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Ceará passeia no Castelão e faz 6 a 0 no General Caballero pela Sul-Americana
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Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.

Alan Neto esportes

Ceará passeia no Castelão e faz 6 a 0 no General Caballero pela Sul-Americana

A vitória já era esperada, não só pelo favoritismo do Alvinegro, quanto pelo adversário, ruim de doer. Nunca foi tão fácil vencer, nunca foi tão fácil golear
Cléber, do Ceará, é julgado por doping, mas já cumpriu a pena e pode voltar a atuar  (Foto: Aurélio Alves/O POVO)
Foto: Aurélio Alves/O POVO Cléber, do Ceará, é julgado por doping, mas já cumpriu a pena e pode voltar a atuar

CEARÁ passeou ontem à noite no Castelão, enfiando 6x0 no General Caballero, pela Sul-Americana. A vitória já era esperada, não só pelo favoritismo do Alvinegro, quanto pelo adversário, ruim de doer.

NUNCA foi tão fácil vencer, nunca foi tão fácil golear, de uma maneira tal que até o Cleber e o Mendonza, de lambugem o Wescley também fez o seu. Só para se ter uma ideia da inferioridade do adversário. Para os dois foi a glória, pouco importando se quem estava do outro lado era bom, ruim, regular.

QUAL nada o Caballero é péssimo em todos os sentidos. Se disputasse o Campeonato Cearense estaria entre os últimos, ao lado de Pacajus, Icasa e outros menos votados. Claro que o Ceará não tinha nada a ver com isso, fez seu papel, goleou, deixou sua torcida satisfeita, malgrado a fraqueza do adversário. Isso fica em segundo plano. Ao torcedor interessa a vitória, se lixando quem está do outro lado.

SERVE, também, para massagear o ego do técnico Dorival Júnior, pois golear nos tempos de hoje é fato quase raro. Dependendo de quem seja o adversário, não vem ao caso, se o que vale é resultado final. Evidente que, com tanto tempo de estrada, Dorival sabe, melhor que ninguém, que uma goleada como aquela de ontem pouco serve de parâmetro para os objetivos que pretende alcançar.

NÃO deixa de ser um bom indício para quem assumiu o Alvinegro faz pouco tempo, com missão de ordenar a casa, de dar ao Ceará uma nova cara, que não aquela que exalava desconfiança ao seu torcedor. Os 6x0 podem até funcionar como peça de ficção, também não vem caso. Pior, mil vezes, seria se houvesse um empate ou uma zebra.

SACO DE PANCADAS

SUL-AMERICANA tem também dessas coisas, na triagem de quem é quem. Há adversários mais fortes, claro, assim como existem os fracos, caso do time paraguaio, incapaz de meter medo a alguém, cuja principal missão é a de posar de saco de pancadas.

AO Ceará cabia fazer o que fez, especialmente se a partida era dentro do Castelão, com tudo a seu favor, incluso aí quem enfrentaria. Toda essa junção de fatores que favoreciam ao Alvinegro colaboraram para goleada homérica. Nem todos os adversários que ainda terá pela frente serão iguais aos paraguaios. Quem sabe até piores.

PARA quem estava querendo revelar uma outra imagem, mesmo que fictícia a sua torcida, a goleada pode ser comemorada e deve. Há também outro fator que pesa bastante e quem sabe o principal dele. Como assim? O Ceará está encontrando um novo rumo sob o comando do Dorival, depois das experiências desastrosas que teve antes.

SOME-SE a isso o fato de que o resultado de ontem à noite pode e deve aumentar a autoestima do time alvinegro. Ninguém esquece com tanta facilidade um placar daqueles, principalmente para quem está passando por fase de arrumação sob novo comando. Se o que importa é o placar, a goleada satisfez plenamente, aliás, além da conta.

MOTIVO? O Ceará nunca foi chegado a goleadas, mas ontem à noite resolveu deslanchar diante de um adversário ruim de dar dó. Mas este foi seu papel, cumprido à risca. Se o jogo era dentro do Castelão e o Caballero não passava de um adversário limitadíssimo, o placar foi de bom tamanho. Se fosse mais dilatado não causaria nenhuma surpresa.

FATO de encontrar no Caballeros uma equipe recheada de defeitos também não é da conta, nem do rosário do Ceará. Papel a ser cumprido era apenas um, o de vencer. Papel cumprido. Quem sabe o Alvinegro nem esperasse chegasse a tanto diante de um adversário do qual antes sequer ouvira falar. Se forte, regular ou fraco, que demonstrasse isso dentro das quatro linhas. Caiu-lhe do céu ter se defrontado com uma equipe fraca ou, se for o caso, esforçada, limitada, vá lá que seja. O rótulo aí fica por conta de cada um.

ESPERA-SE, apenas, que o Ceará não se deixe envolver pelo reflexo da goleada, achando, por exemplo, ter encontrado o ponto ideal. Passado na casca do alho, Dorival não vai deixar se enganar pelos 6x0, num jogo que mais pareceu um match-treino. Há resultados que trazem bom proveito para futuras avaliações, assim como existem outras que não chegam a tanto, caso do jogo de ontem.

PÉ DA LAMA

LÁ se vai outro exemplo a título de ilustração. Para o Cléber, por exemplo, o time paraguaio foi um presente de Natal. Para o Wescley também, imaginem o Mendonza, que deixou sua marca duas vezes. Sem querer traçar paralelo, o Mendonza ainda é disparado o melhor deles. Para os demais, que estavam caindo na desgraça dos torcedores, foi um alívio.

MENOS que sejam ruins, mas a fase pela qual estão passando é de amargar. Os gols feitos pelo Cléber e pelo Wescley, que tiraram os pés da lama, foram importantes. Talvez assim, quem sabe, reaprendam a fazer o que faziam antes. Para eles, o General Caballeros chegou no momento certo. Os próximos jogos comprovarão ou não. Enfim, ganhar de goleada enche a torcida de esperança de que dias melhores poderão, quem sabe, vir pela frente.

 

Foto do Alan Neto

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