
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
VERDADE seja dita. Marquinhos Santos não era o treinador tão aguardado pela torcida do Ceará, que esperava algo de maior impacto. Aliás, impacto quase zero quando o seu nome veio à tona.
PREFERIDOS dos torcedores, nove entre dez, seriam Renato Gaúcho, disparadamente, em segundo plano Abel Braga. Enfim, um técnico de ponta pra sacudir um time, cuja campanha não passa de regular. Quer dizer, não empolga, mas também não decepciona.
SOME-SE o fato de um nome de impacto, quer dizer, primeira linha, que Marquinhos não é, daria ao torcedor alvinegro um outro alento.
ARGUMENTO de que Renato Gaúcho exigiria acima do teto estabelecido pela diretoria alvinegra seria compensada com o aumento de torcedores nas partidas em que o Ceará ainda tem pela frente neste Brasileirão, por sinal, não são poucas.
ALIÁS, Marquinhos chegou a ter duas passagens pelo Fortaleza, lembram? A primeiro em 2016 e a segunda um ano depois. Sucesso relativo, sem empolgar, muito menos decepcionar. Ganhou um título estadual em 2016, somada aí, boa campanha na Copa do Brasil, porém, demitido após eliminação no Campeonato Cearense.
DETALHE interessante é que ao cair da direção técnica do Tricolor, com ele desabou toda a diretoria presidida por Jorge Mota. Tiveram que fazer uma eleição às pressas, daí surgindo o nome do hoje senador Luiz Eduardo Girão, totalmente neófito em futebol. Girão, que acabou acalmando os ares tricolores, tempo suficiente pra evitar uma tempestade.
DE como Robinson de Castro chegou ao seu nome, precisou fazer uma pesquisa de nomes que estivessem dentro do perfil financeiro do Ceará. Deparou-se com o de Marquinhos, livre e desimpedido, ou seja, desempregado e sem mercado.
ACERTO financeiro não demorou muito, juntando a fome com a vontade de comer, quer dizer, dentro da faixa que o Ceará pretendia, enquanto o treinador, ansioso pra voltar ao mercado, não alongou muito a conversa, vergando-se às exigências impostas pelo presidente Robinson de Castro.
FORTALEZA, que da lanterna não sai há precisamente onze rodadas, como se nada estivesse acontecendo. Ou alguém tem dúvida de que, fora outro o treinador, que não Vojvoda, já teria pegado a reta?
ENQUANTO isso, inerte, a diretoria não mexe uma palha, como se não estivesse acontecendo e lá se vão onze rodadas com o Tricolor segurando a maldita lanterna.
O QUE impede Marcelo Paz de promover uma mudança, que a torcida tanto anseia? Multa contratual que seria em dólar? Porque Vojvoda tem crédito suficiente pra ser mantido no cargo? Ou por achar que logo, logo, o Tricolor dará a volta por cima?
SÃO argumentos que a torcida tricolor pode até engolir, pra evitar eclosão de uma crise, ou porque Vojvoda goza de conceito muito elevado entre com o presidente? A última hipótese — a de que uma chance a mais ou não, a qualquer momento o mau tempo que se abateu sobre o Pici, tende a passar.
UMA coisa, porém, é certa. Fazia tempo não passava pelo Tricolor um técnico com tanto prestigio (sem aspas) como o Vojvoda. Como a diretoria não se manifesta, com medo de uma bronca do presidente, todos engolem calados, incluso aí o vice Alex Santiago, descobridor do Vojvoda nos confins da Argentina.
COMO toda paciência tem limite, a da torcida do Tricolor já passou da cota, a não ser que, indiferente à posição do time, que, em onze rodadas, se mantém no último lugar, como a repetir o velho adágio — daqui não saio, daqui ninguém me tira.
TEM mão dupla. Ou seja — serve para a equipe e também para o Vojvoda, que indiferente a tudo, segue no leme tricolor, sem encontrar uma saída para uma situação, digamos assim, indigesta.
PARA conseguir dar a volta por cima, prioritariamente precisa reaprender a vencer. Depois, que os demais concorrentes abram alas para ele, Fortaleza, sair deste sufoco sem fim. Finalmente, uma medida de choque que a diretoria insiste em não tomar.
HISTÓRICO do Brasileirão revela que os clubes que entram na zona de rebaixamento, poucos, ou raros, dela conseguem se safar, especialmente os que se acomodam, caso visível do Fortaleza.
OS números, além de indesmentíveis, estão aí à mostra, para os que alimentam esperanças. E se a diretoria cruza os braços, a situação tende a piorar cada vez mais à espera, quem sabe, de um novo tempo e novos ventos. A favor, fique bem entendido. Fora desta realidade, não há salvação.
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