masoquismo elevado ao cubo.
COMO jogador não é tolo, nem de um lado, muito menos do outro, incluso aí os do Vitória, o jeito foi deixarem que a bola rolasse sem rumo certo, até que o tempo passasse. Para o Fortaleza, uma maneira de, em forma de treino recreativo, cumprir o que estava escrito porque a classificação já estava no papo. O Tricolor não faria o menor esforço para repetir a goleada ou então ganhar de pouco, como ganhou, enquanto o Vitória só enxergava o objetivo de deixar o tempo passar, acabar com toda aquela pasmaceira.
COMO jogador conhece as limitações do time que defende, sabia com ampla antecedência que o Fortaleza prosseguiria na Copa do Brasil, enquanto ele, Vitória, não deixaria a menor saudade. O time baiano é o reflexo da profunda crise técnica e financeira por que está passando o futebol da Boa Terra. Vai muito distante o tempo em que a Bahia reinava nesta banda.
QUE motivos ocasionaram essa hecatombe qualquer torcedor baiano sabe. Não seria eu que iria vasculhar tais motivos fora do meu terreiro. Se Bahia e Vitória vão mal, deve ter alguma razão ou várias. Más administrações, deve ser este o caso, ou vá lá que seja, são o caminho mais curto para se chegar ao abismo, para onde inexoravelmente caminham. Quem imaginaria o futebol baiano chegasse a esse ponto?
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