Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
Colunista do O POVO, Alan Neto é o mais polêmico jornalista esportivo do Ceará. É comandante-mor do Trem Bala, na rádio O POVO/CBN e na TV Ceará. Aos domingos, sua coluna traz os bastidores da política e variedades.
DEMOROU um pouco, não o suficiente, para o Ceará anunciar oficialmente o nome do seu novo treinador. Coincidência ou não, também não vem ao caso, chegou ao nome de Lucho González. Coincidência aí, apenas pelo fato de sua naturalidade ser argentina, a exemplo do Vojvoda, que hoje brilha no Fortaleza.
COINCIDÊNCIAS fazem parte desta descomunal roda-gigante que é o futebol, cercado de mistérios por todos os lados. Nada contra se o Fortaleza optou por um argentino e que o Ceará resolveu seguir as mesmas pegadas. Se um deu certo no Pici, por qual motivo o outro conterrâneo não possa dar certo em Porangabuçu?
NA ciranda dos mistérios insondáveis que cercam o futebol, tal qual um balaio de gatos, sempre cabe mais um. Se foi uma aposta no escuro, se González tinha em seu currículo o item de ter sido apenas auxiliar técnico, é outra grande bobagem.
PRIMEIRO por não tisnar seu currículo, depois porque faz parte da travessia daqueles que buscam patamares maiores em qualquer profissão da vida. No futebol não podia ser diferente. Lucho atravessou um bom caminho para chegar ao pódio de um dia ser técnico e não mais auxiliar. Tudo uma questão de tempo e oportunidade.
DIANTE do presidente do Ceará, claro, haviam outras opções de treinadores bem mais calejados, na fila do Sine do futebol brasileiro. Agora, por qual razão ele foi fisgar um auxiliar técnico é um segredo que só ele pode revelar e quem o conhece sabe que jamais o fará. É parte do seu perfil, incluso aí pegar pegar todos de surpresa.
FOSSE relacionar treinadores desempregados, vários de ponta no futebol brasileiro, atualmente, encheria pelo menos mais da metade dessas mal traçadas linhas. Melhores ou piores, não vem ao caso, porque, além de cansativo, está na casa do sem jeito. Soaria como interferência indébita, seara onde jornalista não deve meter o bedelho.
CADA qual dentro do seu quadrado, assim como cabe a um presidente tomar uma decisão unilateral, mesmo que importante, ou talvez, fundamental, nesse momento, o papel de quem analisa, critica ou elogia sabe também até onde deve chegar. Menos interferir em decisões intestinas de um clube de futebol que tem um comando, sério e responsável. O presidente Robinson de Castro faz parte deste rol, caso contrário não faria do Ceará um dos dez clubes mais equilibrados financeiramente do futebol brasileiro.
PARA chegar ao nome de Lucho González deve ter feito consultas particulares de quem está no ramo. Não se deixou levar apenas por uma ou duas sugestões. Cada presidente de clube tem um círculo íntimo de conselheiros, não propriamente os do clube, para, enfim, bater o martelo. Decididamente, não é uma tarefa fácil.
PODE ter imaginado, na base da suposição nossa, de que se o Ceará havia tido experiências com técnicos conhecidos, não ter dado certo, exceção aí ao Dorival, que saiu por conta de uma proposta mais robusta do Flamengo, optou por mudar o rumo da prosa.
PERGUNTA que a maioria dos torcedores faz é uma só — e precisava ser um auxiliar técnico e não um treinador de ponta, neste momento em que o Ceará precisa dar uma subida de colocação no Brasileirão, impactar a sua torcida com um técnico de larga experiência, acostumado a participar de tantos torneios como o Brasileirão?
DE uma coisa podem ter certeza. Na base do cara ou coroa, seja lá o que Deus quiser, não foi por tais viés que o presidente alvinegro trilhou. Adivinhar em futebol é pecado, por vezes mortal, e a situação não requer que se corra tais riscos.
OUTRO detalhe tão badalado diz respeito à nacionalidade de González, como se fosse um pecado mortal. Por ser argentino? Aí é querer fazer discriminação odienta. Pela coincidência do maior rival já ter um em seu comando? As coincidências também fazem parte do imenso rol do futebol.
MAIS uma. Atirar no escuro, naquela de acertar no que não viu, afastem essa possibilidade. Robinson, pela sua experiência no ramo, deve ter contado e recontado várias vezes. Quis, por exemplo, provocar uma mudança radical na escolha. Ou seja — ao invés do lugar comum, apostar as fichas em quem sempre buscou por um lugar ao sol.
NÃO há qualquer demérito nisso. O auxiliar é aquela espécie de assessor mais perto do técnico oficial, com o qual troca ideias, emite opiniões, quando enxerga algo diferente que, dentro das quatro linhas, nem sempre quem está à borda dele enxerga. Tem, pois, um papel preponderante. Não por acaso, cada técnico escolhe assessores de confiança na formatação de suas ideias. Ele, auxiliar, tem papel relevante desse contexto. Sucesso e sorte ao González.
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